Capítulo 3

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- Você é completamente maluca! – Disse Chloe enquanto eu virava e continuava a arrumar minha mala

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- Você é completamente maluca! – Disse Chloe enquanto eu virava e continuava a arrumar minha mala. – Aceitar um convite de Rez. Viajar para Londres. Você bebeu. Vou perguntar pra tia do restaurante o que ela está colocando no tempero da comida.

- Não seja dramática. – Revirei os olhos, então me voltei para ela que estava sentada em sua cama, pernas cruzadas ao longo do colchão e costas apoiadas contra a cabeceira. Chloe estava rodeada por livros e papeis e tinha uma enciclopédia sobre as coxas. – E além do mais é só uma festa. Qual é o problema?

- O problema é que você mentiu. Não é uma simples festa. Se fosse você teria dito a Dominick.

- Aí ele não me deixaria ir.

- Nem eu quero que você vá. – Chloe fechou o livro furiosamente. – Rez e a turminha dele são problema. Por que de repente é importante ir à festa dele? – calei-me. Realmente não havia importância alguma, mas ainda assim eu queria ir. – Certo – Chloe prosseguiu. – Você ainda tem uma queda por ele.

- Claro que não! – caminhei até o armário reservado a mim e peguei uma pilha de roupas e joguei-as sobre a cama.

- A sim você tem. É a única coisa que explicaria você ir. Ou talvez você só goste de confusão. Seu pai odiaria que você fosse-

- Está aí, um motivo. – virei e apontei para ela. – Meu pai controla minhas roupas, o que falo, onde estudo. Por um momento eu gostaria de fazer algo por mim antes de entrar na universidade... Que olha! – eu ri sem humor algum. – Também foi escolhida pelo meu pai.

- Então você está tendo um ataque de rebeldia?

- Chame do que quiser. – Bufei irritada. – Rez me convidou e eu achei legal da parte dele. É o nosso último ano aqui, por que continuar com essa guerra? Eu costumava ir nas festas dele.

- Sim, quando não tinha drogas e mulheres peladas envolvidas e quando a gelatina ainda era inocente. Não é ambiente para você.

- Rez prometeu que seria uma festa comportada.

Chloe caiu na gargalhada, quase derrubando o livro do colo.

- E você acreditou?

- Por que não?

- Então se é uma festa inocente, por que não contou a Dominick? – Ela cruzou os braços e me lançou um olhar desafiador.

- Para que ele não julgue o que não conhece, por causa de simples boatos e fofocas.

- Ah, sei.

- E desde quando você virou politicamente correta?

- Aparentemente nos invertemos os papeis aqui. – Chloe afastou o livro e se levantou de um salto. – Mas se você quer ir, que seja. Pelo menos tome cuidado. O que você disse para Dominick exatamente?

- Bem... – Chloe me encarava naquele momento, sua expressão séria e impaciente.

- Desembucha. – Ela insistiu.

- Eu disse que você e sua família estão indo para Londres e que você vai dar uma festa para inaugurar a nova casa. – O queixo dela caiu.

- Como? – Chloe estava em choque. – Você enlouqueceu? Meu pai viaja para Londres. Minha mãe viaja para Londres, com os amantes dela. Enquanto eu fico aqui. O mais próximo que cheguei de Londres foi quando digitei "wallpaper de Londres" no Google!

- Calma. – Pedi quando percebi que seu rosto estava ficando vermelho.

- Como você vai fazer com que eu apareça em Londres é um mistério pra mim. – Chloe cruzou os braços e começou a andar de um lado para o outro. – Com certeza você deve ter um plano. – Então parou e voltou a me encarar com seu olhar recriminatório.

- Acho que você está dando muito importância a essa coisa de festa. Ninguém precisa saber que você não está lá?

- O quê? E como você vai me fazer desaparecer durante o feriado? Vai me matar e enterrar meu corpo debaixo do jardim dos fundos do Instituto? Gia, realmente você não é boa em criar planos. – Ela estava certa. Eu sempre ficava nervosa com esse negócio de mentir. Quase tive um enfarte ao falar no telefone com Dominick. Menti na cara dele. Precisei de muita coragem para fazer isso.

- Desculpe, não sou nenhum gênio do crime. – Sentei me jogando sobre a pilha de roupas ao lado da mala.

- Bem – levando a mão ao queixo e usando sua expressão pensativa, Chloe continuou: – Isso se nota de longe. Agora o que você vai fazer?

- Não vou voltar atrás. – Eu estava decidida. – Vou à festa, e vou me divertir como jamais me divertir fora deste quarto, vou viver minha vida por uma noite e então posso seguir com o resto dela fingindo ser a princesa de Mitre, aquela que todos amam odiar.

Queria ter essa coragem para enfrentar assim o rei, o homem que decidia até que cor seria minha borracha.

Chloe sentou ao meu lado e segurou minha mão entre as suas. Ela já não me olhava com raiva e sim com preocupação.

- Eu entendo você. Sei que você se sente sufocada por essas paredes, pela realeza, pela mídia. Eu só não quero que você se arrependa das escolhas que vai tomar. Você pode pensar que eu estou sendo hipócrita por impedir você de fazer o que quer, quando eu mesmo sou mil vezes mais pirada que qualquer um neste colégio, mas entenda, eu sou acostumada a fazer loucuras e cedo ou tarde pago o preço por elas. Eu sei me virar. E meus pais não estão nem aí pra mim.

- E os meus estão?

- Não importa se estão ou não – ela fez uma breve pausa. – Eu me importo. Você é a irmã que eu não tive e eu não quero que nada aconteça a você. – Ela respirou fundo, como se estivesse tomando coragem para dar um grande salto ou fazer algo realmente perigoso. – Por causa disso darei um telefonema. Vou ligar para minha avó que mora em Londres – arregalei os olhos lembrando o quanto Chloe e sua vó não se bicavam. A mulher era rígida, e perfeccionista, e Chloe não era lá um modelo de neta. Por isso as duas mal se viam, desde que a avó dela havia se mudado para a terra da rainha. – E vou pedir para ficar lá nestas férias. É o único jeito de sair do país sem que meus pais pirem.

- Vai sacrificar seu feriado por mim?

- É o único jeito de impedir que você se mate.

- Não exagere.

- O quê? Se Dominick descobrir, ele vai matar você. E eu quero estar perto para dizer eu te avisei. – Fiz uma careta e mostrei rapidamente a língua pra ela. – Você me meteu na sua mentira. E se minha garota quer entrar no mundo da perdição, quem melhor do que eu para ensiná-la a pular os muros da vida. E também quero estar por perto para cuidar de você, pois sem mim você não vai a esta festa. Fechado?

Revirei os olhos e encarei a mão que Chloe me oferecia. Foi sem muita vontade que a apertei.

- Ok então. – Rapidamente ela ficou de pé. – Vamos arrumar suas malas. – Depois lançou um olhar rápido para minha bagunça. – Você está certa de que Dominick vai conseguir convencer seu irmão?

Sorri confiante.

- Não a nada que Dominick não consiga quando ele quer.

Degustação - My Princess - Parte IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora