Mudanças

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"Ela vive na sombra de uma garota sozinha

Voz tão silenciosa que você não ouve uma palavra

Sempre falando, mas ela não consegue ser ouvida"

-Little Mix

-Zumbis malditos! –Reclamo enquanto dou uma facada em um zumbi próximo. Zumbi? Isso ai, zumbis estão andando pelas ruas. Legal? Super. Adoro! Faz muito tempo desde que vi pessoas de verdade, e não essas mortas ai, eu vago sozinha. Sinto-me um zumbi já. Certo que eu reclamava das pessoas antes, e concordava que a humanidade estava se perdendo, mas isso, isso é demais. São mortos vagando, a sensação é horrível. Desespero, medo, frio, fome.

Outros zumbis se aproximam e eu corro, corro bastante, sem olhar para trás. Chuto com força a porta e entro em uma casa, normal, até bonitinha, o melhor é que ela não tinha zumbis.

Jogo-me no sofá e suspiro... Até quando isso vai durar?

Aliás, sou Kelsey Clutterbuck, e bom, tenho 14 anos, sou loira e tenho olhos azuis, pele clara, estatura media.

As coisas eram boas antes e eu não sabia agora vago por ai sozinha. Meus pais? Eu os vi morrer, e foi horrível... Eu fui obrigada mata-los... Então, eu carrego a culpa até hoje, eu poderia ter feito algo, se eu tivesse sido mais forte, talvez eles estivessem vivos. Pois, talvez? Tudo se baseia em talvez agora. Observo a janela e vejo o céu, estava claro o dia hoje. Depois vou sair para procurar suprimentos. Adormeço um pouco, quando acordo o sol já está no meio do cel,então é meio dia.

-Hora dá comidaaaa! –Digo alto, mas como estou sozinha ninguém vai ouvir mesmo, apenas os mortos, mas não tem nem isso aqui. Desço as escadas lentamente, abro minha mochila. –Ótimo, ainda tem para hoje. –Digo e pego barrinhas de cereais de chocolate e agua, como e bebo, então vou até a porta e saio. Não tenho um destino em especial, mas não gosto de ficar parada no mesmo lugar por muito tempo, me da à sensação de estar sendo vigiada. É loucura eu sei, mas quero achar uma casa que dê para ficar, que seja realmente segura, ainda tem bastante tempo e estou com a arma carregada e faca em mãos.

Caminho pela estrada e começo a contar meus paços... Um, dois, três...trec...Ué, barulho na mata, viro minha cabeça tipo a menina do exorcista, nada. Com minha arma na mão ando até o local, com sorte é apenas zumbi. Nossa... Com sorte? É eu tenho medo de humanos também, já vi o que eles podem fazer e não é legal. Ando calmamente e me escondo atrás de uma arvore, tem uma mulher loira, linda por sinal, ela anda atenta e percebo que ela está armada, então salto por trás dela.

-Quem é você? –Digo seriamente, ela se vira e toca algo em mim... Sua mochila? Eu caio para trás, ela me desarma e sorri.

-Quem é você? –Ela faz a mesma pergunta, enquanto aponta arma para mim.

-Porque estava me seguindo? –Eu pergunto.

-Seguindo você. –Ela faz cara de espanto. –Eu nem te vi garota. –Ela diz e dá de ombros. Então eu sorrio.

-Ok, dá minha arma que eu vou embora. –Eu levanto e ela não reage.

-Você está sozinha? –Ela pergunta. Eu assinto. –Tenho um lugar, um grupo... Quer ir? –Ela pergunta.

-Siiim. –Eu digo rápido de mais e ela sorri. Eu já gostava dela.

-Vamos. –Ela diz e me entrega minha arma. –Andrea. Ela diz.

-Kelsey, mas me chame de Kells. –Digo sorrindo. Ela sorri.

-Nunca ouvi esse nome, gostei. –Andamos calmamente. –Me fale sobre você. Então já viu né, comecei a contar toda minha vida para ela, porque quando eu gostava de uma pessoa, mesmo desconhecida eu me soltava com ela. Com a Andrea foi assim. Ela demorou a absorver tudo porque eu falei muito rápido.

One ChanceWhere stories live. Discover now