t r i n t a e d o i s

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[trinta e dois] "você? como garçom?"

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"Temos mesmo que comprar uma cama." Resmungo, assim que me deito no pequeno sofá esfarrapado, depois de vestir o meu pijama.

"Hmmm... Uma cama?" Dean pergunta com um sorriso maroto, enquanto aparece na porta da sala, já com a sua vestimenta para dormir — uma boxer. "Só uma?"

"Você entendeu o que eu quis dizer! Duas camas." Reviro os olhos e cubro-me com o pequeno cobertor — que é suposto ser só para mim; o Dean não o quer porque "estamos no verão" mas, no meio da noite, eu sei que ele vai roubar-me, tal como fez ontem.

"E o dinheiro para isso? Você é um inútil e não tem trabalho; e a minha padaria não dá assim tanto lucro." O cara de camelo resmunga, fazendo-me revirar os olhos e senta-se ao meu lado no sofá. Os seus grandes dedos percorrem os seus cabelos e um suspiro frustrado escapa pelos seus lábios cheios.

"Eu vou arranjar um trabalho." Digo, tentando convencer-me a mim próprio. "Eventualmente." Acrescento.

"Sabe que não nos aceitam em lado nenhum por causa de não termos ido para a universidade." O rapaz ao meu lado afirma e eu acabo por concordar com ele.

"Aposto que uma velhinha caridosa vai acabar me aceitando num café no fim do mundo." Murmuro.

"Você? Como garçom? Ao dar três passos, tropeça quatro vezes..." Dean goza e deita-se à minha beira. "Em cada passo!"

Dou-lhe um pequeno murro no peito e ele finge-se de ofendido.

"Podia vestir alguma coisa, seu porco." Resmungo.

"Por que? Estou te deixando... Entusiasmado em estar ao meu pé, enquanto eu estou apenas de cueca?" Um sorriso tarado toma o seu rosto, no segundo em que as palavras abandonam os seus lábios.

"Boa noite." Apresso-me a responder, tentando mudar de assunto, e viro-me de costas para ele, não resistindo a rir um pouco.

"Vou levar isso como um sim." O cara-de-camelo murmura e coloca um braço por cima de mim.

Pego no seu braço e retiro-o de cima de mim, mas ele volta a colocá-lo na mesma posição; volto a retirá-lo, mas ele coloca-o, de novo; retiro-o mais uma vez, bufando, assim que sinto Dean a colocar, NOVAMENTE, o seu braço em cima de mim.

"Vai... É fofo dormirmos assim. As pessoas casadas dormem assim nos filmes." Ele argumenta, fazendo-me rir. Este rapaz não existe.

Ele pressiona o seu braço contra mim, puxando-me mais para ele e, minutos depois, estou num sono profundo — do qual acordei no meio da noite, para tirar o cobertor do Dean, tal como estava a prever que iria acontecer.

Marry You ➸ destiel versionWhere stories live. Discover now