Sete.

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Estava sentada na mesa com as mãos expostas em declínio presas por algemas. A sala parecia silenciosa mais ao mesmo tempo inquieta. Eu sabia que do outro lado havia um bocado de pessoas à espera de uma resposta na qual eu não tinha. De repente o trinco da porta gira e de lá sai um cara de boa aparência com uma blusa meio aberta,um jeito de executivo de alguma parte de Nova York,uma certa figura que trabalha como se estivesse numa valsa e quem ditava a dança era ele.
- Olá. como vai Esther? soube que não gostou das algemas,mas vou tira-las. Meu nome é Foreman,Jason Foreman. Acho que vamos falar bastante. Eu já me apresentei,vamos apresentar você senhorita... Senhorita Esther Stevens,filha de Ronald e Helena Stevens,tem um irmão chamado Jefferson Stevens. Cursa o segundo ano na escola estadual,já viajou para Manchester a procura da mãe em 1995,foi detida três vezes por roubo,sendo que uma delas foi sua própria mãe. Enfim esqueci de algo?
Ele parecia certo de que seriam fácil por uma garota contra parede já que todo o resto estava contra ela,mas talvez não fosse tão fácil magoar alguém sem nada.
Esther permanecia calada enquanto o homem de gravata cinza falava sem parar com uma presunção que acaba por si em chatice. Ele fez a pergunta e jogou a pasta na qual havia todas aquelas informações em cima da mesa.
- Já fui internada no hospital, e passei três semanas em um manicômio.
Foreman sorriu surpreso.
- É? E o que você fez?
Esther tirou a visão do ventilador a sua direita e pôs no homem. Ele parecia querer algo pra rir. Parecia estar em plena forma teatral.
- Eu tentei me matar.
O homem como previsto fez um gesto de espanto cômico e depois se sentou de frente pra ela,esperando ela continuar.
- Mas minha mãe abafou o caso,isso não era bom pros negócios de papai.
- Nossa que lindo sua família,vamos falar dela então. E vamos falar das outras. você sabe que tem outras?
Depois riu descontroladamente um pouco,e recomeçou.
- Claro que sabe. Bom. Seis famílias que não tem nada a ver,seis famílias que tem filhos adolescentes,seis famílias que ninguém ia saber que elas existiriam se não fosse...(fez uma pausa teatral) se não fosse você eu acho,acho que você é a sete. sua família é a sétima. E sabe o que todas elas tem em comum querida?sabe? bom eu vou lhe dizer. Nenhuma sobreviveu. ninguém ficou pra contar a história. não é engraçado que só você tenha sobrevivido?
Esther permanecia calada,pensando na sua vida,ou que restou dela. Seu irmão a quem amava não iria ter as coisas que ela já teve,não ia poder aprender a andar de bicicleta ou a jogar de bola com os outros garotos. ele estava morto junto com toda sua família.
- Eu acho engraçado,por que quem cometeu todos esses crimes era bem esperto. por que não há rastro de nada,as vítimas simplesmente são mortas de qualquer jeito,não há motivos,o único padrão é ser uma família,daí eu me pergunto...por que as familias? Eu não sei,pessoas loucas tendem a fazer loucuras. Mas o que interessa Esther,é só a questão: você matou todas essas pessoas?
Ela se virou para ele,parou um pouco,olhou para a gravata cinza.
- Vai se foder!!!
A resposta veio de imediato na cabeça de Foreman como um ataque de asma. Depois ele relaxou. E olhou pra ela com desprezo e alegria.
- Muito bem, Quero ver isso quando você tiver numa cadeira,e eu lá de longe observando você morrer. por que é isso que vai acontecer. E não há nada que impeça isso de acontecer. Você devia sentir vergonha de ser tão,,.
A porta se abre e se escuta a voz de uma mulher que de imediato fala com Foreman num tom nem alto.
- Pare Jay!!! A minha cliente deve ser respeitada segundo a constituição de...
- Tá,tanto faz eu já tinha terminado aqui mesmo. ah Mag...sinto muito por você,só pega caso perdido.
A mulher assentiu e deu um riso,entrou e sentou-se no lugar onde Foreman estava. Pôs uma maleta em cima da mesa,tirou o óculos,afrouxou a camisa que deliniava seu belo corpo,e respirou fundo.
- Olá Esther. Meu nome é..
- Margareth Grenty. você é advogada. já entendi. Quando eu saio daqui?
- Me conhece então né. Bom isso vai ser difícil mocinha,seja lá o que tenha pensado que eu ia fazer pra tirar você daqui,esqueça.
- Que Merda!! por que tão me prendendo aqui,quero ir ao enterro da minha família.
- Bom. Acho que não vai ser possível. Você está aqui Esther por que há uma série de assassinatos que envolvem sua família e só você sobreviveu. o que nos leva a pensar se você não tem nada envolvido,é isso que lhe prende aqui garota,acham que você matou seus país,e o resto também.
- Você acha também?
- Não cabe a mim achar ou não achar eu estou aqui par defendê-la. Mas sim,acredito sim. há muitas coisas e nenhuma ao seu favor.
- Então por quê tá aqui? Me deixa morrer logo pow.
- Todo cidadão tem direito a..
- Quero que todo cidadão se fôda. não ligo pra essas besteiras,eu não matei meus pais,não tenho motivos para isso,não sei porque insistem nisso.
- Calma Esther se sente por favor.
- Sabe onde eu quero que você enfie essa calma?
- Cheeega!!! pare com isso sua menina idiota. sente - se aí agora.
Esther fez o que a mulher mandava, Depois de um certo tempo a mulher a olhou e virou uma porção de folhas na mesa,algumas fotografias. Depois saiu colocando um bocado em cima da mesa de forma que Esther podesse ver,mas ela recuou com a mão nos olhos quando viu que se tratava das vítimas.
- Que nojo,tira isso daqui. Não quero ver isso.
A mulher fez como se não ouvisse ,e continuou pondo.
- Os Leroe. Mortos há uma semana. Os Richards mortos há um mês. Os Deefoe mortos há três meses. Os McGregor mortos há cinco meses. Os Austins mortos há sete meses. Os Bensons mortos há nove meses.
Fez uma pausa,olhou para Esther mirando seus olhos.
- Os Stevens mortos há dois dias.

Eu sonhava com serpentes entrançando meus cabelos e folhas que saiam de dentro da boca de leões,todo dia era tarde e era o tempo todo,havia um sol que iluminava mas não aquecia. O medo era algo ali tão perto,tão destinto. Me sentia embriagada no esplendor das névoas que se pairavam no céu e se distanciava de tudo,um mundo repleto de beleza e calma que não me deixa-va. Havia beija flores,orquídeas. De repente as nuvens ficam baixas,mais densas,mais feias. Algo longe sussurrava como um trovão estridente. E ele pronunciava algo que não compreendia,não queria compreender. Estava mais forte cada vez mais forte,Era quase capaz de entende-lo. Os campos perdiam a cor algo apovorava os animais,e a mim mesma. Algo estava vindo,com pressa e instantâneo. O trovão dessa vez foi se estabelecendo como uma voz masculina,Era algo como Fátima o que ele pronunciava,Ou talvez fosse...Afasta!!! Afasta!!! Agora tudo desapareceu,o cheiro de desinfetante, as vozes,pessoas chorando,pessoas caminhando. Alguém achou graça e disse: Temos ela de volta rapazes! E houve palmas. Eu abri de pouquinho os olhos,dai percebi que esteva em um hospital,a luz iluminava tudo,o branco sentilava os jalecos das enfermeiras. Daí vi minha mãe,meu pai. Os tubos,as vitrines,as pessoas passando,eu estava viva. Mas preferia não está. Um jovem homem bonito veio até mim,pegou uma lanterna e abriu meus olhos,ficou observando."ela parece está bem " Daí vi minha mãe abraçar meu pai,comemorando por sua filha está viva. Depois de um tempo o mesmo homem veio e me perguntou se eu estava bem. Me disse que eu estava em coma e que por pouco não a perdeu. Disse que os comprimidos que tomara foram bem fortes,mas com sorte meus pais chegaram a tempo. Disse que não devia ter feito isso,que garotas como eu não deviam ter motivo para isso. E depois sorriu e saiu. Logo depois meu país entraram,meu pai quis dizer algo como uma bronca mas minha mãe interveio. Pegaram minha mão e disseram que ia ficar tudo bem.

- Encontraram sangue na sua roupa,do seu irmão. uma pistola perto do corpo do seu pai,que estava com um tiro no olho,e sua mãe na sala com um tiro na testa e outro no peito,não havia sinal de invasão,nem de luta. Não houveram testemunhas a não ser um velha senhora chamada Amandha Clark,aposentada ex professora de teatro,que disse no depoimento que ouviu batidas na janela e abriu. Depois viu você com seu irmão no colo ensanguentado. Isso condiz com sua história Esther?
- Sim.
- Você atirou na cabeça de sua mãe,fez seu irmão de refém para atrair seu pai e mata-lo na fachada e depois atirar no estômago do seu irmão e fazer tudo isso ter sido causado sem que houvesse suspeitas sobre você?
- Não Senhora.
- Bom. Não há digitais na arma,há pegadas suas indo ao encontro das vítimas,há sangue de uma vítima na sua roupa. Consta nos registros que você teve treino de tiro e seu professor confirmou que você atirava bem. Também consta que você tem um diário em que intitula seus pais como: "lixos" e seu irmão como um fato causador da sua tentativa mal executada de suicídio. Você compreende em que situação está Esther?
- Sim,mas eu não fiz nada disso,a senhora tem que entender que tudo isso é um engano terrível.
- É pra isso que estou trabalhando,pra tentar achar uma maneira de lhe livrar da pena de morte, São mais de vinte assassinatos. Você já está sendo conhecida como a assassina de famílias. Já deram nome de várias coisas pra você na Internet,nomes bobos,você já está sendo conhecida em todo país,e até fora. Tem noção de que estamos enfrentando?
- Eu sei que isso tudo é sério moça,mas há de haver um jeito...
A porta bate. A senhorita Mag vai até ela é abre,de la sai um oficial negro,de sorriso largo e de gravata amarela.
- Parecem que vão soltar a abelhinha.
Diz isso apontando para onde estava Esther e depois sai. Meg fecha a porta e depois volta a se sentar. Ela olha para Esther com um risinho.
- É parece que tem alguém que gosta de você lá fora.
Ela pega as folhas,as fotos ,os recortes,junta numa pasta e põe na maleta. Esther pega na mão dela e a faz parar.
- Abelhinha?

Esther Where stories live. Discover now