Capítulo VI - Café-da-manhã inusitado

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   Elas saíram devagar, olhando para todos os lados; não podiam se dar ao luxo de alguém as virem.Andaram um bom tempo (o suficiente para as pernas das duas latejarem), a floresta estava começando a se fechar mais, Dina resolveu ligar a lanterna, apesar do fato que a lua iluminava algumas partes daquele imenso lugar, ela tinha medo de não seguir os traçados do mapa, o caminho até aquele momento estava em silêncio, Dina então resolveu quebrá-lo:

-Tenho medo do escuro.

-Eu tinha.

-Quando eu fiz oito anos, logo no meu aniversário faltou energia a noite, meu pai não estava em casa, minha mãe me conta que ele tinha ido buscar o bolo encomendado. -Dina era a pessoa mais chorona que já havia conhecido em dezesseis anos, seus olhos já enchiam-se de água - Ele não voltou mais para casa. A polícia pouco se importou com o caso, disseram que não havia nada a se fazer, não havia energia, as câmeras da rua não estavam funcionando.

-Eu sinto muito Dina, mas você precisa ser forte aqui. - Cristy parou de andar por uns 10 segundos, tentando se lembrar onde ficava o sentido leste / oeste, ela era meio durona, mas pelo menos assim ajudaria Dina a equilibrar suas emoções.

-O leste é onde o sol nasce, o oeste onde se põe, e eu acho que você está segurando o mapa muito forte. - E ela realmente estava.

- Precisamos virar para a primeira curva a esquerda Dina.

-Quê? Você ainda aguenta andar? Eu vou parar, dormir e amanhã nós continuamos.- A verdade era essa: Dina não aguentava dar mais um passo sequer, parecia que estava carregando tijolos amarrados nos pés. 

-Você tem razão, será que consegue subir em alguma árvore?

-Se eu me esforçar sim.

   Cristy começou a subir na árvore com uma facilidade incrível, o que fez Dina achar que aquilo era muito fácil, colocou uma mão apoiada em um galho e a outra apoiada no tronco, fez um esforço terrível e mal conseguiu sair do lugar; Cristy deu-lhe a mão, controlando uma risada que insistia em vir à tona. Minutos depois ambas conseguiram subir até um ponto bom da árvore, Dina estava com frio, apesar de (Graças a Deus, pensava) ter trazido o seu casaco, o silêncio novamente estava ficando incomodativo, mas dessa vez Cristy foi mais rápida:

-O que você tem?

-O que eu tenho? E quando for amanhã, quer dizer, e se sentirem nossa falta?

-Mas você não disse que eles estão drogados?

-Sim, mas os cientistas não.

-Estão do nosso lado.

-Eu acho bom.

   O silêncio voltou de novo, Dina era bem diferente de Cristy, tinha os olhos em um tom de cinza-escuro, que pareciam na verdade dois pares de bolas de gude  de ferro (sua mãe dizia que eles eram iguaizinhos aos de sua avó materna), seu cabelo era castanho escuro, sua boca era fina e sua pele era tão branca que parecia ter albinismo; já Cristy não, tinha os cabelos pretos, olhos castanhos cor de mel, e sua pele era parda. As duas olhavam para cima, para o céu, tentando encontrar algum pedacinho dele, que parecia ter sumido devido as copas das árvores. Dina podia ficar o resto de sua vida olhando para lá, mas sua mente decidiu descansar.


***


   Acordou com um pequeno (mas incomodativo) raio de sol em seu rosto, começou a tatear o lugar onde estava, daí se lembrou de tudo, da noite passada, Cristy ainda dormia, seria melhor não acordá-la, talvez quando abrisse os olhos estivesse de bom humor. Dina ficou impressionada na altura em que elas estavam do chão, como na noite passada estava escuro, ela mal havia percebido o quanto as duas subiram. Já haviam passado alguns bons minutos e Cristy acordou. Meio atordoada, talvez como eu, pensou Dina.

-Onde nós...- Ela quase ia terminando a frase, até que se deu conta de tudo. - Esquece.

-Eu tô com fome Cristy.

-Não sou sua mãe. -ela parecia estar falando sério, mas depois começou a rir. - Tenho algumas coisas dentro da bolsa.-Dina abriu a bolsa, e tudo que ela encontrou foram: Milho verde, ervilha, iogurte de graviola e morango, queijo enrolado em papel-filme e alguns ovos.

-Ovos? Você trouxe ovos crus? Quem, em plena e sã consciência come ovos crus Cristy? E a intoxicação por salmonela?

-Quem está com muita fome Dina, e isso é algo raro, ok?! E outra é para casos de emergências.

-Deus que me livre de emergências.

   Depois de uma longa discussão sobre a possível intoxicação de salmonela ao comer um ovo cru, Dina acabou tomando um iogurte de morango e Cristy um de graviola. A temperatura já estava começando a aumentar, e isso significava uma coisa: hora de começar a andar. Elas foram pouco a pouco descendo (com Cristy na frente) e quando faltavam mais ou menos um metro e meio para colocar os pés no chão, Dina (que a essa altura estavam com as mãos suadas) não conseguiu segurar direito no tronco e caiu, uma queda até que estilosa, se compararmos o jeito que as duas estavam.

-Misericórdia. - Cristy virou-se para trás e ajudou sua companheira a se levantar.

-Acho que quebrei a perna Cris.


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E aí meus zamoress??? Tudo bom? Espero que sim!! Passei pra avisar vocês que não se esqueçam de votar e comentar sobre o que acharam desse capítulo!! Ele só não saiu antes pq semana passada foram minhas avaliações, então mil desculpazinhas amores mios <3 

Além do que estou sem cell (caiu na água, #deLuto) kk

Beijinhos Isa <3

Sobre VoarWhere stories live. Discover now