Belo Arrogante - Duologia Castelli - Livro 2 - Repostando

Capítulo 26

Atenção:  Capítulos novos uma vez por semana.

Malu Lemos

Se eu pensava que ia ser fácil esquecer Felipe, essa ideia foi por água abaixo. Quando eu o vi, senti como se todo o sangue do meu corpo se esvaísse. Minha primeira reação foi sair correndo dele. Não sei explicar como eu cheguei em casa, minha visão estava turva, minha mãe me recebeu de braços abertos e disse que ele foi atrás de mim em casa. Chorei por me lembrar de tudo o que ele me fez passar.

Justo agora que eu achei que tinha superado tudo. Agora que eu estava feliz, fazendo faculdade de Fisioterapia. Foi uma luta para passar na Federal, mas eu enfim realizei meu sonho, eu não passei em primeiro ou fui uma das melhores, mas o que importa é que eu passei.

Minha amiga da faculdade me ligou para saber como eu estava. Tamires sabe da minha história com Felipe e foi fácil para ela saber o real motivo que me fez sair correndo daquele jeito. Mal terminei a ligação e minha mãe veio ao meu quarto falar que Felipe estava na porta de casa, falei para ela que ele que fique lá, eu não vou falar com ele.

Resolvi dormir um pouco e quando acordei ele ainda estava na porta de casa. Minha mãe me disse pra falar logo com ele, pois ele disse que vai ficar lá até eu aceitar falar com ele. Então que fique lá fora até cansar!!! Porque eu não vou dar o braço a torcer para ele, não mesmo.

Há horas Felipe está parado aqui na porta de casa, com aquela cara de cachorro sem dono. Até minha mãe, que queria matar ele há pouco tempo, já está sentindo pena dele. Vou até a janela da sala e o céu está fechado, escuro e parece que vai chover. Minha mãe fala para eu ir logo atrás dele, pois está com medo de ele pegar uma gripe e acabar doente por minha culpa, já que esse teimoso não vai sair daqui tão cedo.

Agora estou indo ao seu encontro e eu adoraria evitar isso com todas as minhas forças. Estou tão frustrada de ter que ir atrás dele, só espero que ele facilite para mim, mas eu sei que as coisas serão difíceis com ele. A única coisa que se passa em minha cabeça é o nosso último encontro e como eu chorei vários dias por culpa dele. Tudo isso ainda me machuca muito.

O encontro, meu olhar fuzilando o dele. Felipe foi injusto comigo, não meu deu a chance de explicar tudo e, com isso, a Thaís saiu a vitoriosa de toda essa história. Ele me dá aquele sorriso de amolecer qualquer coração. Não o meu coração, é lógico. Que droga... ao olhar em seus olhos... isso vai ser pior do que eu previ. Tenho que odiar ele, assim será mais fácil.

— O que você faz aqui?

— Malu, olha, eu só não me ajoelho aos seus pés porque ainda não dá para fazer isso. Mas...

— Não quero ouvir nada. Vai embora!

Ele sorri como se eu tivesse falando a coisa mais linda do mundo. Olho para ele e me sinto péssima. Ele está em pé, enfim voltou a andar, está com uma bengala e ainda assim continua lindo e de tirar o fôlego. Seus olhos estão brilhando e ele sorri de maneira doce para mim. Felipe me envolve pela cintura, como ele faz isso segurando a bengala ao mesmo tempo, eu não sei.

— Eu passo todas as horas pensando em você! Eu queria abandonar tudo e voltar para o Brasil, para que pudéssemos recuperar nosso amor. Você entende isso? Meu maior sonho era voltar a andar e eu queria abandonar meu sonho por você. Porque não me importava voltar a andar se eu não tivesse você. Eu sou louco por você!

Acho que estou sem respirar. Nosso contato visual é intenso, sinto minhas mãos formigarem e um calafrio percorre meu corpo. Minhas pernas estão moles como gelatina. Felipe chega bem perto de mim e seu perfume marcante me envolve. Suas palavras roçam minha orelha, arrepiando os pelos da minha nuca.

— Me perdoa - Felipe diz.

Quase perco os sentidos, mas tenho que ser forte. Antes que eu posso responder, ele me puxa e me beija. Me afasto dele antes que eu não consiga me controlar. Por favor, Felipe coopere comigo! Seus olhos azuis estão fixos em mim.

— Felipe, eu não posso apagar toda a dor que eu senti e ainda sinto, cada lágrima derramada, dias e noites sem dormir, eu quase entrei em depressão...

— Porra Malu!! Eu quase morri também, teve um dia que eu quase entrei em coma de tanto beber. Mas eu faço qualquer coisa para você perceber que eu amo você.

Estou com os olhos arregalados, surpresa com isso. Sua boca vem de encontro à minha, sem me dar tempo para pensar. Seu beijo é desesperado. Meu coração está acelerado e minhas mãos suando frio. Uso toda a força que me resta para empurrar ele.

— Felipe, me beijar não vai resolver as coisas.

Ele fecha os olhos, suspira e voltar a me encarar.

— Felipe, você não me deu nenhuma chance aquele dia e não quis me escutar. Não foi?

— Malu...

— Felipe agora sou que não quero ouvir você, por favor vai embora.

Vejo surpresa em seu rosto e seus olhos escurecem, o que me parece ser raiva. Ele não diz nada e vejo dor em seu rosto. Sei que estou piorando a situação, mas quero ver ele sofrer como eu sofri. Felipe balança a cabeça em negativa. Ele caminha em direção à calçada, mas se vira e diz.

— Isso ainda não acabou.

Vejo ele ir embora em passos lentos. Fico olhando ele ir embora, chorando feito louca. 

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Capítulos novos uma vez por semana.

Lembrando que eu estou postando também Jogo Final aqui e tenho dois livros completos: Jogo Ardente e Bela Loucura.

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Beijos.