UM

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DÉBORA

Como custumam falar os que nascem em um lar cristão: "Sou de berço evangélico!"

Desde que me entendo por gente sou da assembléia de Deus.

Aceitei Jesus em um culto de crianças,  Cantei no grupo infantil dos  cinco até meus onze anos, com doze fui para classe de pré-adolescente e agora com meus dezesete anos estou na ala dos jovens.

Sobre ser Filha de Pastor...

Meu pai é exigente comigo e Principalmente com meus horários!!! Por mas que eu me esforce e seja ótima com outras coisas, sou falha com horário... eu sempre chego atrasada na igreja. Todo culto de membro é a mesma coisa: " O início do culto é as sete horas!" Ele diz olhando para a igreja, mas eu sei que em questão de horário eu sou a primeira a entrar na lista para levar um belo sermão.

E por mas que ele seja exigente, coisa que eu já me acostumei, ele é um pai incrível.

Sempre me ajuda com qualquer barreira espiritual ou na leitura da Bíblia e entende minhas dificuldades (as vezes)!

- vamos Débora. - Ouvi meu pai gritar.

Hoje é quinta-feira e tem culto.

- Já estou indo! - Gritei de volta.

Apenas troquei de roupa,  pois já havia tomado banho.

(...)

Meu pai trancou a porta e assim fomos caminhando.

- Quero ser como criança e te adorar pelo que és... -  cantarolei

- Falou alguma coisa filha? - minha mãe que caminhava na minha frente com meu pai, parou por segundos sua caminhada e me olhou.

Balancei a cabeça negando.

- Achei que ficaria sozinha. - despertei dos meus devaneios e pausei meus passos para fitar Alice parada uns sete passos longe de mim.

- Você vem pra igreja por causa de mim por acaso? - ela caminhou até nos abraçarmos.

- Eu estou feliz demais para levar seu mal humor à sério. -  dei um riso baixo.

- Você é muito especial para mim sabia? - disse no pé do meu ouvido. - Sabia? - soltou meus braços e segurou minhas mãos e me olhou nos olhos.

- Deixa de ser tão melosa Alice. - abracei ela de novo. - Me conta as suas novidades?!

- Vamos no banheiro comigo? - assenti.

Ela tagarelou sem parar até chegarmos no banheiro das mulheres.

- Vigia a porta. - disse para mim que me recostei na pia.

- Está bem. - cruzei os braços.

- Será que o Emanuel veio hoje? - Suspirei fundo.

- Alice, ele é mais velho do que você - funguei o nariz. - fora que ele é um poço de nojura. - ouvi o barulho da descarga.

A FILHA DO PASTOR Onde as histórias ganham vida. Descobre agora