Rainha Aurora (Somente Degustação)

{♚PRÓLOGO♚}

— Majestade! Majestade! Por favor Majestade.

Eu corria pelos corredores do castelo, passando por cima de homens mortos, decapitados, outros sangrando em abundância na barriga que tentavam a todo custo se agarrar a vida, mas eu sabia que era em vão e que nada podia fazer por eles. O cheiro da morte rondava o castelo todo, e a barra de meu vestido se manchava de sangue. Sangue de homens que lutaram até o fim, pelo meu Reino e por mim, como verdadeiros e fiéis soldados.

Minha dama de companhia ainda continuava correndo atrás de mim e gritando para que eu parasse. Até que meus pés pararam de correr por um momento. Minha respiração estava acelerada, meu peito subia e descia numa dificuldade imensa para controlar meu nervosismo.

— Majestade, por favor majestade.

Jocasta estava ofegante, pelo esforço que fez para correr atrás de meus passos.

— Vamos voltar para o quarto secreto — ela implorou chorosa.

— Ele não é um quarto secreto — segurei em suas mãos geladas. — Isso é dito apenas para que as mulheres e crianças de nossa corte se sintam um pouco mais protegidas.

— Majestade...

Levantei a mão interrompendo-a e ouvimos mais um estrondo que veio lá de fora.

— Volte para lá agora — gritei. — Apesar de tudo ainda é o lugar mais seguro do castelo.

— Não, sem vós, minha senhora.

— É uma ordem da Rainha. Você tem que cumprir — coloquei autoridade em minha voz, mas sem gritar, ela já se encontrava em desespero excessivo.

— Não senhora. Não permitirei que fique sozinha a mercê do exército inimigo que já adentraram boa parte do castelo, como pode ver com seus olhos os soldados ao chão — ela entrou em prantos.

— Presta atenção em minhas palavras Jocasta — ela me olhou nos olhos. — Nenhum exército inimigo vai colocar as mãos nas mulheres ou crianças desse castelo sem antes passar sobre mim.

— Mas Majestade, a senhora é apenas uma mulher e...

— Eu estou defendendo o Castelo. Não importa se sou mulher ou não. Eu sou o poder, eu sou a figura de maior respeito desse Reino no momento. Se eu não fizer nada, meu exército que está totalmente desfalcado irá se rebelar e não lutarão mais — segurei-a pelo braço. — Venha comigo agora — a levei até o quarto secreto, onde um guarda na porta a abriu rapidamente.

Dei passagem para que ela entrasse e a empurrei para dentro com tanta força que a fiz a cair ao chão, e ordenei que o guarda fechasse a porta rapidamente.

— Preste atenção — me direcionei a ele. — Você defenderá essas mulheres, idosos e crianças que estão aí dentro com sua própria vida. Me jura isso?

— Eu juro Majestade — ele se ajoelhou no chão apoiado em sua espada.