Capítulo 12

2.9K 197 8
                                    


                     NÍCOLAS:

Eu não consigo acreditar no que li. Ela foi embora! Ela não acreditou em mim. Não quero ficar aqui sem ela e a minha filha.

Eu ouço alguém batendo na minha porta, olho para o lado e vejo uma Carly furiosa.

  — O que você fez, seu idiota? — ela veio apressadamente em minha direção.

  — Não fiz nada.

  — Ah, não? E quanto a esse filho que a Samantha tá esperando? E quanto a Mia ela ter ido embora?

  — Esse filho não é meu. E ela foi porque não acreditou em mim.

  — Por que será né, Nícolas? — nunca tinha visto minha irmã tal brava comigo.

  — Deixa eu te explicar por favor.

  — Fala logo, antes de eu me arrepender de não ter matado você aquele dia na piscina quando éramos pequenos.

Eu contei tudo a ela, do início ao fim, e ela ficou com uma cara pensativa.

  — Você jura que está falando a verdade?

  — Sim, eu juro!

  — Olha bem nos meus olhos Nícolas. Vou te ajudar e botar a mão no fogo por você, mas se eu descobrir que você está me mentindo, eu te mato, seu inútil.

  — Valeu, maninha linda — fui abraçar ela e ela fez uma cara de nojo e me afastou com a mão.

  — Não encoste. Ainda estou louca com você, por se meter com essa vadia da Samantha, e por minha sobrinha não estar aqui.

  — Olha só: nós precisamos de provas que a Samantha está mentindo, e eu já sei por onde começar.

  — Tô ouvindo.

  — Eu acho que já sei quem pode ser o verdadeiro pai dessa criança. Eu preciso apenas que ele admita, depois botamos uma câmera no meu quarto e eu começo a conversar com a Samantha, fazer ela admitir que está me mentindo.

  — E onde esse suposto homem pode estar?

  — Aqui mesmo.

  — Como assim aqui? Ela não pode ter engravidado aqui, se você a expulsou antes.

  — Eu acho que ela deu um jeito, e nunca saiu daqui. Alguém que está aqui tempo o suficiente para poder mantê-la aqui.

  — Mas quem?

  — Michael — ela franziu o cenho.

  — O médico ?

  — O próprio.

  — Mas por que ele faria isso?

  — Carly, pensa comigo: ele pode vir e ir quando quiser aqui no reino, e como ele é médico, pode muito bem falsificar um exame, ninguém desconfia de um médico, então ele pode muito bem mantê-la aqui.

  — Faz sentido, mas eu acho que ele não está por trás disso.

  — Pois eu acho sim, e vou investigar. Preciso da minha mulher e da minha filha de volta.

  — Você a ama, não é?

  — Muito.

  — Mas me explica isso. Tantas mulheres passaram pela sua vida, por que ela?

  — Não sei bem. Ela é diferente, sabe. Não escuta e se cala, é humilde quando necessário mas quando não é, é uma legítima rainha, e ela procura me entender...

  — Que fofo, você está amando — falou batendo palmas toda animada.

  — Vai a merda, Carly!

  — Vou sim, mas se você não achar soluções logo, vai entrar em uma merda pior — falou irônica.

  — Pior que você tem razão.

  — Eu sei, sou um gênio. Agora vou lá com o Berry, qualquer novidade me avisa.

  — Tudo bem.

      Depois de ela ter saído eu tive uma ideia do que fazer.
      Peguei uma câmera e botei escondido perto da cama, entre os livros e pedi pra um guarda chamar a Samantha.

  — Mandou me chamar?

  — Sim. Precisamos conversar.

  — Fala.

  — Por que você tá fazendo isso comigo?

  — Isso o que, querido?

  — Mentindo que esse filho é meu pra quê?

— Porque eu não gosto dela, porque eu quero o trono, e porque eu quero você !

  — Quem é o verdadeiro pai dessa criança?

  — Um carinha ai.

— Quem?

— Por que quer saber?

  — Porque sim. Agora responda logo.

— Michael — há, eu sabia.

  — Eu sabia!

— Posso ir agora?

  — À vontade.

Pronto, gravei tudo isso. Vou atrás da Mia logo, não aguento mais ficar sem ela e minha menina.

        MIA :

Eu cheguei no castelo muito cansada, então fui direto para o meu antigo quarto levando Angelina, claro.
Estava tudo como eu deixei. Dei um banho nela, tomei o meu depois, e fui me deitar, mas meu irmão entrou no quarto.

— Me diz que você tá bem.

— Não posso dizer uma coisa que não é verdade.

— Ah Mia, que merda!  — eu comecei a chorar e ele me abraçou.  — Me diga o que aconteceu.

— Eu estava achando umas cartas da Samantha no armário dele, cartas que estavam soando como resposta para cartas mandadas por ele. Até ai eu não falei nada, mas a querida Samantha apareceu no castelo dizendo que estava grávida dele de dois meses.

  — E o que ele disse ?

  —  Ele negou. Disse que não é verdade, e que me ama.

— E você acredita nele?

—  Eu queria acreditar, mas não dá. Depois de tudo isso não dá.

  — Olha, maninha; você sabe que eu nunca gostei daquele inútil, sabe que eu sempre achei que ele não prestava, mas dessa vez, não sei porque, acho que ele está falando a verdade pra você.

— Por quê acha isso?

— Não sei, mas é o que eu acho. Instinto talvez. Mas bom, vou deixá-la descansar. Qualquer coisa sabe onde me encontrar. Te amo, até logo.

— Obrigado. Também te amo.

Ele saiu e de novo,não consegui não chorar. Que droga! Por que eu tinha que ser tão sentimental?!

Eu não posso dizer que eu o amava muito, porque eu o amo muito, e infelizmente, esse verbo não pode ficar no passado,e acho que vai demorar muito ainda pra ficar.
Eu queria poder me olhar no espelho agora e dizer que estou bem, e tudo isso está sendo e será apenas um sentimento passageiro.
Eu sempre tive a mesma rotina, desde pequena, sempre tive os mesmo sonhos,e os mesmos medos, até ele chegar. Ele chegou e bagunçou tudo, e todos os sonhos e a minha rotina mudaram totalmente, exceto meu medo de não ser feliz com quem amo, e que é o que está se realizando agora.
Eu queria tanto que o que meu irmão diz fosse verdade, mas eu não consigo acreditar que seja, infelizmente não consigo.
E pensando tanto em tudo isso, cai no sono.

   Quando acordei e vi que a Angelina não estava do meu lado,  entrei em desespero.

A Prometida - COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora