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Margareth desligou o telemóvel e deu um sorriso malvado.

 - Quero ver se esse amor é assim tão grande e tão forte de maneira a que sacrifiques a tua felicidade pela do teu querido maridinho! - Margareth, a "Georgia", dizia enquanto colocava a pasta dentro da mala e saia para o escritório.

Va não almoçou, não dormiu, só atendeu Katt pelo telefone interno do hotel dizendo que ficaria o dia no quarto, que estava um pouco indisposta.

Atendeu o telemovel a Louis perto da hora de jantar, após ter recusado cinco chamadas, mas para não o assustar, atendeu e disse que tinha estado a dormir e que não ouvira tocar.

Tentou não demonstrar pela voz a tristeza e dilema em que se encontrava e passou alguma alegria falsa para Louis, dizendo estar tudo bem, apenas se sentia um pouco cansada mas nada demais. Cada palavra que ele dizia fazia uma lágrima rolar pelo seu rosto, pois Va estava a convencer-se de que realmente seriam as últimas que ouviria dele.

Quando se despediram, Va engoliu em seco e ganhando toda a coragem e força do mundo, disse:

 - Lou, eu amo-te muito, nunca te esqueças disso, ok?

 - Eu também, amor, muito muito muito! - Louis respondeu feliz, sem perceber a despedida espelhada na voz na esposa.

 - Então, adeus Lou. - Va dizia, segurando o choro.

 - Até amanhã, meu amor! - Louis dizia.

Ao desligar, Va deslizou pela cama e chorou toda a noite.

No raiar da manhã, lembrou-se de algo, uma saída.

Pegou no seu telemóvel e procurou o contacto de uma amiga brasileira, dona de uma revista. Já há algum tempo que ela anda a convence-la a ir trabalhar para lá na sua revista, que ela teria a sua própria coluna... agora era o momento ideal, novo continente, país, trabalho, pessoas novas, o ideal para seguir em frente para poder deixar Louis ser feliz...

É isso, está tomada a decisão!

 - Vou ter de sacrificar o meu amor, para que ele seja feliz, afinal, amar não é isso mesmo? - Va falava, olhando o seu reflexo no espelho da casa de banho da sua suite, um hábito que ganhou com Louis, falarem através do espelho! - Va sorriu saudosa.

Secou as lágrimas e discou o numero da amiga.

Alguns toques depois...

 - Alô? - uma voz de sotaque brasileiro respondia do outro lado.

 - Duda? - Va perguntou.

 - Sim, eu mesma, quem fala?

 - É a Va! Como estás?

 - Va! - Duda gritava do outro lado - menina, que saudades! Como é que você está?

 - Está tudo ok! Queria fazer-te  uma pergunta!

 - Força! Fala aí! - Duda dizia entusiasmada.

 - A minha coluna na tua revista ainda está de pé?

 - Não acredito! Va P. está aceitando a minha velhinha proposta? Claro que está de pé! Vem pra cá hoje e começa amanhã! Tou mega feliz por voce querer trabalhar connosco, vai ser legal! Você vai amar o Brasil e o calor humano da gente!

 - Acredito que sim, Duda e estou muito feliz por ainda poder segurar a proposta que me tinhas feito!

Ainda no final desta semana estou aí...consegues arranjar um sitio para eu ficar? - Va perguntava, pensando ao mesmo tempo que largaria toda a sua vida de Londres e as suas amigas, e o seu trabalho no jornal, que ela tanto gosta...

 - Para já, voce fica no meu ap, depois procuramos um cantinho para voce, valeu?

 - Por mim, tudo óptimo, vou agilizar as coisas e penso estar por aí depois de amanhã, pode ser?

 - Pode não, deve! Fico á sua espera, ameeega! Tou tão feliz, desde a faculdade que a gente não se vê, deve estar gata, né? Ahaha! Bem, agora tenho de ir, me liga pra falar que horas voce chega, tá? Xau! beijos!

 - Ok, obrigada por tudo, Duda, eu ligo. Beijos.

Va desligou o telemóvel e a primeira parte está feita, a solução para fuga.

Agora, ligar para comprar o bilhete de Londres para o Brasil, mas também de Vegas para Londres amanhã, para poder pedir a demissão, arrumar a mala e saír da sua velha e boa vida para a sua nova e inesperada nova vida.

 - Eu vou conseguir! - Va convencia-se.






What happens in Vegas...leaves Vegas? TerminadaWhere stories live. Discover now