Capítulo 8 (Revisado)

323 59 29
                                    

Acalmem-se. Pessoal? Por favor, sem alarde. Está tudo conforme planejado. Precisamos trabalhar juntos. – L.V gesticulava copiosamente pedindo calma – Robert, como estão os Sonhadores?

– Tudo preparado, vossa majestade. – debochou Robert em um cumprimento cordial. Instantaneamente desapareceu àquele sentimento de arrependimento. A.E foi o único a comentar: – E eu pensando que você havia mudado. – Robert então dá dois tapinhas na cabeça do baixinho e emenda: – Você é bobinho mesmo. Não vou mudar não.

– Desgraçado! Não é hora pra isso... Como quer que sejamos legais com você, tratando o A.E desta forma? – esbravejou L.V – B.F, corra até o Ninho e pegue um Sonhador urgente. O restante sigam-me!

Mal saíram do Bucho e já foram arrastados pela colossal enxurrada de medo e pavor. A situação: o portão de Paraíso encontrava-se aberto e adentrando-o, estavam cinco precitos Acordadores.

Os Acordadores tinham suas formas parecidas com as de seres humanos normais, claro que, perdia totalmente a palavra "normal" já no primeiro olhar devido às aparências amedrontadoras. O fato era que não dava para distinguir o que era homem ou mulher. A maioria trajava sobretudo com capuz acoplado de diferentes tecidos e estilos, porém todos da cor preta. Suas vestimentas eram velhas e sujas, com alguns rasgos em certos pontos. Talvez de brigas passadas. Não que fosse uma obrigação (o sobretudo), pois haviam Acordadores que simplesmente usavam roupas normais. Humanas. Seus corpos eram algo ainda mais bizarro: Uma mistura de metais enferrujados e carne humana apodrecida, cujo tamanho, variava desde anões até seus extremos.

Certa vez, surgira um Acordador com uma altura descomunal de mais de 2 metros, de onde, dos dedos de sua mão direita, enormes garras metálicas prontas para dilacerar a carne.

Os Acordadores costumam andar juntos, mas não que fosse uma regra. Já houve vez, um Acordador em especial, – uma espécie de lobo solitário cujos braços eram embrulhados por arames enfarpados – mais faminto que habitualmente, brigou com outros dois, a fim de defender sua preciosa caça. Uma cena que S.F jamais esquecerá. Pobre garoto. (No outro dia, sobrou para o sabichão limpar os pedaços de carne putrificada que caíram com a briga dos malditos)

Mas eram nas feições que o terror predominava. Acordadores tinham seus rostos praticamente irreconhecidos: Dentes arrancados sem piedade e substituídos por qualquer material cortante, desde que este, fosse resistente: Pregos enferrujados, cacos de vidros, davam o ar da graça num sorriso infernal. O único ponto em comum eram que não enxergavam. Não por nenhuma doença ou acidente, apenas porque não tinham olhos. Dois buracos pretos e vazios no lugar de seus globos oculares. Em contra partida, suas audições eram apuradas. O fato era que cada Acordador tinha um jeito e uma forma diferente. Mesmo com estas e outras peculiaridades, todos os Acordadores eram seres malditos. Desgraçados. Impiedosos. Famintos.

Dos cinco que entraram em Paraíso, dois eram iguais. Irmãos gêmeos. Mesmo tamanho, o mesmo tipo de sobretudo, a não ser pela arma que usavam. Um, continha uma espécie de lança presa em seu antebraço esquerdo e o outro, lâminas usadas em estiletes foram cravadas em seus punhos. Os outros três Acordadores pareciam mais seres humanos normais. (Claro, se podermos chamar de normal, aqueles seres) Cada um trajava uma roupa diferente. A começar pelo Acordador da dianteira: Shorts de estampa florida e uma camiseta regata azul clara. Os dois últimos, mais simplórios: Calça jeans e camiseta, respectivamente, na cor verde musgo e rosa. Todos com o fedor de defunto de dois meses a céu aberto e trajes tão sujos que mal notavam a coloração inicial da vestimenta. Os cinco por sinal estavam de braços nus (sem armas), o que era bastante incomum. Incomum mesmo era o de camiseta regata. Naquele momento, tornou-se o mais sinistro de todos os Acordadores que já passaram por Paraíso. Pelo simples motivos que este carrasco, não continha braços. Dois pequenos cotocos que a cada andar, chacoalhava para lá e para cá.

PROJETO I.N - DESPERTAROnde as histórias ganham vida. Descobre agora