Capítulo 04 - Ainda existe uma saída

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"Os olhos não fecharam ainda, Deus soprou fôlego de vida, busque esse ar. Respire e viva. Respire e viva. Sim, existe uma saída.
Ainda é tempo, ainda é tempo, sim."

Ainda é tempo - Marcela Taís

🎵 🎵 🎵

     O suposto maníaco me trouxe o remédio, em seguida preparou café. Depois de tomar banho me senti mais disposta. Nada melhor que um bom banho gelado.

— Tá se sentindo melhor? — ele pergunta.

— Quem é você?

— Não respondeu minha pergunta — pontuou, enquanto me analisava.

— Nem você! — cruzei os bracos.

     Ele ri.

— Você é meio complicada de lidar, hein.

— Sou mais complicada ainda quando querem me matar.

     Não posso negar o fato do cara estar me tratando bem, porém isso não quer dizer nada. Ninguém sabe o que uma mente maníaca pode fazer. E se ele resolvesse me topar? Ou, pior, se estivesse esperando o momento certo para me atacar? Eu tinha mente tudo que poderia acontecer. Por fora estava sendo durona, mas, por dentro, o medo me consumia. Cheirei o café várias vezes antes de beber, me certifiquei se o comprimido era realmente remédio e fiz questão de pegar a água — da bica —, vai que o maníaco colocou alguma substância em todas as águas da geladeira?
Todo cuidado é pouco diante desse caso.

— Imagino que os maníacos que você conheceu devem ter tido muito trabalho — disse, sentando ao meu lado.

     Me arrastei para longe dele, ficando na ponta do sofá.

— Deixa de ser engraçadinho— falei, sem ânimo para brincadeiras.— Eu preciso voltar pra casa, eu tenho família, sabia?

— Me lembra de falar com eles para não te deixar beber assim. Vai que da próxima vez você vai parar na casa de um maníaco — deu ênfase na palavra, certamente debochando de mim.

     Revirei os olhos.

— Tá tentando me colocar medo, senhor Não Tem Nome? — ironizei.

— Não preciso, você já está com medo!

     Engoli a seco.

— Não estou não! — falei firme.

— É claro que está — insistiu. — Você tá mexendo seu pé
freneticamente desde a hora que acordou.

     Pus as mãos da minha perna, parando com os movimentos que fazia.

— Eu... Eu...

— Você só está com medo — me interrompeu. — Mas não precisa ficar com medo, eu não sou um maníaco como você está pensando.

— Por quê? Existem outros tipos de maníacos que eu ainda não pensei? — me ajeitei no sofá

     Ele dá uma ligeira gargalhada.

— Acho que você ainda está muito bêbada.

     Sentou ao meu lado novamente, porém, dessa vez, não me afastei. O analisei por alguns segundos e ele realmente não parecia um maníaco (se é que dá para reconhecer um só pela aparência), mas, se fosse, seria um desperdício, porque o homem é bonito pra caramba!

— Então eu posso confiar em você? — perguntei baixinho.

     Ele me olha por alguns segundo, um sorriso escapa por seus lábios.

Irresistível AmorWhere stories live. Discover now