― Sejam bem-vindos - começa Aro estendendo os braços como se esperasse um abraço, os humanos finalmente estavam calados. - Chegaram bem na hora da ceia!

― Onde está o banquete? - pergunta um homem bonito de cabelos grisalhos, com a testa franzida em confusão.

― Ora, está bem aqui - diz calmamente, com seu costumeiro sorriso alucinado e apontando os braços aos visitantes.

"Bon appetite" foram as últimas palavras de Aro, antes da Guarda se posicionar ao redor do banquete em sua alta velocidade e sorrir maliciosamente com os caninos à mostra. Pobres humanos, corriam como coelhos assustados e gritavam como gralhas.

Jane ainda podia sentir o cheiro que a encantara, mas parecia estar mais fraco com toda aquela movimentação. Será que Alec o havia pegado primeiro? Se fosse isso, o puniria com toda a certeza.

― O que faz ainda parada? - pergunta o irmão, não entendendo porque ela ainda permanecia inerte. - Não quer jogar hoje?

―Não! - responde secamente, ainda procurando sua vítima ideal, ao se dar conta de que Alec não havia caçado ninguém. - Pode ficar com a garota, eu encontrei outra presa, só o perdi de vista por alguns instantes.

Alec dá de ombros, nunca entenderia totalmente a irmã que tinha. Já a vampira sentia a raiva crescer em seu peito, o odor simplesmente desaparecera e seu "coelhinho" havia fugido, se não fosse rápida acabaria sem jantar algum.

Ela foca o primeiro humano que passara em sua frente, o homem de cabelos grisalhos que perguntara sobre o banquete. Seu tronco vibra com o rosnado feroz, suas pernas correm em direção a ele e, em questão de segundos, Jane já afundava seus caninos naquela pele branca.

O sangue fresco explodia saborosamente em sua boca, enquanto a sinfonia dos gritos de sua vítima ecoava em seus ouvidos, aumentando o prazer daquela refeição. Má, era assim que a vampira loira gostava de ser reconhecida.

Com a mente absorta, a Volturi nem sequer notara o par de olhos vermelhos que cintilavam em sua direção, achando seus movimentos de predadora sedutores e sua ferocidade algo muito sexy.

Os gritos humanos finalmente cessam e, somente quando toda a Guarda estava devidamente alimentada e o frenesi da caçada se extinguiu, é que Alec percebeu a presença do vampiro intruso.

― Quem é você? - pergunta com voz alta e forte, chamando a atenção de todos para o visitante inesperado.

A Guarda Volturi se posiciona à frente de seus mestres protetoramente, prontos para qualquer ato ofensivo, e Jane, com os lábios ainda manchados pelo sangue que tomara, o ataca com suas ilusões de dor.

O corpo do intruso se contorce em agonia e o grito que rasga sua garganta faz um calafrio subir a espinha da atacante. Vampiros deviam sentir arrepios? Ela nunca saberia ao certo, mas tinha certeza do que havia sentido, um suspeito e sinistro arrepio.

O rapaz mira seus olhos sofredores em direção a vampira loira e com um leve movimento de mão suas feições relaxam como se o ataque tivesse cessado.

― Jane - chama Aro com voz aveludada -, por que cessou sua brincadeira?

― Não cessei - responde surpresa -, não está mais funcionando.

Jane estende a mão em direção ao vampiro, aumentando a concentração de seu ataque, mas tudo o que conseguiu foi um sorriso presunçoso nos lábios do intruso. Alec rosna furioso, como ele ousava fazer chacota de sua irmã? Ele se ajeita, também estendendo as mãos em direção ao desconhecido e ativando seu dom especial, mas era como se não estivesse fazendo esforço algum para atacá-lo, pois seu poder simplesmente não saía.

― Curioso - diz Aro sorrindo. - O que se passa aqui?

― Qual o seu nome, rapaz? - pergunta Marcus. - E o que faz aqui?

― Meu nome é Maximilian, senhor - responde calmamente, tentando tratá-lo com respeito, mas não sabendo exatamente que termo usar. - E vim cobrar uma promessa!

― Promessa? - questiona Caius. - Nunca o vimos antes, nunca lhe fizemos promessa alguma.

― Os Volturis nunca esquecem um compromisso - rosna Demetri, como se o intruso realmente tivesse insinuado tal coisa.

Aro levanta a mão direita levemente, o impedindo de qualquer acesso de raiva. Jane ainda encarava o visitante ferozmente, desejando que o mestre lhe desse a ordem para matá-lo, já que ela liderava e mandava em todos os outros vampiros da Guarda.

― Se não foi Marcus, nem Caius e nem eu - continua Aro com um tom meio irritadiço -, quem de minha Guarda ousou prometer-lhe algo? Ainda mais sem meu consentimento?

― Jane... Jane Volturi me fez uma promessa!

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