1 Assalto

707 62 44
                                    

Alice narrando.

↑♥↓

Eu cai com a forte pancada, me senti atordoada por um tempo breve, deve ter levado uns 10 segundos até eu abrir os olhos e tentar levantar com dificuldade, e assim me levantei, eu estava com os olhos quase se fechando, tudo estava girando, mas quando minha visão voltou ao normal eu pude ver um homem encapuzado me olhando com olhos apavorados e raivosos, eu então levantei as minhas mãos e me ajoelhei, e então eu quebrei o silêncio e disse

-O que quer? Eu não tenho dinheiro e não trouxe nenhum bem material

Eu realmente estava sem nada a oferecer, eu estava passeando e ia voltar para casa, mas ele não se importou e disse

-Tem certeza que não tem nada? Dinheiro, celular... E ande logo, eu estou com uma arma em minha mão, é melhor não hesitar em me entregar o que tem com você

-Mas eu realmente não tenho nada comigo, eu juro

-Você tem roupas, tire-as e as dê para mim

Eu não acreditei no que ouvi, é claro que eu não ia dar minhas roupas pra ele, eu sou serva de Deus, não ia mostrar meu corpo para ninguém, muito menos para um idiota e tapado como aquele assaltante, então neguei

-Eu não vou tirar minha roupa, me deixa em paz por favor, eu não te fiz nada me deixa ir por favor

-Eu tentei do jeito fácil, quem você prefere que sofra você ou...você!?

-POR FAVOR ME DEIXA EM PAZ, VÁ EMBORA...

Ele tapou minha boca com uma mão e com a outra apontou a arma para minha cabeça

-shiiii! ou você quer morrer, vamos, cale a boca

-Eu fico quieta, mas por favor, me deixa ir embora

-Acho que não

Ele tirou a máscara de pano de seu rosto e eu observei bem os detalhes, ele tornou a me encarar bem e disse

-Agora que sabe como sou você sabe de mais, coitada vai sofrer agora

Naquele instante ele me espancou, me bateu até eu ficar quase inconsciente, eu não conseguia abrir um dos meus olhos, eu estava com muito medo, e comecei a orar, derramei milhares de lágrimas enquanto clamava a Deus, de repente sinto ele não me bater mais, com dificuldade eu abro um olho e vejo uma pessoa parada com uma arma na mão apontando para ele, e então milhares de outras pessoas o cercam com armas apontadas, consegui ainda perceber que era a polícia, eu não sabia como haviam ido parar lá no salão de espera do metrô, mas mesmo assim eu sussurrei:

-Oh Deus, obrigada

-O que disse?

-Ah não, não é nada...

Eu ergo minha cabeça e vejo um jovem de cabelos castanhos claros, bem bonito e simpático, com um rosto delicado e familiar, sentia como se já o conhecesse, ele estava estendendo a mão para me levantar, eu aceitei a ajuda e sento no banco em que eu estava desde o início

-Você está bem? Qual seu nome?

-Bem não estou, sou Alice

-Eu sou Rodrigo

-Prazer, apesar da situação não estar muito agradável...como a polícia soube?

-Eu vi ele te batendo, então corri para a entrada e os avisei

-Foi você? Obrigada de verdade, se não tivesse visto o pior teria acontecido...obrigada

Por algum motivo eu o abracei e derramei algumas lágrimas, ele não recusou o abraço, fiquei lá por alguns minutos, então um dos policiais de aproximou e disse

-Desculpe atrapalhar mas...precisamos de vocês na delegacia, a senhorita para descrever o que sofreu e o cavalheiro para descrever o que viu, para podermos definir o tempo de prisão e se ele terá direito a fiança

Assentimos e fomos com eles, assim que chegamos na delegacia prestamos o depoimento e esperamos estarmos liberados, assim que saímos de lá eu com muita dificuldade disse

-Ah não, meu olho, como vou voltar pra casa?

-Não sabe o telefone do seu namorado?

-Namorado? Eu não namoro!

-E o telefone de seus pais?

-O carro deles quebrou e meu irmão está com o meu, porém ainda não decorei o número dele e e meu celular está em casa.

-Uau, eu estou de carro, quer uma carona?

-Sério, não iria incomodar?

-Imagina, quer uma carona?

Aceitei e fui indicando o caminho a ele, chegando lá eu peço para ele entrar comigo para me ajudar a explicar tudo com meus pais.

Entramos e eles deram um pulo ao me ver toda machucada e com um olho vermelho e fechado, fizeram milhões de perguntas e explicamos tudo, eles ficaram boquiabertos e agradeceram o Rodrigo com um abraço caloroso, e o mesmo abraço deram a mim, e então disseram que iam se aprontar para me levar ao médico, assim o Rodrigo se despediu e eu fui com ele até a porta, chegando lá vi ele apenas atravessando a rua, e entrando numa casa, ele é meu vizinho! Por isso seu rosto me era familiar...

Ele olhou para trás e eu acenei para ele, ele deu um sorriso e eu revidei, mas o meu foi meio forçado, eu não tinha muitos motivos para sorrir naquele momento, antes de meus pais ficarem prontos eu ajoelhei e orei

''Oh Senhor, eu não sei os seus propósitos, não sei porque o Senhor permitiu aquilo, mas se permitiu é porque tem um motivo, oh Deus, seus planos são perfeitos e não quero indagá-los oh Pai, vou aceitar o que vier a mim, e vou ser forte, pois sou humano, e sou forte quando estou fraca, pois é nesse momento que o Senhor me fortalece, Senhor me dá forças para continuar, eu sou humano e eu só sei errar, me ajude a melhorar, oh Pai, Senhor me guarde de todo e qualquer mal, e assim faça co minha família e com o Rodrigo que me ajudou naquela situação, oh Senhor, amém''

Nos arrumamos para irmos ao hospital, lá eles me atenderam com urgência, e então o médico disse:

-Então...parece que foi agredida com uma força bruta, deve ter sido por Deus, pois pelos hematomas que o assaltante deixou, era pra você estar no mínimo inconsciente ou em coma, você acabou de receber um milagre de livramento senhorita Alice

Meus olhos e enxeram de lágrimas e ele nos encarou, então tornou a olhar para o visor do computador e enquanto escrevia a minha receita médica ele foi falando conosco

-Bom, seu corpo vai ficar dolorido por uma ou duas semanas, e seus hematomas vão levar cerca desse tempo para desaparecer, sorte sua que ele não bateu em você por muito tempo, ou muitas vezes em um único lugar, se fosse essas manchas iriam demorar quase seis meses para desaparecer, sobre seu olho, ele irá ficar bom em cerca de um mês, venha aqui toda semana para eu acompanhar o procedimento, vou colocar um tampão nele e vou fazer um atestado para os professores não lhe passarem trabalhos ou avaliações manuscritas até conseguir enxergar tudo perfeitamente de novo, enquanto eu recomendo que não durma muito tarde e que se alimente bem

Assenti, principalmente pela parte de ''se alimente bem'', isso eu faço até involuntariamente, acredite, é verdade, e a parte de não ter que escrever na escola por um período também não me soa nada mal, estou preocupada com o durma cedo (o que eu não consigo) e com o dos hematomas e corpo dolorido que vão levar um tempo para passar, ah Deus, me ajuda...

CONTINUA NO CAPÍTULO 02

DEUS SABE O QUE FAZ.

Cap.Revisado


P.S Ele é o plano perfeitoWhere stories live. Discover now