N° 16

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O sinal bate e está na hora do recreio.

- Você vem, gata?- Pergunta Guto.

- Vou ficar.- respondo.- Quero pensar.

Guto olha para mim e senta ao meu lado.

- Olha, eu gost...-  Ele olha para meu pescoço.- Katherine, sua vadia!!!

Arregalo os olhos e ele aponta para o meu pescoço.

- Me conte agora o que é isso e onde arrumou isso.- Diz puxando meu braço e afastando meu cabelo.- Sua safadinha. Detalhes.

Ele não parava quieto na cadeira e eu comecei a rir.

- Você está parecendo uma pomba gira que acabou de sair do quarto de um motel com um cara.

Começo a rir mais ainda da cara que Guto fez.

- Me conte.- Diz.

- Hãn...- coço a cabeça.- Não sei se posso contar.

- Claro que pode. Como deve.

Olho para Guto e vejo os mesmos olhos castanhos de antes, de quando éramos crianças, o olhar sonhador, ele passou por tanta coisa, aguentou tanta coisa, Guto é o meu herói.

- Bom..- olho para ele.- América e eu... - Guto coloca a mão na boca.

- Vocês duas se acertaram?- Suspiro.

- Não.

- Mas então...

- Aconteceu, Guto. Ela queria um tempo e eu precisava beijá-la uma última vez, então, rolou. Nós duas queriamos, mas eu...

Começo a chorar e encosto minha cabeça em seu ombro.

- Que isso, minha gatinha.- Diz acariciando meus cabelos.- Se ela precisa de um tempo, então dê esse tempo para ela.

- Guto, eu amo ela.
- Eu sei, gata. Vejo o jeito como olha para ela desde o dia em que você a defendeu.

- Mas hoje vi um garoto beijar o canto da boca dela.- levanto minha cabeça.- Minha vontade foi de socar a cara daquele idiota!

Bato a mão na mesa e depois me afasto com dor.

- Merda!- grito segurando minha mão roxa.- Não sabia que socar a cara de alguém machucava.

- Calma, minha gatinha apaixonada.- Guto pega minha mão.- Quer que eu pegue gelo? Assim conversamos mais.

Balanço a cabeça e sorrio para ele.
- Já volto.- diz.

Guto beija meu rosto e sai da sala. Me sento na cadeira novamente e coloco minhas mãos no meu rosto.
Depois de ontem, pensei que América iria pensar um pouco sobre nós e talvez decidisse que não poderia mais enganar à si mesma. Mas depois que vi aquele garoto beijar o canto de sua boca... ela nem mesmo se afastou.

- Eu to ficando doida.- Digo.

- Se for de amor por mim, eu deixo.

Olho para a porta da sala e vejo Aghata. Ela se aproxima, pega uma cadeira e se senta de frente para mim.

- Oi.- Diz sorrindo.

Dou um meio sorriso para ela e abaixo minha mão. Ela olha para minha mão e depois para mim.
Tento colocar minha mão na no bolso da minha calça, mas ela a pegou e olhou meus dedos.

- Hunrum.- Diz.- Já colocou gelo?

- Sim.- Respondo.- Guto foi pegar mais.

- Sua sorte.- ela fecha e depois abre minha mão, sinto uma leve dor e ela nota.- É que não deslocou nenhum dedo. Tem mãos firmes. Coloque gelo durante mais uns quatro dias e verá o resultado, vai ficar novinha em folha.

Agora & Para SempreWhere stories live. Discover now