Ás vezes pergunto-me se alguma vez senti o amor? mas afinal o que é o amor? como podemos saber o que é o amor, se nunca o tivermos sentido, ou melhor, se nunca o tivermos recebido na sua forma mais pura?
Leio tanto sobre o amor, não compreendo como tantas pessoas, sem nunca o terem visto ou tocado, o conhecem tão intimamente, esboçam a sua personalidade por linhas intermináveis conheçendo cada detalhe do seu misterioso ser, com a certeza de que haverá sempre mais para dizer, mas como é possivel saber-se tanto sobre um vulto como o amor?
Será que o amor é quando o coração bate tão rápido que pode saltar pela boca a qualquer momento, e estatelar-se no meio do chão gélido duma sala, aquecida unicamente pelo amor de dois corpos que trocam um carinho reciproco? Amor é carinho ou respeito? Ternura ou amizade? será que é tudo ao mesmo tempo?
Quando falo em amor, não me refiro somente ao amor que um homem sente por uma mulher,refiro-me ao amor de um pai por um filho, refiro-me ao amor que a terra sente pelo sol e ao mesmo tempo pela lua, ainda que um lhe dê luz e alegria enquanto o outro lhe dá escuridão e medo, é uma boa metáfora não é? amamos pessoas que nos dão alegrias, e amamos igualmente as que nos dão tristezas, mas porquê?
O único amor que conheço, é aquele que dou, aquele que sai do meu coração para alguém que eu goste, mas será que recebo amor de alguém? acho que nunca saberei ao certo.
O Amor é tão abstracto, mais abstracto do que qualquer outro sentimento. Quando sentimos a dor, nós sabemos o porquê, mas quando sentimos amor, nós não sabemos bem de onde veio, e porque é que veio.
O amor é como um vicio, sabe bem mas faz mal, é como a ilusão, sabe bem mas doi. O amor é morte e vida numa só palavra, o amor é alegria e tristeza, raiva e ternura, ódio e carinho. Cabe tanta coisa dentro do amor, como pode ele ter tantos sentimentos antagónicos dentro de si? como pode alguém amar e odiar ao mesmo tempo? que sentido é que isso tem?
Escrevo para tentar clarificar a mente, mas sempre que o faço fico com mil e uma dúvidas a mais, então porque escrevo? será que o que sinto pela escrita é amor?é provavel que sim.
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Epifanias Ocasionais
PoetryUm livro mais a meu gosto, não muito descritivo nem concreto. Gostava de dizer de que fala, mas nem eu sei. Fala da vida, de coisas corriqueiras e da percepção súbita da sua importância e significado. Fala um pouco de tudo.