The arrival

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Três semanas depois...

-Tem certeza de que é o horário marcado? –Wesley perguntava enquanto balançava as pernas nervosamente.

-Bem, Liam disse que chegava nesse vôo. – Respondi calmamente.

 Liam estava chegando da Irlanda, onde seus pais foram cremados e tiveram suas cinzas jogadas no oceano. Acontece que, há algumas semanas atrás, quando eu estava dormindo na casa de Liam, Josh, o irmão dele ligou. Disse lhe que precisava urgentemente do irmão no Reino Unido. Então, Liam partiu naquela madrugada mesmo. Fiquei sabendo, pelo Josh que, Liam não estava reagindo direito à morte de seus pais. Não o culpo, eu no lugar dele já estaria subindo as paredes, e pelo o que Josh disse... Liam não está muito longe de fazer isso. Está tendo “surtos”, está lunático. Não come ou dorme direito. Vive chorando pelos cantos, e por isso, nós decidimos que ele deve ir ao psicólogo. E com “nós” eu quero dizer: Eu, meu irmão e Josh.

 E depois de dias sem vê-lo, estou ansioso. Mais ansioso por te de lhe contar sobre o psicólogo, Liam odeio médicos. Ele vai pirar. Consigo até imaginar a cena.

“- KEATON, VOCÊ ACHA QUE EU ESTOU LOUCO? É ISSO? EU NÃO ESTOU LOUCO, SEU IDIOTA. NÃO PRECISO CONVERSAR COM MEDICO NENHUM.”

Liam vai gritar e berrar. Chorar de raiva e tentar me bater. Como ele sempre faz quando o contrariamos. Igual criança mimada. Olhei para a TV que mostrava os horários de embarques e desembarques.

“Irlanda: Chegada: 07h50min”

Olhei no relógio de pulso, eles marcavam sete horas e quarenta e dois minutos. Ainda dava tempo de olhar algumas lojas daqui, esses vôos sempre acabam atrasando mesmo. Olhei para meu irmão de relance e pude perceber que ele ainda movia as pernas freneticamente.

-Fica calmo Wes... – Tentei tranqüilizá-lo pousando minha mão na sua coxa. – Vamos dar mais uma olhada nas lojas? – Disse enquanto levantava.

-Eu estou completamente calmo Keat. – Bufou. – Vamos, claro, como você quiser.

-Então, levanta essa bunda dái. Seu preguiçoso. – Wesley revirou os olhos e sorriu assustadoramente. Estendi o braço para que ele segurasse, de modo que eu pudesse ajudá-lo a levantar. E assim o fez, segurando meu braço com uma das mãos e puxando-o, ficando de pé a minha frente, me fazendo olhar para cima e encarar aqueles pequenos olhos verde-lodo, já que Wesley era maior que eu, quase todos são.Dei um passo para trás e com o calcanhar direito eu rodei todo o meu corpo. Caminhei um pouco pelo pátio do aeroporto, sempre me certificando que Wesley estava seguindo-me. Às vezes, eu aparento ser o irmão mais velho. Wesley é mais irresponsável do que eu e sempre está metido em alguma encrenca, cujas eu tenho que tira-lo. Caminhamos mais um pouco até chegarmos á uma loja de artigos para Skatistas. Skate e surf são minhas paixões, e de Wesley também, foi ele quem me ensinou tudo o que sei. Não hesitei em puxá-lo para a loja.

-Olha aqui Wesley – Quase berrei, tanto que ele arregalou os olhos e “correu” até mim.

-Fala baixo seu bobo – Sussurrou com vergonha.

-Ah, qual é? Nem gritei ok? – Fiz beicinho e ele riu pelo nariz.

-Tudo bem, vamos dar uma olhada nisso aqui. – Ele agarrou meu braço e assim adentramos a loja.  Prateleiras e mais prateleiras de skates, de todas as formas que você imaginar, desde os mais simples, aos modelos mais modernos. No meio da loja, alguns patins coloridos chamavam a atenção. Uma música agitada, estilo californiano, tocava ao fundo.

Olhei para Wesley, cujo voltou seu olhar para mim no mesmo instante, os olhinhos dele brilhavam e ele tinha um sorriso bobo nos lábios.

-Ta com o cartão do papai ai? – Wesley disse sem retirar os olhos da prateleira numero seis. Eu ri com a cena. Tateie meus bolsos a procura de minha carteira. Logo a achando, revirei-a toda, até encontrar o cartão dourado.

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⏰ Last updated: Sep 17, 2013 ⏰

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