A new life

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Tradição.

Meu pai é uma dessas pessoas tradicionais, do tipo que adora estar no comando da família. Principalmente quando se trata de datas comemorativas e, principalmente se tratando do Natal. Senhor Carlos comprou um pinheiro de verdade, que tinha sido entregue nessa manhã, bem junto com várias bolas coloridas, anjinhos dourados e muitos outros objetos para enfeitar a árvore, e o mais essencial de tudo: As luzes de Natal!

Eu e Cecília recebemos a encomenda e eu tratei de explicar a ela o que viria a seguir: Meu pai se transformava no Natal. Ele virava um maníaco por enfeites e todas as tradições dessa data que estava tão próxima. Sua maior preocupação era saber se nenhuma lâmpada das luzes de Natal queimasse, se tinha comprado enfeites suficientes para preencher toda a casa, e as comidas, obviamente tradicionais, se estariam maravilhosas como deviam ficar. Ele comprou caixas e mais caixas com aquelas pequenas pedrinhas de plástico coloridas e reluzentes. Meu pai havia acabado de sair de uma reunião da empresa e dado a ele mesmo um mês de férias e tranquilidade. Foi engraçado quando seu carro patinou na neve do nosso gramado e quase bateu na caixa de correio. Ele buzinou várias vezes e eu e Cecília saímos correndo para ver o que tinha acontecido. Carlos saltou do carro carregando várias sacolas, ainda com a roupa de trabalho e a gravata solta no pescoço.

- O que é tudo isso? - Cecília o olhou curiosa. A expressão dela era um misto de alegria e nervosismo.

- Não temos tempo a perder - respondeu ele dando um beijo rápido em Cecília e entrando em casa. Nós os seguimos - Temos uma casa para decorar! - meu pai subiu a escadas como um jato, enquanto Sofia as descia para se juntar a nós.

Ela passou os olhos por papai que só teve tempo de murmurar um hello antes de sumir no corredor.

- Natal! - ela disse sorrindo.

- Hoje vai ser um dia cheio - suspirei dramaticamente, tendo minha irmã para concordar comigo.

- Pode apostar que sim - Sofia olhou em volta da sala percebendo a grande árvore no canto dela - Dessa vez nosso pai de superou. Nunca vi uma tão grande.

- É mesmo - concordei me virando para Cecília - Você vai ter muito trabalho na cozinha.

Ela afirmou sabendo que sim. O Natal é daqui exatamente quarenta e oito horas. E por conta dos acontecimentos ruins que havíamos passado, ninguém tinha se preocupado com essa data até esse momento. O dia de colocar os enfeites tinha passado e meu pai estava atarefado demais na empresa, recuperando os dias que ficou ausente, e ainda bastante decepcionado com Sofi para ter alegria o bastante para comemorar. Felizmente, tudo isso tinha passado e ele voltou a se animar como de costume.

Meu pai organizou um mutirão, literalmente obrigando (Sim, obrigando!) o meu namorado e todos os seus amigos, e me obrigou também a chamar as minhas amigas, para ajudar a decorar a casa com o intuito de unir a família. O Natal é o meu feriado favorito. As pessoas confraternizam e a família se une. É uma coisa mágica e inexplicavelmente boa. Porém, com um bando de adolescentes lidando com metros e metros de fios com pedrinhas de plástico que piscam, vocês sabem muito bem o que pode acontecer.

E se não sabem, vão descobrir agora.

Após o pessoal ser convocado, eles se amontoaram na sala da minha casa, esperando as ordens seguintes. Apesar do cômodo ser bastante grande, eu ainda me impressionava cada vez que via todos juntos ali.

- A sorte é que nós gostamos do Natal - Nash replicou rindo.

- Você viria de qualquer jeito - retruquei lançando um olhar divertido a Nash.

Era meu pai, o pai da sua namorada. Eu não precisei dizer mais nada. Nash revirou os olhos enquanto todos riam.

- Ah, com certeza - Carter deu um tapinha de camarada nas costas de Nash.

A New Life #1 [finalizado]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora