Capítulo 4 - Vista sua máscara de bom amigo

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Queria sair daquele lugar, queria descobrir logo onde Pandora estava, certificar-se de que ela estava viva. E tinha certeza que Sasuke pensava igual. Uma das coisas que os dois anos de convivência haviam lhe ensinado sobre ele era que, apesar de não demonstrar, Sasuke era uma pessoa extremamente passional e perdia a paciência rápido quando se colocavam entre ele e aqueles com quem se importava. Por isso, não estranhou quando o ouviu cortar o relatório policial e dizer:

— Amanhã, eu vejo se sumiu alguma coisa e continuamos essa conversa. Para onde levaram minha cachorra?

O policial suspirou e tentou desviar o assunto, mas, depois da terceira vez que Sasuke o interrompeu, foi praticamente obrigado a passar o endereço do veterinário.

— Sua casa ficará interditada pelo resto da noite, senhor.

— Não me importo — Sasuke deu de ombros, colocando o capacete de novo. — Vem Sakura, vou te deixar em casa.

— Não, quero ir junto. Por favor...

Sasuke suspirou. Viu-a juntar as mãos a frente do corpo, olhando-o com aquela mesma expressão culpada. Gesticulou com a cabeça e esperou até sentir os braços dela em volta de sua cintura, segurando-se nele com força. Tocou as mãos dela e as acariciou rapidamente antes de ligar a moto.

Aproveitou-se para fechar a viseira e permitiu-se chorar em silêncio enquanto dirigia. Não podia culpar Sakura. É claro que não. Agradecia ao fato de ela ter se escondido durante a invasão, protegendo-se. Não saberia como lidar se a amiga tivesse se ferido. Porém, ao mesmo tempo, lá dentro, desejava não ter saído de casa, ter permanecido, imaginava que as coisas seriam diferentes se fosse ele e não Sakura na hora da invasão.

Sim, seria. Ele provavelmente não teria se escondido e estaria ou no hospital ou no necrotério.

Parou a moto em frente ao veterinário, e Sakura desceu tão rapidamente quanto ele. As pessoas a olhavam, assustadas pelo sangue nas roupas dela e pelo modo afoito como ela interrogava a recepcionista. Massageou as têmporas, olhando para o relógio e verificando o quão tarde da madrugada já era antes de parar atrás de Sakura.

— O que ela quer dizer — pronunciou-se, tocando o ombro de Sakura para a tranquilizar. — É que não vamos sair daqui sem notícias e sem ver minha cachorra. Então, ou vocês me dão alguma explicação do que está acontecendo ou terão que chamar os seguranças porque eu vou entrar em cada sala desse lugar atrás dela.

Duas horas. Já haviam se passado duas horas desde que tinham chego ao veterinário e sido postos sentados em cadeiras simples na frente da porta onde a operação de Pandora acontecia. Sasuke bufou ao ver a cabeça de Sakura pender para frente pela quinta vez, indicando o sono e o cansaço que ela sentia. Sem que ela pudesse protestar, passou um dos braços por baixo das pernas dela e o outro em torno da cintura, puxando-a para que se sentasse em seu colo.

— Não — enfatizou quando Sakura acordou e tentou se levantar. — Durma. Eu te acordo — reforçou, apoiando a cabeça dela na curvatura de seu pescoço.

Ela se ajeitou em si e soltou o ar pela boca lentamente enquanto voltava a cair no sono. Sentiu o celular vibrar no bolso e o atendeu antes que o toque acordasse Sakura.

— Sasuke?

— Sakura te ligou?

Sim. Quando você estava indo para casa provavelmente. Onde você está?

Veterinário. Atiraram em Pandora.

Está viva?

Em cirurgia. Não tenho notícias desde que cheguei aqui com Sakura.

Jogo de MáscarasWhere stories live. Discover now