Capítulo 2

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Naquela manhã, Louis resolveu dar uma volta pela pequena cidade, procurou explorar um pouco o território em que seria sua futura casa. Apesar de estar deslumbrado com a paisagem, mutas coisas o preocupavam, como por exemplo, lugar para ele ficar naquela noite até conseguir um trabalho e alugar uma casa. Foram coisas da realidade que começou a atingi-lo em cheio, que o ômega precisou sentar-se em um toco de árvore que deveria ser um banco improvisado, de frente para o rio para que pudesse refletir melhor.

Ele não havia muito dinheiro para dormir em alguma pousada ou hotel, o pouco que tinha seria para se alimentar mais tarde. O garoto realmente precisa de um emprego urgente. Passou constantemente as mãos pelos cabelos castanhos se sentindo frustrado por não encontrar nenhuma saída para o novo problema que ele havia ali em suas mãos.

Muitas horas se passaram, e o desespero do pobre Louis só aumentava, o sol já estava quase acabando de se pôr, e o ômega sequer havia um teto sobre sua cabeça para que tivesse uma noite de sono decente. Seu estômago roncou feito louco, e não era pra menos, já que sua única refeição fora um café da manhã que consistia em café e bolinhos. O garoto levantou-se e caminhou pela rua, a procura de algum restaurante, estava precisando de comida de verdade, com arroz, feijão e tudo o que tivesse direito. O moreno poderia jurar que seria capaz de comer um elefante com tamanha fome que estava.

Depois de muito andar, quando já estava quase desistindo, encontrou um pequeno restaurante ainda aberto, e foi como uma luz no fim do túnel para ele, que praticamente correu até a porta de entrada, agradecendo aos céus imensamente por aquilo.

Ao abrir a porta, um som de sino soou indicando que havia um cliente no local, o ômega caminhou até uma mesa em um canto do restaurante, e uma mulher simpática veio lhe entregar o cardápio e anotar seu pedido.

"Olá, senhor, boa noite! O que vai ser hoje?" Perguntou lançando um sorriso gentil para Louis.

"Huum.. eu vou querer esse bife a milanesa com arroz, pode colocar batata frita para acompanhar e.. e eu vou beber uma coca-cola. Também pode trazer essa porção de frango frito, parece uma delicia. E de sobremesa, eu quero essa torta de chocolate e um milk shake de morango." Finalizou o pedido desviando os olhos do cardápio para a mulher que o olha com um certo espanto.

"Okay.." Falou em um tom pausado fazendo Louis reprimir um riso. Ele sabia que havia pedido muita coisa, mas ele tinha fome, muita fome!

Não demorou muito para o seu pedido chegar, e Louis comeu com muito gosto, como se fosse ser a última refeição da sua vida, não deixando sobrar nada de todas as coisas que havia pedido.

Abriu um sorriso de pura satisfação e passou as mãos pela sua barriga, parecia que seu corpo estava lotado de comida, e não era pra menos. O rapaz pediu a conta e pagou com uma certa tristeza ao ver o restante de seu dinheiro que tinha ir embora.

Deixou o restaurante e voltou a caminhar pela rua a procura de algum lugar para passar a noite. Fazia frio então ele apenas puxou um pouco mais de seu moletom, jogou sua mochila por sobre um ombro e continuo a andar com mais pressa. O moreno não conhecia o local, poderia ser extremamente perigoso um ômega andar sozinho a noite em uma rua mal iluminada onde não podia ver uma alma sequer. Após algumas horas, ele já havia desistido, estava apenas caminhando pela margem do rio, observando a lua refletida sobre a água e quase não percebeu as lágrimas grosas e quentes que escorriam pelo seu rosto. Louis nem se lembra em que parte dos seus pensamentos ele começou a chorar, talvez seja por tudo o que lhe aconteceu recentemente, por não estar agora em uma cama quentinha e em um lugar seguro.

Cansado, ele sentou-se embaixo de uma longa ponte de madeira que acabava bem mais a frente formando um píer acima do rio. Tirou de sua mochila um casaco grande e o forrou no chão, deitou-se e fez a mochila de travesseiro. Louis passou a noite ali, não era o lugar mais seguro, na verdade ele não tinha nenhuma segurança ali. Não era quente, muito menos aconchegante, mas enquanto ele chorava em silêncio, acabou caindo no sono.

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