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Celulares não têm asas para voar, mas podemos supor que o de Harry não precisava de um par delas para isso. O garoto passara no mínimo cinco minutos processando as mensagens de Louis para então jogar tudo o que tinha para longe e descer as escadas correndo. Ele levou junto consigo seu cobertor, já que não era louco de abrir a porta só de pijama no frio que fazia.

Em apenas um piscar de olhos Harry não sentia mais os sintomas da febre que lhe atacou naquela manhã. Ele apenas pensava em Louis.

"Não é possível" A frase ecoava em sua mente, numa súplica para não ser verdade.

Se o cacheado tivesse um último pedido, escolheria que Louis não estivesse do lado de fora de sua casa.

Para aumentar seu desespero, as chaves não estavam em lugar algum e estava difícil procurá-las com as mãos tremendo. Derrubou no mínimo tudo que tinha na estante e mesa da sala antes de encontra-las.

Respirou fundo antes de encaixar a chave na fechadura, se desesperando ao ver que era a errada.

"Mas que merda" Chutou o ar, frustado. Depois de tentar no mínimo seis chaves, achou a certa.

Harry puxou a maçaneta da porta com tanta força que se ela quebrasse, não seria surpresa. Bom, na verdade, surpresa foi o que ele encontrou quando abriu-a. Louis realmente estava lá.

O de olhos azuis estava em pé, meio bambo, abraçado ao próprio corpo. Seu olhar estava vidrado nas margaridas plantadas no jardim entre outras diversas flores coloridas. Haviam tulipas, frésias, rosas, lírios, cravos, gardênias e outras que Harry desconhecia o nome.

"Louis." Gritou sem pensar muito. Ele estava pouco se fodendo se sua vizinha reclamaria do barulho, ele não mandou aquela velha morar na casa do lado.

Louis pareceu acordar para a realidade com o grito. Ele chacoalhou sua cabeça, como se quisesse espantar alguma coisa, e então virou-se para o cacheado.

As orbes azuis encontraram-se com as verdes e Harry sentiu o estômago embrulhar e suas pernas falharem quando o garoto correu em direção a si, encaixando-se em seus braços. Ele ficou sem reação.

Porra, era Louis, o garoto por qual mantinha uma paixão há quatro anos.

"Harry?" Chamou o de olhos azuis, confuso. "E-Eu q-quero u-um... abraço." O mais baixo, pediu envergonhado, se arrependendo de ter corrido, sem pensar.

O cacheado sentiu como se beliscassem quando ouviu a voz de Louis. Automaticamente ele retribuiu o abraço, não ligando para o mais baixo estar molhado ou estar frio para caralho e estar de camiseta. Ele não ligou se algum vizinho visse os dois e fosse fofocar para a sua mãe mais tarde. Ele não ligou para Louis estar pisando em seus pés, tentando ficar mais alto para encaixar o rosto em seus pescoço. Ele não ligou nem mesmo para sua coberta que caíra de seus ombros, o deixando exposto ao vento frio.

Harry apenas se importou de sentir o toque do nariz gelado de Louis em sua pele. Se corpo se arrepiou instantaneamente e ele aproveitou da sensação gostosa por vários minutos. Uma de suas mãos repousava nas costas do outro e ele o puxou para mais perto.

"Por que você não foi pra casa?" Indagou o cacheado, preocupado. Ele acabou resgatando seu cobertor do chão com o pé por não querer se soltar do abraço.

"E-Eu p-precisava te ver." Confessou envergonhado. O menor sorriu quando sentiu seus corpos serem envolvidos por um tecido grosso, macio e felpudo. "Obrigado." Sussurrou.

"Você esta congelando, Louis." Harry sorriu triste e deu alguns passos para trás, sem soltar os corpos, até que pudesse fechar a porta e o frio diminuir. Ele apenas suspirou e apertou ainda mais o abraço, com medo de que o garoto escapasse.

do you like flowers ✿ larry versionWhere stories live. Discover now