Marie e Nana

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Em Pandora a vida continuava monótona como sempre, Aron sempre trabalhando em novas poções e remédios, Halfor ranzinza. Nana e Marie ainda não aceitavam que sua irmã não estivesse lá, ir ao campo era o que mais as deixavam tristes.
    — Nana, bem que a gente podia ir atrás da Hana.- fala Marie.
    — mas ela pediu que a gente ficasse com o papai e o Halfor. Temos que obedecer.- responde Nana .
    — você nem parece minha irmã medrosa assim. - Marie fala desapontada.
    — alguém aqui tem que ser responsável. - fala Nana sorrindo.
   Depois de 5 meses iam se fazer dois anos da morte da mãe delas, e mais de um ano que Hana já tinha ido embora, certamente não era uma época muito feliz. Marie e Nana não eram gêmeas como as outras, tudo que uma sentia a outra sentia também, nunca se separavam. Aron pai delas tinha sangue de feiticeiros, por isso as duas faziam coisas que as pessoas comuns não faziam: ler pensamentos, levitar coisas, e tornar qualquer coisa inflamável, mas nunca usavam seus poderes, pois se ficassem fora de controle poderia se tornar algo catastrófico.
     — oh suas idiotas! Tão fazendo o que aí com essas caras de bobocas!? - grita Halfor de longe.
    — o que você quer moleque?!- Marie fala irritada.
    — não fala assim com ele Marie!
    — esse pirralho que começou.
    — papai pediu pra pegar alecrin.
    — mas alecrin só cresce no bosque. To com preguiça de ir lá.- fala Marie.
   — vamos logo sua preguiçosa. Você vem Halfor? - Nana pergunta .
  — não tenho nada pra fazer mesmo.
Os três atravessam o campo de flores e vão em direção ao bosque. Durante todo o percurso Halfor sente uma preocupação sem fim, sente que alguém os observa, assim que chegam a uma parte do bosque cheia de grandes rochas avistam pequenas plantinhas no chão. Era o alecrin que tinham ido buscar. Marie se senta em uma pedra enquanto Nana recolhe.
     — você não vai me ajudar Marie? - Nana pergunta.
    — eu? To bem assim, arrasa aí Maninha!! - Marie diz de forma sarcástica.
    — meninas, acho que não estamos sozinhos.- Halfor fala.
   Os três então começam a ouvir barulhos entres as árvores, e começam a se juntar, e ficam com medo do que pode surgir das árvores.
Vem vários homens sujos, com uma cara que não eram boas pessoas, os três começam a tremer, provavelmente um grupo de ladrões com cincos pessoas.
    — o- o que querem? -Pergunta Marie.
    — ora,ora não é todo dia que encontramos garotas tão bonitas por aí.- fala o maior de todos. Tinha uma aparência assustadora, usava  um gorro rasgado, botas de pele de animal. Um casaco de couro sujo, e fedia bastante.
     — nos deixem em paz.- diz Halfor.
     — por que não nos divertimos princesinhas.- coloca a mão no ombro de Marie. E outro se aproxima de Nana.
    — saiam de perto seus imundos.- Marie cada vez mais assustada.
    Nana não se mexe, fica de cabeça baixa sem dizer nada. Halfor segura a mão de Nana e percebe que está fria.
Os homens se aproximam cada vez mais, o líder tenta beijar Marie a força, mais ela morde seu nariz e vai pra perto dos irmãos.
      — SUA PIRRALHA INFELIZ. OLHA O QUE FEZ COMIGO!!! -  ele puxa Marie e a joga no chão, se sentando em cima dela, enquanto os comparsas riem maldosamente.
    — ME SOLTA, ME SOLTA! SAI DE PERTO DE MIM!!! NANA!! MEE AJUUUDAAAA, HAAALFOOR POR FAVORR..- Marie começa a chorar desesperada, enquanto Nana continua parada.
     — Se você fosse boazinha como seus irmãos, talvez eu pudesse ser mais carinhoso, mas agora você nunca vai se esquecer do meu rosto.- o homem fala com um olhar perverso.
  Marie sabe muito bem os tipos de pensamentos que estão passando na cabeça deles. Um mais pervertido e sujo que o outro, fica cada vez mais desesperada. Já não consegue mais se debater. Quando o homem está prestes a fazer algo pior, sua cabeça explode como um balão, e seus miolos voam pra todo lado, então o corpo cai, e Marie se levanta assustada. Nana estava atrás dele, com um olhar mais perverso ainda. As duas pegam na mão uma da outra, e vão em direção aos outros.
     — Vocês são uma escória pra esse mundo, precisamos nos livrar de vocês - as duas falam juntas, com rostos sem expressão, Halfor se encolhe em baixo das rochas e ouve apenas o som de ossos quebrando e os gritos desesperados dos homens pedindo por suas vidas. E o sangue começa a escorrer pelo chão, quando tudo se acalma, Halfor sai de baixo das rochas e se depara com suas irmãs cobertas de sangue dos pés à cabeça, corpos espatifados e esquartejados pra todo lado. Foi uma visão terrível pra uma criança, mas ele entendia que era ou suas vidas ou as dos bandidos.  As duas foram pra um pequeno riacho perto dalí, e se limparam antes de voltar, não queriam preocupar o pai. Mas antes de voltar os três prometeram que aquele era seu segredo e ninguém poderia saber, ou as duas poderiam ser queimadas na fogueira, já que todos na vila abominavam as bruxas.
    Voltaram pra vila e entregaram o alecrin pra Aron agindo como se nada houvesse acontecido.

Meu LordeDonde viven las historias. Descúbrelo ahora