Parte 1

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- Você está demitida!

Demitida? Como assim demitida? Depois de três anos me dedicando a essa droga de empresa, perdendo noites de sono, revisando relatórios, quase todos os dias saindo após o expediente, e ainda me demitem assim, sem nenhum motivo? Aliás, só para você, leitor, se situar, eu não estou sendo demitida por falta, porque eu entrava de cabeça em todos os problemas, processos, tudo, exatamente tudo. Mas o que eu ganho com isso? Uma demissão sem motivos. Se eu já fiquei com algum funcionário? Não! Não mesmo. Eu tenho ética. Mesmo todos os homens da empresa, até os casados, darem em cima de mim, porque me consideram "gostosa", eu nunca, nunca mesmo, dei o braço a torcer.

O que eu faço da minha vida, agora? Como vou pagar minhas contas? Minha faculdade? Isso não pode ficar pi... Cala essa boca, Joama, você sabe que pode sim.

Não tem como sair de cabeça erguida, depois de ser demitida, e ainda mais porque eu era o braço direito do presidente. Antes que comecem a especular a minha vida, não, eu nunca dormi com o meu chefe. Muito pelo contrario, eu o considerava o pai que eu nunca tive, considerava, isso mesmo, não considero mais.

Quando estava prestes a sair do prédio, o qual pertencia a empresa que eu trabalhava, cabisbaixa, meu celular toca.

Sr. Geromi.

- O que é? Já não me humilhou o bastante? – Atendi, com total arrogância, ao meu antigo chefe.

- Calma, Joama.

- Calma? Logo você vem me pedir calma? Porque não pediu para sua secretaria me ligar? Ah, não. Você acabou de demiti-la. – falei sarcasticamente. – Quer saber? Vai para uma poha.

Desliguei, sem ao menos ouvir o que ele tinha para falar com a mais nova desempregada do pedaço. Como isso foi acontecer comigo? Eu precisava, preciso, desse emprego.

Eu não vou chorar! Para que perder tempo desidratando seu corpo, pelos olhos? Não vale a pena!

Enfim sai do prédio, sem ao menos olhar para trás.

- O que eu faço da minha vida agora, senhor? – falei olhando para o céu.

- Fiu. Fiu. – enquanto eu ia andando na rua, era assim que os homens me abordavam. Com cantadas baratas e sem respeito.

As vezes ser bonita tem as suas serventias, mas nem sempre. Já estou cansada de ser abordada na rua, por cafajestes, que só querem me comer. E é por isso, e tantos outros motivos que eu não quero um relacionamento. Nem ao menos se divertir, ir para festas, pegar todos. Eu não sou assim, e me orgulho por isso. Minha mãe, que Deus atenha, em poucos anos presente na minha vida, conseguiu me educar, da maneira certa.

Ser mãe solteira não é fácil, e ainda mais quando toda a sua família lhe rejeita. Porém, mesmo assim, mamãe conseguiu me criar, me educar, e me fazer uma mulher forte e determinada. Ela morreu cedo, eu tinha apenas 16 anos, e estava sozinha neste mundo, nunca conheci meu pai, nem ao menos sei seu nome, e não sinto falta disse. Quando mamãe morreu, eu fiquei desnorteada, sem ninguém, sem nada. Pensei em me prostituir, mas lembrei que mamãe não gostaria. Ela mesma sempre disse que, mesmo a situação estando ruim, tudo se resolvera. E foi assim, esperando tudo se resolver, que eu consegui um emprego. O qual eu trabalhava até hoje, antes de ser demitida. Foram três anos me dedicando.

Um ano depois da morte de mamãe, eu resolvi e consegui passar novestibular. Direito. O tão concorrido direito. Eu pagava a faculdade com o meuemprego, antigo emprego.    

Vendo Nudes!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora