Por que?

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Will

Assim que essa garota levou uma facada eu senti um aperto enorme no peito, por que será?

Provavelmente é culpa, é deve ser isso...

Estou na emergência com Anna, até agora ninguém me perguntou o que houve, mas estou preparado para assumir a culpa afinal se o que ela disse for verdade, ela só foi lá para conversar comigo.

Assim que chegamos, botaram ela em uma maca e nos levaram a sala de emergência, logo ela fará uma cirurgia, o corte foi muito fundo.

Nesse momento estamos na espera enquanto os médicos estão ocupados com várias cirurgias, pois parece que uma Van escolar caiu em uma ribanceira e as crianças estão muito feridas já na cirurgia.

Mas que droga, justo hoje, justo agora!

- Will?

Ela acordou.

- Will, eu sinto muito por tudo isso, eu não tive a intenção de... - Ela vai falando enquanto senta.

- Cala a boca, deita e cala a boca.

- Está tudo bem, eu estou bem.

Como isso é possível? Ela estava quase morta ainda a pouco.

- Sua ferida vai se abrir se você não se deitar, idiota.

- Estou bem, é sério, só me escute, por favor.

Anna levou uma facada e quase morreu para poder conversar comigo, acho que devo isso a ela.

- Fale.

- Will...

- Willian.

- Ok... Willian, eu não sei como nem por que, mas de alguma forma você se esqueceu de mim, de tudo o que passamos e vivemos.

- Eu não me esqueci se você, você é a CDF so fundo da sala que estuda comigo a anos, mas não vejo muita coisa nisso.

- Não Will... Willian, nós temos uma história! Somos.... Hum... Amigos, ou ao menos eramos antes de tudo acontecer.

- "Tudo acontecer"?

- Ola crianças desculpe interromper, me disseram que era nesse quarto que tinha uma garota esfaqueada em estado grave, mas eu acho que me enganei de quarto. - Fala uma enfermeira entrando no quarto.

- Não senhora, é essa garota. - Respondo.

- Ah claro, mas você me parece muito bem. - A enfermeira fala para a Anna.

- Hm, foi um... "Alarme falso", foi só um pequeno corte, um acidente doméstico. Mas meu amigo aqui ficou preocupado e acabou exagerando um pouco. - Anna fala sorrindo.

- Tudo bem, me deixe ver.

- Ah claro, só me deixe ir ao banheiro primeiro.

- Precisa de ajuda?

- Ah claro que não, foi só um pequeno corte.

- Tudo bem.

Anna

Me levanto e vou ao banheiro, pois com certeza o corte já foi curado e seria muito estranho para eles.

Aproveito que ainda estou com minhas coisas no bolso e pego a adaga que Aline me entregou no inferno e faço um corte nas minhas costas, onde eu presumo que tenha sido a facada, perfeito.

Toc toc tooc

- Está tudo bem aí? - A enfermeira pergunta enquanto bate na porta do banheiro.

- Está tudo ótimo. - Digo abrindo a porta do banheiro.

- Tudo bem, agora me mostre o corte.

Me viro de costas e ela ergue um pouco minha blusa.

- Tudo bem, vai precisar de uns pontos, mas você vai sobreviver. - Ela dá um sorriso.

- Tenho que ir. - Will fala.

- Will, não eu...

- Olha garota, eu ajudei você e só! Chega! Não me procure mais.

A enfermeira nos encara confusa e Will vai embora.

- Bom, espere aqui, vou buscar as ferramentas.

- Ok.

Assim que a enfermeira sai do quarto eu vou embora do hospital, não quero que meus pais saibam disso.

Chego em casa atordoada, meus pais ainda não chegaram, então vou pro meu quarto e entro no banheiro, tiro minhas roupas e vou para o chuveiro.

Estou confusa sobre tudo isso, eu salvei o Will, não matei o Mike e fiz um amigo (apesar de que Roman aparenta me odiar agora), e mesmo assim não me sinto bem, eu fiz o certo, fiz o bem! Mas ainda assim...

Eu me sinto sozinha! Roman me odeia e provavelmente nunca mais o verei, Gregg raramente vem me ver, e Will... Will nem se lembra de mim. Céus, por que fazer o bem é tão ruim?

Acordo com o DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora