Capítulo 12

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Fiquei na minha boate o dia todo, Samira me ligava as vezes, mas eu não atendia.
Eu resolvi uns assuntos da boate, verifiquei os lucros, e depois das 20h PM eu comecei a beber.
Sei que vocês querem saber, por que eu estou com raiva de Samira.
Entendam, eu não estou com raiva dela. Estou com raiva de mim, e o medo que eu senti fez eu explodir sem necessidade.
Mas eu não estou com raiva dela, estou com raiva de mim, e de toda essa situação.
-Sr. Montez...?- o barman me chamou
-Que foi?- respondi
-Uma garota quer falar com você- ele apontou

Olhei para trás e Latrina acenou. Bebi o restante de minha bebida e fui ate ela.
Vou te matar. . .
Ela estava com os braços cruzados, e a expressão divertida.
-Oi Grande A- ela riu

Peguei ela pelo braço e joguei ela dentro de uma sala trancando a Porta.
Latrina foi para longe de mim. Eu me encostei na porta e cruzei meus braços
-Não vai me matar- ela disse
-Quem vai me impedir?- perguntei
-Então eu estou certa- Latrina riu- você é uma assassino.
-Latrina, você é louca. Mas, eu não gosto que brinquem comigo.
-Então lá vai...-ela falou sério- quero que Samira abra mão da fortuna de meu pai, e me dê a casa da praia. Se ela não me der, eu entrego você pra polícia.
-Você é insana- cuspi as palavras
-Só quero o que é meu- ela disse
-Tem provas contra mim?- indaguei
-Tenho aquele seu amigo- ela apostou
-Jonas?- gargalhei- ele não esta do seu lado.
-Acha mesmo?- ela riu

Peguei meu celular e liguei para Jonas. Coloquei no viva voz.
-Jonas!- falei alto
~Não fiz nada!- ele disse
-Eu tô com a ruiva. Ela disse que você vai me entregar.
~O que?? Ruiva filha da puta! Vou te matar sua piranha!- ele gritou
-Jonas!- Latrina falou- vamos ficar ricos. É só você me ajudar!
~Vou ajudar sim- ele riu- ajudar você a parar de respirar.
-Tudo bem, Jonas- falei- relaxa.

Desliguei o celular e cruzei meus braços.
-Se eu cair, Jonas cai. Ele não vai me entregar- caminhei até ela- e você tá mexendo com um grande assassino.
-Você não vai me matar- ela sussurrou

Apertei o pescoço dela erguendo ela do chão. Sua voz não saía, seu ar já tinha acabado. Ela se debatia e ficava roxa.
Soltei ela no chão, e ela começou a tossir
-Não duvide de mim- ameacei, ela me olhou surpresa- Não se mete comigo, Latrina. Você vai se arrepender.

Ela correu saindo da sala. Respirei fundo, e consegui acalmar meu coração.
Voltei para o bar e continuei a beber.

Minha cabeça girava. Foi ai que vi que, talvez, fosse melhor parar.
-Senhor?- o barman chamou- tudo bem?
-Sim. Estou tonto..só. .isso- me levantei
-Quer ajuda?
-Eu não sou inútil- ralhei
-Tudo bem.
-Tenho que ir, eu já paguei? -estava confuso
-O senhor é o dono..
-Ah, sim, sou o dono- eu ri
-Sim.
-Ok. Pra onde eu vou agora?
-Pra sua casa?- o barman parecia um idiota
-Sim. Casa. Adeus garoto- saí caminhando

Subi na moto e decidi ir devagar. Bem devagar.
Tinha que ver Samira, falar pra ela que eu sou um idiota.

Quando cheguei em casa, eu derrubei a moto no chão.
-merda! -resmunguei
-Andrew!- Danillo veio da varanda
-Ui..tava me esperando? -gargalhei
-Você ta bêbado? -ele perguntou
-Não. Só tonto. Eu sei onde estou, lembro de tudo. Só estou tonto.
-São uma da manhã. Samira acabou de subir- ele disse
-Vou atrás dela- caminhei para dentro
-Quer ajuda?
-Não! Eu não sou um inútil- resmunguei

Subi as escadas e entrei no meu quarto esbarrando na porta
-Merda!- bufei
-Andrew? -A voz de Samira veio ate mim

Ela tava sentada na cama. Os olhos confusos. Que olhos lindos.
Ela é tão linda, como vou viver sem ela?
-Oh, anjo- suspirei- você esta linda.
-Você ta bêbado? -ela perguntou
-Não. Estou tonto- me apoiei na cômoda.
-Vamos dormir- ela disse
-Não. Tenho que falar com você- respondi
-Não, Andrew- ele negou

Não. Não. Precisava falar com ela.
-Vamos conversar- afirmei
-Amanhã nós. ..
-Vamos conversar porra! -joguei um vidro de perfume na parede

Olhei para Samira vendo sua expressão assustada. Seus olhos marejados.
Não, não chore.
-Não foi por esse Andrew que eu me apaixonei- ela disse magoada

Respirei fundo.
Eu não podia falar com ela assim. Entrei no banheiro dando tempo à ela.
Tomei um banho de água fria, e quando comecei a me sentir mais sóbrio, eu fui até ela no quarto.
Samira estava sentada na beira da cama. Fui até la, fiquei de joelhos e me sentei sobre meus calcanhares. Peguei a mão dela e beijei suavemente sua mão. Ela suspirou em alívio
-Me desculpe, anjo- sussurrei
-Juro. Eu não estava bisbilhotando seu celular. .
-Não, anjo. Você não precisa explicar. Não tem nada em meu celular que você não possa ver, na verdade, deveria não ter.
-Andrew, eu confio em você- Samira disse

Eu não a mereço. Todo esse tempo eu tenho sido egoísta com ela, não escondi meu segredo por ser horrível, escondi porque não queria perdê-la, mas ela parece saber. Foi egoísmo não ter dito quem eu realmente era. Ela se casou com um assassino, e não sabe.
-Eu não mereço você, Samira- sussurrei
-O que?- ela parecia assustada
-Eu não sou bom pra você- falei certo disso
-Não diga isso, Andrew- ela derramou lágrimas- temos uma filha linda, nos amamos.
-Não chore- pedi- Anjo, você merece alguém melhor.
-Por que você diz isso?- ela soluçou
-Eu era um assassino de aluguel, Samira. Eu matei pessoas.

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