O Recomeço #Wattys2016

22

Fernando sentia a brisa noturna bater suavemente contra seu rosto, enquanto os questionamentos de sempre invadiam sua cabeça.
Ok, os tais questionamentos mudaram...
Agora não eram mais os de sempre.
Seus amigos não eram tão incríveis quanto ele já enxergou um dia;
As atitudes de agora, o antigo Fernando jamais tomaria.
Olhando para o passado sentia-se perdido e completamente vazio.
Como podia ele, viver daquela maneira?
Sim, algo o transformou...
Agora, cabia a ele mesmo descobrir o que.
Ou talvez, quem.
O jovem lembrou-se de algumas horas atrás, quando Arielle anunciou que ele e Isis fariam uma peça juntos.
Sabia que isso aconteceria, mas não pensou muito na possibilidade de ser seu par.
Talvez, realmente tivesse que ser dessa forma...
Mas só talvez.
Lembrou-se também, do olhar vagamente assustado dela ao receber essa notícia.
Com essa imagem na cabeça, entrou rapidamente em seu quarto, apanhando um papel e alguns lápis em diferentes tons de azul.
Os traços, pouco a pouco foram ganhando uma forma especial.
Agora os olhos de Isis não estavam apenas em sua mente...
Toda vez que quisesse apreciá-los, estariam ali, naquele papel.
-Caramba, eu gostei. -Seu irmão mais novo entrou no local.
-Valeu. -sorriu.
-Bem que você podia fazer arquitetura, sei lá, você desenha bem.
Fernando deu de ombros e voltou a encarar o desenho à sua frente.
Foi obrigado a concordar que ao vivo seu olhar era ainda mais bonito, muito mais.

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-Não sabia que você fotografava.-Malu apareceu tão de repente que quase assustou Vinicius.
-Você não sabe nada sobre mim.
-Meu Deus... -Falou pausadamente as duas palavras enquanto se retirava lentamente do local, indignada com tanta arrogância.
Nem ela mesma sabia por que estava ali.
Simplesmente só queria estar.
Podia ser algo bom ficar perto de Vinicius, mas só mesmo em sua cabeça.
Os dois eram totalmente...
Incompatíveis.
Era o que parecia até aquele momento.
-Malu! -o garoto a alcançou diminuindo os passos da colega. -Você não sabe nada sobre mim, e eu também não sei nada sobre você... Não é uma coisa boa?
-É?
Ele riu enquanto a jovem continuou a encará-lo com uma expressão séria, e com uma das sobrancelhas arqueadas.
-Qual a graça?- Quis saber.
-A graça é descobrir o que cada pessoa tem de bom. Mesmo que sua melhor parte esteja escondida debaixo de alguns defeitos, ou algo assim.
A garota tentou esconder um sorriso que se desenvolveu em seus lábios, sem sucesso.
Sorrisos não foram feitos para serem escondidos.

-

Milena estava na cama quando ouviu passos pesados em direção ao seu quarto.
-Posso entrar? - Celina abriu a porta lentamente, observando a sobrinha, que por sua vez, assentiu sem lhe direcionar os olhos.
-Eu sempre fiz tudo para o seu bem.
-Tia, você não...
Celina fez um sinal para que a garota se calasse.
-Mas dessas vez eu errei, eu sei. -completou.
-Admitir isso agora não vai melhorar a situação.
-Mas você pode fazer com que ela mude. Posso encontrar a sua mãe.
-Pode? -Milena finalmente olhou para a tia.
Celina fez que sim com a cabeça, indo até a porta.
-Só quero ver você feliz. -Disse antes de sair do quarto.
Sua voz estava carregada de honestidade, parecia sincera.