Prólogo

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A

inda tenho dúvidas entre morrer ou ir para o Havaí. A coisa que eu mais odeio no mundo, é o mar e qualquer coisa que tenha animais marinhos nadando no mesmo lugar que eu. As praias e ondas são as únicas coisas que levam as pessoas pra esse lugar, e o que me faz querer ficar longe.

Meus pais nesse momento,já estão arrumando as malas para essa viajem de férias que dizem ser para toda a família, mas uma certa pulguinha atrás da minha orelha me dizendo que eles estão me enganando, pois acho que essa é uma viajem para comemorar o aniversário de dezoito anos de casados.

Esse planejamento de viajem foi tão em cima da hora, que nem dormi ainda. Estou a horas arrumando minhas malas em plena madrugada, pois vamos pegar o vôo das seis e meia da manha.

Arrumei tudo sem vontade e com uma raiva imensa. Tantas cidades para ir, lugares para visitar, paises ocmo a França. Mas eles escolhem uma que eu só iria se fosse nossa única opção. O que não é o caso.

Se eles quisessem, poderiam dar a volta ao mundo três vezes sem parar. Meus pai, Rodrigo, é dono de uma empresa de modelos que herdou do meu avô que eu nunca conheci, pois ele morreu quando nasci, e minha mãe Grace, é diretora de uma multinacional que eu nem sei direito pra que serve, mas dá muito dinheiro.

E eu... Bom, ainda estou decidindo o que eu quero. Várias pessoas me repreendem por já ter terminado o ensino médio e não ter algo concreto do que eu quero. Mas não é por irresponsabilidade minha, e sim das tantas e tantas profissões que existem. Ainda não sei ao certo o que quero, mas quando descobrir, será o que voi fazer. Muita gente trabalha apenas pelo salário e não por amor ao que faz. Eu não quero isso.

-Liz! - Minha mãe gritou lá de baixo parecendo furiosa - Você quer perder o vôo é menina?

Sim, eu quero perder esse vôo idiota.

-Quer mesmo que eu responda? - Perguntei sem esperar respostas e peguei as malas que consegui carregar, descendo o mais lento possível as escadas. Meu pai corria de um lado para o outro carregando as escadas de minha mãe pra poupa-la de algum esforço.

Ela está grávida de sete meses e duas semanas, mas ninguém sabe o sexo do bebê. Em uma votacão injusta, eu e meu pai votamos para ver o sexo, e ela votou para não saber, mas como sempre, nós perdemos e ela ganhou.

-Mas lenta que isso é impossível Liz! - Meu pai disse pegando as malas de minha mão.

-Pai por favor, vamos a outro lugar. Vamos a Paris! Nunca fui a Paris pai - Choraminguei já saindo de casa.

-Não Liz, nós sempre quisemos conhecer o Havaí. Você vai adorar as praias de lá - Ele falou sorridente, mas ele é sempre sorridente e isso me deixa nervosa. Sempre vê o lado bom das coisas, mesmo não existindo nada de bom, principalmente para onde vamos.

-E porque vocês não vão para o Havaí e me deixam aqui? Eu já tenho dezessete e sei me cuidar muito bem! - Falei emburrada e dobrei o desenho que estava terminado, colocando-o em meu bolso da calça.

-Porque é uam viajem em família Liz! Você vai junto conosco e nem adianta mais dizer que não vai - Ela fechou a porta da casa - Saiba que você é da família, pare de fazer birra e entre no carro. O Havaí é um paraíso e você vai adorar!

Entrei no taxi sendo empurrada por ela já não existindo nenhuma forma de ficar. Deu vontade de chorar ao pensar no sol e no calor matante de lá. Eu sou uma amante do frio e neve, ou seja, o Havaí não é pra mim.

Nos mudamos quando eu era apenas uma criança, para que meu pai pudesse acompanhar o desenvolvimento de suas empresas aqui em Nova Iorque.

A onda vinha em minha direção descontrolada. Não conseguia correr pra nenhum lado, pois a água do mar prendia os meus pés. Eu gritei, gritei, mas ninguém me ouvia. As lágrimas se misturavam com a água salgada do mar, e a onda se aproximou ainda mais, ficando maior e mais pavorosa. Fechei meu olhos e esperei ela me atingir...

Na Onda Da PaixãoWhere stories live. Discover now