Melhores Amigos, Melhores amantes

14

Abro os olhos e fecho-os novamente com força.
Luz forte demais.

Coço meus olhos e abro-os novamente.

Hospital.
Estou meio sentada então consigo ver duas poltronas brancas do meu lado esquerdo,  a mesa com equipamentos médicos ao meu lado  todos fazendo os bips chatos , duas agulhas enfiadas nos meus braços (soro ) .
Minhas pernas doem um pouco.

Reparo nas enormes janelas de vidro. Esse hospital não é de Taylors.

Aperto o botãozinho e tomo um susto quando a porta se escancara e a enfermeira apareçe.

- Oh - Ela sorri. É baixa e está acima do peso. Tem covinhas engraçadas nas bochechas e cabelos vermelhos. - Você está se sentindo bem? Tem dores ?

Ela vem a cama.

- Não, não tenho dores. Pode me dizer o que eu tenho? E há quanto tempo estou aqui?- Pergunto tirando os cabelos do rosto.

Ela sorri.

- Você está bem agora. - Diz soando como minha mãe - Foi uma reação do seu corpo anêmico em estágio III que não aguentava mais a adrenalina de salvadora do dia.

-Onde eu estou?

- Em Greenville .

- Que dia é hoje?

-8 de abril.

Hum...Se passou só um dia e meio, acho.
Ainda bem.
Não me lembro de nada enquanto apaguei, ficou apenas o borrão.

-A Sra. Parker está bem?- Questiono recordando do que fiz.
Meu pai vai querer me esgoelar.

- Sim, está.  -Ela sorri gentilmente- Sente sede ou fome...

- Porque preciso do soro?- Pergunto mexendo no tubinho. É incômodo ter coisas enfiadas na pele.

- Porque está fraca , precisa de ferro e energia. Não tem tomado nada para a anemia?

- Hum...Sou péssima em lembrar de horários.

- E não tem se alimentado também.

- Porque estou em Greenville? - Pergunto .

- Os Parker a trouxeram da emergência de Taylors para cá desde ontem. -Explica - Vou chamar seus parentes e trazer água, tudo bem?

- Claro. - Sorrio forçada .

Ela saí e fecho os olhos.
Espero que a Maria esteja bem.

- Aléxis !- Minha mãe entra correndo no quarto e se debruça sobre mim. - NUNCA MAIS FAÇA ISSO!- Grita fazendo meus ouvidos doerem.

Reviro os olhos e o papai sorri ao mesmo tempo que franze o cenho. 

Ela senta na ponta da cama e segura minhas mãos.
Os olhos castanhos cheios de emoção.

- Porque você não contou? - Pergunta em voz baixa.

- Porque a Maria quis assim e realmente, se todos tivessemos nos alertado o Theodore...Ele foi preso, não foi?

- Sim. -Papai se aproxima e belisca meu dedão do pé - Não gostei do que fez mas... Foi o certo.

-Ela está bem?

- Sim querida - Minha mãe sorri - E você , graças a Deus,  também.

-O quê a  Rayna quer ?- Pergunto pro papai .

-Susan, nos deixe à sós. - Ele pede.

Mamãe me dá um beijo na testa.

- Vamos voltar pra casa ainda hoje. - Sussura e saí.