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Carreguei minhas malas para o quarto indicado por Shara, e ao abrir a porta, meu queixo caiu.

Igualmente como o resto da casa, o quarto é bem moderno e bonito. Tem uma cama de casal ao lado da janela com cortinas marrons, mas o que me chamou atenção foi a parede cheia de papeis e um mapa enorme do Havaí colado nela.

- Alguém dorme aqui? -Perguntei a ela colocando as malas em cima da cama.

- Minha sobrinha Cristina. Ela morou aqui por um tempo enquanto terminava os estudos, mas já voltou para casa nesse verão.

- É um quarto muito bonito - Falei e ela sorriu concordando - E esse mapa?

- Ela usava para saber onde queria ir. Gostava muito de sair, e você também deve gostar, pois tem quase a mesma idade - Piscou e pareceu se lembrar de algo - Vou pedir ao Enzo que te leve para ver o centro da cidade!

Engasguei com a saliva.

-Isso! Você tem que ver a cidade a noite. É maravilhosa! Toda iluminada e cheia de decorativos.

- Não! Não precisa, eu vou com meus pais... - Tentei faze-la parar de andar, mas continuou tagarelando.

- Depois da janta vocês vão. Não esqueça de tirar muitas fotos! - Falou e fechou a porta do quarto em minha cara.

Só o que me faltava. Sair com o cara que me derrubou e sequer me ajudou a levantar. Não é birra minha, claro que não. Acabei de chegar na cidade e mal falei com todo mundo, já vou sair a noite com um completo desconhecido?

Isso não vai acontecer. Vou vestir minha pior roupa! Vai que ele me ache uma completa sem noção e não queria ir comigo?

Tomei um banho gelado devido ao calor e tratei logo de procurar uma roupa inadequada. Tenho dúvidas entre o estilo hippie ou gótica. Mas pensando bem, o Havaí é todo cheio de cores extravagantes, então é melhor optar pelo preto.

Vesti a melhor roupa da cor preta que encontrei. Baguncei os cabelos e passei um batom preto. Se eu fosse gótica de verdade, daria orgulho a todas as pessoas desse estilo. Dei uma ultima olhada no espelho e sai do quarto.

Ao me virar quanse morri do coração ao der de cara com Enzo saindo do seu quarto ao lado do meu. Ele me olhou dos pés a cabeça e caminhou até parar em minha frente. Mantinha os braços cruzados mostrando completa indiferença.

-Se isso tudo é pra não sair comigo, foi em vão. Minha mãe já falou comigo e me prometeu um aumento na mesada, ou seja, vou ser seu guia turístico por alguns dias. Não pense que eu quero, óbvio que não. É por motivos economicamente financeiros. Se quiser sair assim, tudo bem, não sou eu que vou ser chamado de bruxa pelas pessoas.

Ele falou tudo com a maior facilidade do mundo, e desceu as escadas sem me dar um minimo atenção.

-T...te...da...g... GROSSO! -Gritei quando consegui formar alguma palavra. O que foi bem estranho, pois isso não acontece nunca, sempre tenho uma resposta na ponta da língua.

Voltei para o quarto pisando firme no chão e me agilizei para trocar de roupa antes do jantar. Como uma pessoa pode ser assim? Mesmo falando na maior calma e facilidade, consegue ser mais grosso do que o tronco da maior árvore do mundo.

Já pronta outra vez e com o cabelo escovado, desci as escadas para jantar. Primeiramente, as escadas seguem até a sala de estar, e ao lado tem um corredor que leva até a sala de jantar, onde todos já estavam em seus lugares conversando com alegria.

Me sentei ao lado de Thomás que brincava com alguns carrinhos, fazendo da mesa sua pista de corrida particular. Fiquei quieta sem falar com ninguém, esperando apenas a comida chegar na mesa,o que ficou meio chato com o passar do tempo. Olhei de soslaio para frente e Enzo estava com os braços cruzados olhando para algum canto da mesa, até nossos olhares se encontrarem.

Na Onda Da PaixãoWhere stories live. Discover now