·Caρítulo 7·

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CYARA

Cyara acorda, acorda! — Beatriz amanhece o dia enchendo o saco. Eu poderia dormir mais uns cinco minutos até seguir a minha matinal rotina trabalhista. Odeio quando me acordam, prefiro despertar por mim mesma. — Você não sabe quem esteve ontem aqui na comunidade.

— Não me interessa quem esteve ou deixou de está aqui! — empurro-a e me levanto da cama. — Da próxima vez que fizer isso, eu arranco cada fio loiro dessa sua cabecinha. — ela beija uma mecha do seu cabelo fazendo drama.

Beatriz é a minha melhor amiga desde que cheguei na comunidade a cerca de uns cinco anos atrás. Ela é meio fora de si e com certeza nunca a teria tornado a minha melhor e única amiga se não fosse quase a minha prima.

Mesmo odiando suas loucuras, tenho que admitir que a minha vida não seria a mesma sem ela. Imagine uma pessoa incompreensível e adorável, pois é Beatriz, convivo com essa peça todos os dias e na bagagem por ser a minha vizinha tenho que aturar suas invasões no meu quarto toda manhã. É o pior despertador que alguém poderia ter.

Sou do interior, mas vim para grande capital Fortaleza junto com a minha família devido a falta de emprego. Caso vivêssemos lá, hoje eu seria a renda da família ou até mesmo a salvação. A partir dos vinte anos de idade qualquer mulher já está apta para casar naquela pacata cidade. E eu como tenho mais o que fazer além de educar filhos, cuidar de casa e ainda ser uma esposa amorosa; esse desemprego acabou se tornando uma forca e ao mesmo tempo a libertação, assim que a mãe adotiva da Beatriz que também é irmã do meu pai ofereceu uma modesta moradia para nós. Mãe, pai, um casal de filhos e a minha pequenina sobrinha que veio logo depois que nós acomodamos aqui na comunidade. O bom de ter vindo para a cidade grande é que facilitou em enorme parte a minha entrada na faculdade. Sempre me entreguei por inteira aos estudos. Afinal nunca fui de andar em festinhas e nem de ter uma renca de amigos. Sabe aquela esquisitona da escola? Pois era eu e ainda sou na faculdade.

Isso tudo teria se resumido. Se eu tivesse casada com um velho horrível que nem deve está vivo hoje. Seria rica financeiramente e pobre nas minhas conquistas, onde a vida sempre desafia.

Entrar numa grande estimada faculdade sem discussões era o meu sonho. Quando consegui uma meia bolsa para cursar Engenharia Civil. O início de uma jornada cansativa e satisfatória em busca de um objetivo; Ser, se torna e dizer: eu sou alguém na vida. Não sou daquele tipo que conclui apenas o ensino médio e vai trabalhar em alguma lojinha qualquer, vivendo de um salário mixuruca.

Beatriz quem fez isso. Não está nem aí para entrar em alguma faculdade, só quer saber de festinhas, baladas algo do tipo. Somos o oposto uma da outra.

— ... gostoso do Gian Carter. — quase me entalei com a escova de dentes.

Beatriz é vidrada nesses sites de fofocas sobre os famosos. Seu sonho é um dia ser o foco dessas inúteis notícias. Já eu não sou ligada nesse meio das celebridades, há um tempo atrás juro que nem sabia quem era Gian Carter.

Qual é, sempre tem alguma personalidade famosa que todos conhecem e você não.

E sinceramente estava por fora da desinteressante informação que ele é o cara mais cobiçado pelas mulheres da cidade. O que não é o meu caso!

Foi admirável ele ter tomado atitude de devolver o meu trabalho na faculdade. Meu precioso trabalho, onde eu nem tinha cópia, acredita? Se não fosse ele estava até hoje tentando recuperar a nota perdida. Sei que fui muito rude e tosca não agradecendo, mas não poderia morrer de amores por quem foi motivo de tanta raiva sentida. Mas ser rodeado e agarrado por várias mulheres pedindo fotos e autógrafos é o melhor agradecimento, não acha? Bom, para um homem sim. Sem saber elas se tornaram o meu inesperado agradecimento coletivo. E daí caiu a minha ficha, "ele é famosinho". Em casa fui pesquisar quem era Gian Carter e, fiquei surpresa com sua lamentável história, mas nada encobre sua magnífica fama de mulherengo.

Irrefutável DesejoTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon