O fim de um conto de fadas.

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- Eu o beijei, mas a muito tempo, no começo das aulas praticamente. Você não tem nem vergonha de ter feito oque você fez, com ela?
       Perguntei cética a Gustavo. Assim que Cho me viu ela interrompeu o beijo entre os dois e saiu correndo me deixando sozinha com ele.

- Não interessa Sidney, eu já disse, já acabou. Você pode viver com quem você quiser agora, a CA bou.
       Ele disse pausadamente, as palavras de Gustavo eram tão duras quanto o gelo que saia de seu poder.

-Você nao pode estar fazendo isso. Gus eu te amo, te amo tanto ao ponto, ao ponto de...
  Comecei, mas ele me interrompeu.

-Ao ponto de ir embora e me deixar em paz.
      Ele disse.

-Mas, mas, e hoje? Aquilo não significou nada pra você?
     Perguntei incrédula.

-Sim, significou. Mas eu não aguento mais.
      Ele disse passando as mãos pelos cabelos.

-Prometo que vou cuidar de você. Como minha princesa.
      Repeti as palavras que ele havia me dito a um tempo atrás. Gustavo fechou os olhos com força.

-Vai. Embora.
      Ele disse. Obedeci. Sai correndo o quanto pude e fui até meu quarto, chegando lá destruí tudo que me lembrava ele, nossas fotos, seus presentes, o vestido que usei em nosso primeiro encontro, eu simplesmente segurei nas duas alças e o parti no meio sem dó.
       Eu chorava tanto, como eu era uma idiota, como eu ainda tinha coragem de permanecer ali parada? Se fosse Coral ou Thalia, já teriam lascado um bom tapa na cara de Gustavo, mas eu me contive, eu faria ele sentir dor de outra forma, eu iria fazer ele sofrer por nada, igual ele estava fazendo comigo.
    
-Sidney.
      Alguem disse e abriu a porta. Nem se quer o ser humano bateu, era Garet.

-Uau.
     Ele disse ao se deparar com o quarto revirado.

-Eu precisava liberar minha raiva.
       Expliquei.

-Estou vendo.
      Garet disse agora olhando para mim, ele estava com as mãos ao bolso oque o deixava ainda mais charmoso.

-Eu, vim, ver como você estava. Parece que bem melhor nao é?
      Ele perguntou sorrindo um pouco.

- Estou péssima, isto sim.
      Falei séria, minha cabeça ameaçava doer.

-Victor ficou raivoso quando você bateu nele, tivemos que nós dois, eu e Blico, segurarmos ele.
       Garet disse.

-Ele iria me bater também?
      Perguntei sem acreditar, Garet apenas afirmou com a cabeça.

-Acontece.
     Garet disse vindo agora em minha direção.

-Que ele não tem coragem de fazer isto.
     Ele disse, sorri ao seu comentário, eu não sabia se ele estava ameaçando, zombando ou apenas tentando me animar sobre Victor, mas me senti bem mais disposta depois do que ele falou.

-Sei que não.
     Falei.

-Bom agora eu tenho mais oque fazer, tem umas cartas que Gustavo escreveu para mim. Queima-las seria uma boa ideia não acha?
      Eu disse meio triste, Garet sorriu, e se aproximou de mim.

-Na verdade, eu acho. Queime tudo sem dó, e depois, jogue as cinzas na cama dele.
      Ele falou em tom zombeteiro.

-Como você é mal.
     Falei tentando sorrir.

-Sim, eu sou.
     Garet disse, deu um ultimo beijo em minha testa, e saiu.
    Me sentei em minha cama, puxando para perto a caixinha com as inúmeras cartas que Gustav escreveu para mim, eu tive o cuidado de decora-la com vários pompons e papeis diferentes, e foi por isto que eu comecei, arranquei sem dó cada um dos enfeites daquela caixa. Depois, veio o conteúdo, a primeira carta parecia ser sobre nosso primeiro mês de namoro, acendi o esqueiro e a vi queimar diante dos meus olhos. A segunda carta era do nosso segundo mês, respectivamente, parecia que eu já havia organizado até por ordens de data, de tao neurótica que eu era por ele, por tal motivo, peguei as sete primeiras cartas me lembrando que a de outubro ele não teve nem tempo de fazer. Comecei a queimar uma por uma, mas algo em um papel me fez parar o ritual.

A escola dos contos- Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora