Capitulo Dois - Ghost/Spirit

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Boa leitura, gasparzinhos .xxx

~o~

Ele está vestido com uma camisa branca e uma calça preta com os suspensórios pendurados ao lado. O cabelo é castanho claro em penteado bagunçado, a franja cobrindo a testa. Tem aparência de ser jovem como eu. Espera uma resposta, ou outra reação minha.

Eu não sei escolher como reagir. Uma das varias opções e a mais convidativa é correr para bem longe. Espalhar para todo mundo que essa sala é assombrada e se as pessoas não acreditarem, vão rir de mim dizendo que é uma ótima piada, mas não que não as convence. Porque sejamos coerentes, nem eu mesmo posso acreditar e presenciei a prova de que esse menino, ainda sem nome, surgiu na minha frente. No ar, sem esforço.

Passaram dois minutos aproximadamente em que nos entreolhamos. Eu com as sobrancelhas franzidas pensando em explicações logicas, ou na possibilidade de meus olhos estarem me traindo - ainda mais depois dos eventos de hoje – e causando ilusões. O menino não apresentado parece se divertir um pouco com a situação, mas ao mesmo tempo tão curioso quanto eu.

- Ei! - ele falou alto de mais, me fazendo encolher com a voz aguda que tem. - Vai falar algo, ou você é mudo?

Arqueei as sobrancelhas penosamente, me perguntando se posso ter me tornado mudo depois de tamanha loucura. A única forma de sair dessa situação e entender melhor é falando o obvio. Eu pisquei algumas vezes, alternando o olhar do garoto em minha frente para o chão em que ainda estou sentado. Lubrifiquei os lábios com a ponta da língua como mania que tenho, principalmente quando estou nervoso. Tentei falar, mas engatei no meio da ação. Limpei a garganta timidamente e tentei outra vez.

- Q-quem... - é um bom começo, beleza? Acabei de ver alguém invisível ou algo do tipo. – Você? – saiu incoerente e isso fez o dono dos olhos azuis inclinar a cabeça levemente.

Balancei a cabeça. Fechei os olhos com força, tomando folego e dizendo com mais firmeza ao olha-lo novamente:

- Quem é você?

O garoto acenou com a cabeça, concordando comigo apesar de eu acabar de fazer uma pergunta ao invés de afirmar algo. Estou muito inseguro e preparado para correr caso necessário. Talvez tenha sido tudo um grande mal entendido. Um mal entendido bem elaborado. Eu espero que sim. A ideia de fantasmas, ou pessoas com poderes invisíveis na vida real, não é tão legal quanto nos filmes. Não mesmo, não assim.

- Então, você pode falar – ele me despertou dos pensamentos. - Boa pergunta para começar. Eu sou o Louis. Louis Tomlinson – soletrou o primeiro nome. – Mas a pronunciação é francesa.

Então, a coisa tem um nome afinal. De toda maneira, não estou satisfeito, mas permaneci calado como se tivesse sido o suficiente para um dialogo. Esse Louis parece ser do tipo muito insistente, além de alegre. Como se fosse normal ter aparecido dessa forma e fossemos grandes amigos.

- Não é justo falar meu nome, mas não saber do seu - Louis cruzou os braços, fazendo bico com os lábios ao colocar o inferior para fora de forma que seu rosto se tornou uma carranca tão assustadora quanto à de um filhote de cachorro.

Isso parece ser o suficiente para sair mais uma palavra da minha parte, apesar de eu estar confuso.

- Harry - eu disse num sussurro, não cogitando sequer a ideia de falar meu segundo nome.

- Harry! - Louis desfez a expressão, apontando para mim com o tom de voz alto igual da outra vez.

Tudo foi muito rápido. Eu me encolhi com o barulho e arregalei os olhos para o seu dedo apontado em minha direção com medo de sair algum feitiço, ou algo do tipo. Não seria ridículo pensar isso depois de como ele apareceu.

Soul Solid (l.s. au spirit!louis)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora