Lar, doce lar

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Após encontrar Laura em frente a loja de conveniência em que a menina trabalha, Nathan ligou para Oliver, dizendo que estava a caminho da casa de seus pais, após o fim da ligação comentou com Laura:

-Que estranho, Ollie praticamente desligou na minha cara...

-Talvez ele estivesse ocupado, Nathan. - Ela respondeu.

-Acho que não, ele não tem absolutamente nada pra fazer desde que Sophie terminou com ele...

-Bom, depois você fala com ele e pergunta o que houve.

-É, tem razão. -Nathan falou e então deu um meio sorriso a Laura, ela estava linda usando um vestido rosé rendado.

-Sabe, nunca pensei que a veria usando um vestido...

-Ué, por que não?

-Sei lá, você não parece do tipo que usa vestidos. - Ele falou, enquanto abria a porta do carro para Laura.

-Bom, você não parece do tipo que abre a porta do carro pra uma garota e aqui estamos nós. -Nathan sorriu instantaneamente com aquela declaração, o humor irônico de Laura era algo que realmente o agradava... Ora, mas que ironia do destino, quem diria que um dia ele poderia gostar de algo que não fosse o corpo de uma garota, quem diria que ele abriria a porta de um carro pra uma delas, como Laura pontuara; e mais, quem diria que aquela menina mal agradecida que lhe vendera camisinhas seria essa garota.

-Em que você tá pensando? -Laura perguntou, já cansada do silêncio de Nathan desde que ela comentara o fato de ele estar abrindo a porta do carro pra ela. Será que ele ainda não tinha se acostumado com o seu modo irônico de ser?

-Eu gosto do seu modo irônico de ser... -Nathan falou rindo.

-Sério? Achei que odiasse.

-Não, não odeio. -Ele falou com um meio sorriso plantado em sua boca.

-Sorte a sua, afinal, você vai ter que me aguentar o fim de semana todo.

-Sorte a minha. - Nathan pensou alto e, ao se dar conta do que havia dito arregalou os olhos e se calou, olhando para a estrada.

A viagem foi tranquila e levou apenas uma hora e meia. O único problema foi o silêncio de Nathan, argh, Laura realmente não o entendia. O garoto estacionava o carro em frente a uma casa enorme, a qual Laura julgava ser de seus pais.

De repente, Laura teve um ataque de pânico. Aquilo era real, ela estava mesmo indo a casa dos pais de Nathan se passar pela namorada dele e o garoto não falara com ela durante quase toda a viagem.

-Nathan, eu não posso ir.

-O quê? Por que essa mudança repentina de ideia?

-Porque eu não conheço você o suficiente para fingir ser sua namorada. Porque eu nem sei se sou boa fingindo. Porque... E se eles quiserem que nós nos beijemos? Vamos ter que dormir no mesmo quarto? Céus, eu estava tão preocupada em fugir de Lucy que não percebi no que estava me metendo.

-Você fala demais às vezes. Vai dar tudo certo, Laura. Eu prometo. E sobre nos beijarmos: pensa em quantas garotas dariam tudo pra estar em seu lugar...

-Idiota. - Laura falou, dando um soquinho no braço de Nathan e depois continuou: -Você sabe o quão clichê isso é?

-Muitas garotas quererem me beijar?

-Não, nós nos passarmos por namorados, dã. -Laura disse, dando um tapa na testa de Nathan.

-Você tem que parar de me bater! Mas voltando ao assunto, eu sei que é clichê, eu tirei a ideia de uma comédia romântica.

Coincidências e escolhasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora