Capítulo 1 - Parte 6

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Na data e uma hora mais cedo do que o marcado, Daniel estava na frente do estabelecimento. Do outro lado da rua Daniel percebe uma banca de revistas, poderia ficar lá observando o movimento, esperando algo suspeito ou a chegada da pessoa com as características informada no e-mail. A hora passa e Daniel continua na banca sem levantar suspeitas, folheando revistas e jornais, ao se aproximar do momento marcado ele comprou uma revista e ficou lendo ali mesmo, mas de olho na cafeteria do outro lado da rua. Mais alguns minutos se passam e nem sinal da pessoa com quem deveria se encontrar. Estava esperando um homem de meia idade vestindo um terno preto e chapéu, ninguém com essa descrição estava na cafeteria neste momento. Daniel percebe que alguém chega a banca de revistas e pega uma revista ao seu lado, ao olhar ele percebe se tratar de uma mulher, com não mais de 30 anos, com cabelos lisos e escuros e um vestido vermelho. Não pode deixar de notar sua aparência, ela era encantadora, na sua cabeça, ela poderia muito bem assumir o papel de uma heroína em algum filme ou série de super-herói. Tão rápido quanto percebeu ela chegando voltou seu olhar para a cafeteria.

– Curioso não? Uma corrida com diversos enigmas atrás de um grande prêmio, parece saído do livro do Ernest Cline – Falou a mulher.

Daniel olhou com ar de indiferença e balançou a cabeça positivamente para ela como se tivesse concordando, mesmo sem fazer ideia do que ela estava falando e voltou a observar a cafeteria. Daniel nunca entendeu como as pessoas tem tanto desprendimento social para puxar assunto sobre qualquer coisa com qualquer um em qualquer lugar, os famosos free talkers.

– Interessante, você é cauteloso, não foi diretamente até lá, e sem dúvida tinha um plano para caso algo desse errado – Continuou ela.

– Ahn? Acho que você me confundiu com alguém moça, não sei do que está falando – Respondeu Daniel.

– Acho que não, é com você mesmo que vim falar Daniel – Alguma coisa estava errada, mas teria de manter a calma.

– Como você sabe meu nome? – Disse ele tentando parecer calmo.

– Sei muito mais que seu nome, sei também que você fez uma boa pontuação no Akator e recebeu um uma proposta, sou seu contato. Mas por falar nisso, brilhante ideia aquele site né, informei alguns traços do perfil de quem eu procurava e assim que a ferramenta identificou um perfil similar baseado nas informações coletadas lá fiquei sabendo.

– Você não se parece com quem eu deveria encontrar – Exclamou Daniel ainda em dúvida.

– Ah, homem de meia idade de terno e chapéu? Desculpe por isso, adoro essas entradas surpresas, bem coisa de cinema. Mas então, que tal um café?

– Pergunta ela já indo em direção a cafeteria. Daniel da de ombros e acompanha-a até o estabelecimento do outro lado da rua.

– Ah, meu nome é Sofia caso queira saber.

Já sentados e com seus cafés Sofia explica o que tem em mente. Um plano um tanto ambicioso. Os dois sabem muito bem que quando se trata de crimes virtuais a impunidade é gigante, e as forças policiais não tem muito o que fazer a respeito. Sua proposta para Daniel é uma vaga em seu time, um pequeno grupo independente que opera como vigilantes, resolvendo problemas que a polícia nunca iria por a mão. Não precisou muito para Sofia deduzir que Daniel tinha um passado obscuro. Um jovem de 21 anos, com um vasto conhecimento em hacking, sem nenhum registro empregatício ou em instituição de ensino, provavelmente deveria estar metido em algo, e o fato de não estar preso comprovava de que era suficientemente bom. Esta oportunidade era ideal para Daniel, poderia fazer o que gosta e o que é bom em fazer, mas o fato que o fez aceitar o acordo foi a possibilidade de usar isto para dar o troco em BlackDiamond pelo que fez a ele e seus amigos.

- Mas como vou saber se isso não é uma armadilha ou coisa do tipo? – Pergunta Daniel.

– Não vai, vai ter de confiar em mim – Responde Sofia.

– E se fosse algum tipo de armadilha não teria o trabalho todo que tive, existem formas mais fáceis de se capturar alguém – Continuou ela.

E isso Daniel sabia que era verdade. Com redes sociais as pessoas acabam se expondo muito, mas normalmente mostrando ser mais do que realmente são.

– E o que eu ganho com isso? – Perguntou ele.

– Além de fazer um bem pra humanidade tirando da internet quem não presta? Bom, você vai receber uma parte dos lucros do nosso serviço. Não é grande coisa mais já ajuda – Ela responde e entrega a Daniel um cartão que tem apenas um QR Code.

– Antes que pergunte, temos um site onde publicamos algumas informações dos casos que pegamos e as propagandas e links afiliados dão um dinheirinho por acesso, mas as vezes recebemos doações anônimas, algumas com casos para investigarmos. E aí, o que me diz?

– Tô dentro então, eu acho – Daniel responde ainda receoso.

– Ainda bem! Se não aceitasse eu teria que te matar – Isto deixa Daniel bem assustado, mas antes que consiga pensar alguma coisa ou fazer algo Sofia completa: - Tô brincando, mas te mando um e-mail assim que der com mais informações. – E dizendo isso, Sofia se levanta e sai da cafeteria deixando Daniel sozinho com seus pensamentos, processando tudo que aconteceu e o que acabou de ficar sabendo.

CyberWar - Guerra DeclaradaWhere stories live. Discover now