Aquelas visões novamente

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A casa estava velha, e era debaixo de um grande arvore, ela era de madeira e o mato ja estava cobrindo ela toda, mas o pouco que se via da casa dava calafrios, então uma mulher abriu a porta, era velha também mas com uma aparência jovem, ela nos olhou e disse

- Que bela visita,entrem aqui

Então entramos, ela usava um vestido roxo e preto, o cabelo dela era preto e liso, ela não usava muitas joias a casa por dentro era horrível, uma verdadeira casa de bruxa, quase a de Maria Quiteria porém essa era horrivel, me dava calafrios, havia uma prateleira cheia de porções estranhas, vidros com coisas dentros, e o principal de tudo era um caldeirão que tinha no meio da sala, era um aterrorizante aquele lugar.

Dama da Noite não temia nada, não só como todas aquelas mulheres, aquela Pombo Gira a da Figueira, pediu para que a gente se sentasse em um velho sofá que havia no canto da sala, ela nos olhou e perguntou

- O que trazem vocês aqui?

- Precisamos de uma grande ajuda sua minha amiga! Falou Dama da Noite

- Tudo bem, o que precisam? Disse Pombo Gira da Figueira

- Querida, esta homem ele precisa ver o que realmente aconteceu na morte dele, quem o matou e o motivo, pode nos ajudar? Perguntou Dama da Noite

Ela me olhou deu um sorriso baixinho  puxou uma cadeira para o lado do caldeirão e disse

- Venha ca mocinho, se sente aqui, vamos resolver isso!

Olhei para o lado e todas elas estavam olhando para mim, que horrivel, que vergonha, me levantei e me sentei na cadeira, ela acendeu o caldeirão e mecheu ele, logo depois ela pegou uma folha e começou a passar sobre mim, ela falava palavras estranhas, e derrepente aquilo, as palavras começaram a mecher comigo, eu estaa ficando tonto, a quase a mesma sensação que senti no dia da fogueira, e quando menos esperei, eu estava la, novamente em minha vida na terra, eu via tudo, minha casa, meu companheiro José, ele parecia estar feliz, eu estava em um dos corredores de meu casarão, eu andava naquela casa, quando eu me vi passar, com toda aquela vaidade que eu tinha, eu estava com minha calça social preta, meu sapato preto, minha camisa social aberta e como sempre com uma garrafa de whisky na mão e na outra meu charuto, me olhei naquele dia e me olhei hoje, sem comparação nenhuma, eu era vaidoso e rico, usava as melhores roupas e hoje uso apenas uma calça de pano fino branco.

Então comecei a me seguir, ainda não acreditava naquilo, eu um espírito, seguido eu quando era vivo, era estranho aquilo tudo ainda, mas continuei a seguir, depois de alguns segundos me deparei que aquele dia foi o dia de minha morte, minha curiosidade aumentava a cada segundo que se passava, eu me via feliz porque a noite haveria uma grande festa em um cabaré que até hoje não sei onde é, era um cabaré antigo na cidade vizinha, então me vi levantar daquele lugar e me arrumar, José tinha falado, algo e eu ignorei, e fui me arrumar, olhei para José e ele estava com uma cara de raiva o motivo ainda não sabia, vi ele descer as escadarias rapidos e então eu o segui, ele pegou o seu chapéu preto, abriu uma das gavetas de minha estante e tirar uma arma, aquela cena estava me assustando demais, ele pegou uma capa que estava sobre uma cadeira e ouvi ele dizendo

- Seu maldito, você me paga, ah se me paga!

Mas pagar o que? O que eu tinha feito para ele? Ele então saiu, montou em seu cavalo e se foi, logo após eu sai e montei no meu, então eu (espírito) fui atrás, eu me encontrava com alguns amigos e íamos para a cidade vizinha, em uma dos caminhos José me esperava na sombra de uma árvore, ja era a noite, somente a luz da lua iluminava àquele lugar, até que chegamos no tal cabaré, quando eu olhei onde esse cabere era, me assustei! Arregalei meus olhos e falei

- Eu não acredito!

Histórias de um Cabaré (Um conto de Pombo Giras)Where stories live. Discover now