The Nanny - Camren

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Camila P.O.V

Acordo com os poucos raios de sol adentrando as persianas do quarto, já sentindo o cheiro de café puro invadir o pequeno cômodo. Levanto relutante por ter que ir a tal casa que iria trabalhar o resto do inverno, e para piorar como babá, mas era o único, era isso ou me prostituir, o que com toda certeza não era uma boa ideia.

Tomo um duche rápido e saio do banheiro em seguida, dando de cara com minha irmã menor querendo entrar no mesmo. Assim que fechei a porta do quarto procurei uma roupa decente no armário apertado. Teria que me vestir adequadamente, pelo o que eu soube é uma família rica e eu não passaria vergonha, mesmo sabendo que não tinha lá roupas muito chiques.

Acabei por pegar uma camisa de mangas longas brancas, uma saia preta e uma meia que ia até a metade das coxas também preta. Calcei um sapato qualquer e coloquei meu relógio de pulso, junto com um colar delicado. Soltei meus cabelos castanhos que caíram como cascatas um pouco acima de minha cintura.

Me olhei no espero gostando resultado, estava mediana.
Peguei meu simples celular de cima da cômoda com varias fotografias tiradas das poucas paisagens que tinha visto, algum dia ainda seria uma boa fotógrafa paisagista. Peguei minha bolsa e me direcionei ao cômodo aonde vinha um ótimo cheiro de café.

"Bom dia, Hija" Minha mãe disse com seu doce sorriso e logo se aproximou, beijando carinhosamente minha testa.

"Bom dia, mama" sorri para ela e sentei na mesa me servindo em seguida.

Logo minha irmã apareceu também se servindo. A crise aqui cresceu e eu só topei o trabalho de babá para ajudar nas inúmeras contas que minha mãe sozinha não conseguia pagar. Ela obviamente reclamou por uma menina de dezesseis anos trabalhar, mas eu disse que era o sensato a fazer, e eu não me incomodaria de trabalhar para ajuda-la. Uma pessoa não poderia sustentar duas e a si mesma nessas situações.

"Boa sorte com o primeiro dia de trabalho, mi hija." minha progenitora disse despejando café na xícara de Sofia, minha irmã.

"Obrigada" falei realmente agradecendo.

Espero que saia tudo bem, pensei desejando que isso superasse minhas expectativas.

Assim que terminei o café me despedi das duas, como eu estudava no período da noite eu poderia trabalhar de manhã e tarde sem rodeios. Caminhei pelas ruas e parei na estação de trem. Eu estava nervosa. Temendo que eu fizesse algo errado. Mas era apenas uma criança, não é? É. Suspirei e peguei o trem.

[...]

Olhei mais uma vez para o endereço no papel só pra ter certeza. E uau! A casa era enorme em um bairro de classe alta o que só me fez ficar mais tensa e nervosa. Caminhei enrolando o papel e o jogando dentro da bolsa. Parei em frente a grande porta da mansão, me permito soltar um breve suspiro antes de dar duas batidas cautelosas, após o feito ouvi a porta sendo destrancada e uma mulher de meia idade com uniforme claramente de empregada apareceu com um sorriso amistoso.

"Olá, você deve ser a nova babá certo? Camila?"

"Camila, sim, a nova babá." sorri fraco

"Oh claro, estão a sua espera, entre." a mais velha cedeu a passagem e eu logo entrei.

Era realmente uma casa muito enorme e moderna, com móveis em tons escuros e quadros espalhados pela sala, assim com um lindo lustre no teto, eu a olhava encantada, a partir dali aquele seria o meu local de trabalho. Uma mulher de cabelos castanhos, morena, corpo escultural e muito refinada por sinal, surgiu entre as escadas perto de uma porta. Ela tinha um ar de superioridade que dava medo. A moça que deduzir ser mulher da Srta. Jauregui se aproximou e estendeu a mão pra mim.

"Camila Cabello certo? Sou Keana Jauregui" sua voz era tão bonita quanto a mesma.

"Oh sim, prazer Sra.Keana" apertei sua mão estendida.

Keana me olhou de cima a baixo e balançou a cabeça afirmando minimamente com a cabeça.

"Bem vestida, simpática, gostei." Deu uma pausa antes de continuar. "daqui a pouco eu e minha mulher sairmos para trabalhar. Kate logo irá acordar e você a conhecerá." Keana avisou

Assenti, então a criança era menina.

"Quanto anos ela tem?" perguntei tentando ter mais conhecimento da garota.

Keana pareceu visivelmente entediada com minha pergunta e gesticulou com as mãos.

"Margô irá lhe falar tudo o que precisa saber sobre a menina, mas antes, Lauren quer conversar com você" Keana parecia um tanto desinteressada na filha,

O que me intrigou.

"Anh..sim" falei desconfortável ajeitando a saia pelo nervosismo.

"Margô, leve-a até o escritório, vou trabalhar." Keana acenou para mim e pegou a bolsa do sofá seguindo para fora da casa.

"Venha Camila, melhor sermos rápidas. Srta.Jauregui é como deve chama-la. Ela odeia atrasos, desordem e principalmente desobediência" Margô avisou falando mais baixo.

Apenas assenti com a cabeça, Lauren não parecia pessoa de amizades, mas eu precisava e fazer amizade com a criança que agora eu passaria a maior parte do tempo. Paramos em frente ao escritório que ficava no andar de baixo, assim que Margô bateu na porta ouvimos um "entre".

Margô saiu praticamente correndo dali, respirei fundo, coloquei uma mecha do cabelo para trás e abri a porta podendo ter á visão de uma mulher sentada em uma poltrona, cabelos negros e grandes jogados para o lado, lindos olhos verdes, rosto perfeitamente desenhado, pele branca, vestia uma roupa casual, mas tinha um olhar frio. Admito que ela era de uma beleza inigualável.

Assim que me viu semicerrou os olhos me analisando atentamente. Fechei a porta ainda sentindo seu olhar pesado sobre mim.

"Olá" digo com um sorriso timido nos lábios.

A mulher balança a cabeça em forma de cumprimento.

"Sente-se" sua voz rouca soou e assim fiz. "Camila Cabello, bonito nome"

"Obrigada, Senhora" Agradeci

"Srta.Jauregui" Ela corrigiu e eu prontamente assenti, engolindo seco, algo me incomodou nela.

"Desculpe, Srta.Jauregui."

"Então acha que está apta para o trabalho?" Jauregui perguntou.

"Sim, tenho certeza." disse firme.

"Que idade tens?"

"Dezessete." Respondi.

A mulher mais uma vez me olhou com um sorrisinho de canto e antes de se pronunciar, estalou a língua do céu da boca.

"Então está apta perfeitamente para o trabalho" Seu tom soou como... duplo sentido?

Me senti desconfortável. O que aquilo queria dizer?