Velha canção

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-VOCÊ FICOU LOUCO??

    Gritei para Gustavo, que tinha acabado de atingir Patricke com um lance de gelo.

- LOUCO? LOUCA ESTA VOCÊ, OQUE TE DEU SIDNEY, SE AGARRANDO COM, COM...

     Ele tambem gritava.

-COM OQUE? ELE NÃO É SEU AMIGO?

      Perguntei brava indo até Patricke que estava sentado no chão, ele estava bem, ou pelo menos vivo.

-Ele era. Até me trair.

     Gustavo falou cuspindo as palavras. Me levantei e fui até ele.

-Se fosse para beijar Patricke de novo, eu o faria. Mas em você eu tenho até nojo de tocar.

       Falei com odio e olhando no mais fundo de seus olhos, tudo oque eu sentia por Gustavo parecia não importar naquele momento, eu o olhava e sentia ódio dele.

-Vamos Bler, perdi meu tempo vindo até aqui para me desculpar.

       Ele disse sério, e só então, percebi que Bler tambem estava entre nós, a encarei e me virei novamente, ao passo que ouvi Gustavo abrir a porta, olhei para traz na esperança de que ele fosse me olhar e me pedir perdão. Mas ele não estava mais, Bler me lançou um olhar confuso, depois saiu indo atras dele, fechei os olhos e respirei fundo.

-Patricke.

     Me ajoelhei ao lado dele , eu chorava desesperadamente, mas ao mesmo tempo eu queria transmitir calma a ele, mas eu era a ultima pessoa do mundo que podia ter calma naquele momento.

-Eu to bem.

     ele disse se esforçando para arrumar a postura.

-Você precisa ir para a enfermaria.

     falei ao passo que minhas lagrimas aumentavam.

-Não preciso não. Estou bem....
     Ele dizia sem forças.

-Nao. Nao esta.
     Foi então que eu vi, o tamanho do ferimento em seu abdômen. Me levantei de pressa e fui a procura de uma fada madrinha.

-Me ajude. Por favor.
     Gritei a uma que perambulava pelo corredor. Ela me olhou confusa e então veio até mim, entramos no quarto, e vimos Patricke caido no chão e gemendo de dor.

-Ele não esta bem. Me ajude.
       Gritei desesperada.    A fada mesmo assustada, conseguiu fazer com que ele flutuasse e o levou para fora do comodo, a segui.

-Vamos leva-lo a enfermaria.
      Ela disse. Fomos correndo, Patricke agora mudava de cor. Meu coração estava em pedaços.

***********************************

#Bler.

     Assim que tudo aconteceu corri atrás de Gustavo. Ele se sentou na escada, e , começou a chorar.

-Ei.
     Falei me sentando ao seu lado.

-Eu sou um burro. Como pude confiar nele, ele beijou a Sidney. A minha Sidney.
      Ele disse, passei a mão por suas costas.

-Tudo vai ficar bem. Você vai...
      Comecei a dizer, mas passos me interromperam, quando vimos Sidney descendo as escadas depressa, uma fada vinha logo a frente com um corpo flutuando.

-Este é...
     Gustavo disse se levantando.

-Patricke!
     Sidney gritou com ódio passando por ele. Gustavo saiu em disparada atrás dela. Também fui.

-Oque houve?
      Me atrevi a perguntar. Sidney se virou e me encarou cética.

-Por que você e seu amiguinhos não vão fazer algo melhor? Deixem Patricke em paz.
     Ela disse.

-NÃO.- Gustavo gritou com ela, parei de andar, o mesmo que fizeram ele e Sidney, em quanto a fada se afastava.-
Eu estou cansado de voce Sidney, Patricke é meu melhor amigo, me traindo ou não. E se você, realmente não quer saber de mim. Eu não me importo, na verdade, sim, me importo, afinal eu te amo. Mas se você quer assim, não posso te forçar a nada, eu já te perdi. Mas ele, ele eu não vou perder sem antes saber o porque de tudo. Pelo menos não sem antes o pedir desculpas, com você, eu já me desculpei, ou pelo menos tentei.
      Ele disse um pouco triste, só depois que a primeira lagrima escorreu dos olhos de Sidney, pude ver que Gustavo também chorava, percebi que era um momento delicado. Então decidi me afastar. E sem que nem ao menos notassem, eu fui embora. Sem ao menos saber oque pensar, quem defender. Gustavo não esta certo em minha opinião, nem Sidney, nem Patricke, argh, eu não tinha nada haver com isto.
     Andava desnorteada em um corredor quando ouvi vozes, decidi me esconder, logo surgiram os donos delas.

-Eu sei que voce esta tramando algo.

-Me solta.
      Me esquivei e vi que se tratava de Victor e Cho, ele a segurava pelo braço parecendo enfurecido.

-Solto. Assim que me dizer oque esta acontecendo.
      Ele disse.

-Nao posso. Tenho ordens para ficar quieta.
      Ela disse severa.

-Ótimo.
     Ele disse, e PA. Lascou um tapa na cara dela sem dó. Tive vontade de sair de meu esconderijo e defende-la, mas eu ainda não sabia seus motivos. Se Victor estivesse na razão, eu não teria nada para argumentar depois.

-Anda vadia.  Oque você ta armando. Ou melhor , você, e ela.
      Ele disse no ouvido de Cho, enquanto ela soluçava por estar chorando.

-Meus planos, meus planos são mandar Sidney pra um buraco bem fundo de baixo da terra.
      Ela disse com ódio, pude ver a expressão de Victor mudar, ele parecia assustado. Mas do nada, tamparam minha boca, e alem de não poder falar nada, não pude ouvir também. Algo estava acontecendo, eu só não sabia oque...

************************************

*Sidney.

- Ótimo. Vá com Patricke então, eu vou voltar pro meu quarto.
      Falei, e comecei a andar, passando por Gustavo, que apenas permaneceu parado, e quieto. Não aguentei segurar  as lagrimas ao ve-lo chorar.
       Bler não estava aqui? Me perguntei enquanto passava pelo lugar onde vi ela pela última vez...
     Cheguei em meu quarto, minha cabeça latejava de dor. Tomei um remédio e me sentei em uma cadeira próxima, eu estava aflita, e queria noticias logo de Patricke, eu deveria ter ido com ele para a enfermaria, mas se Gustavo fazia tanta questão, que fosse ele. Gustavo... Nossa, lagrimas já ameaçavam sair, mas as enxuguei com força, chega, eu não iria mais chorar por ele. Algo veio a minha cabeça, Gustavo e Bler vieram juntos ao meu quarto, e foram juntos, oque eles estavam fazendo um com o outro? A, ta vendo, aqui estou eu de novo pensando nele. Droga Sidney, concentre-se em seu amigo ferido. A Patricke, eu lamentava tanto....
       Acabei dormindo, ali na cadeira mesmo, meu cançasso era grande.

      Parabéns pra você...
      Nesta data querida....
     Muitas felicidades....
     Muitos anos de vida....
  
     Esta chegando  novembro...

    Acordei toda molhada de suor, eu respirava ofegante,fui até meu criado mudo, Bler ainda não tinha voltado.
      Olhei meu relógio, 00:00. Dia 24 de outubro. Meu coração acelerou.

-Maldita.
     Falei. Era Hanna em meus sonhos, tudo voltaria a ser como era. Tirei aquele vestido e me joguei de baixo da ducha. Aquele suor era maligno. Quando acabei me enrolei na toalha, sai do banheiro.

      Percorri os olhos pelo meu quarto.

-É Sidney, de hoje em diante,seja forte. Seus próximos capitulos serão agitados.

A escola dos contos- Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora