Nova York (fim)

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Lá estava eu de boa fazendo minha prova e eis que surge a voz do diretor naqueles auto falantes espalhandos pela escola me chamando para sua sala.
Sorte que já tinha praticamente terminado as questões quando ele anunciou meu nome então eu consegui terminar toda a prova, até porque se faltasse muito iria continuar e o Carequinha que se dane.
Mas o caso é, eu fiz alguma coisa de errado? Até onde sei não.
-Com licença senhor - digo abrindo a porta de sua sala. E me deparando com ninguém mais ninguém menos que Joseph Fogetts. - Ah... Oi, você sabe onde o diretor está?
-Ele saiu agora pouco, sente-se por favor senhorita Fotchs.
Como é que o velho sabe meu nome? Eu hem... Sentei porque né, estou na escola ele não iria tentar fazer nada comigo lá (um pensamento meio doido esse meu, mas depois de passar por o que passei você fica desconfiado com tudo).
-Eu que pedi para que Valvez a chamasse. - boiei, o que esse ser importante iria queria com a minha pessoa? - você sabe quem sou?
-Sei. - Graças a Ane. Porque se não meu filho olha ia ser difícil viu, não sou nenhuma mãe Dina não.
-Pois bem, ontem estava vendo o programa na qual você apresenta e a achei incrível.
-Hum... Obrigada - cara!!! um homem desse nível me elogiando, hoje é meu dia de sorte.
-Eu vou direto ao ponto, não sou muito bom em causar aquele suspense. - trás sua cadeira para mais próximo da mesa- gostaria que você fosse trabalhar para a WBCN, apresentar um programa juvenil do estilo que você apresenta só que será uma coisa maior, com audiência nacional, para o Canadá e também para alguns países da americana latina.
Putis! Caralho mano! Isso é sério mesmo? eu não estou sonhando? meu maior sonho é passar no vestibular de medicina mas fazer um programa de grande audiência e quem sabe ser famosa é com certeza o sonho de todas as pessoas.
-Eu teria que ir para Nova York?
A emissora era lá, mas não estava muito a fim de abandonar minha vida aqui, séria super chato com o pessoal do jornal se eu falar que não vou poder mais ficar com eles. E o Harry. Como posso largar ele? Eu que achava que ele me deixaria e agora eu vou o deixar para ir a Nova York? Não me parece muito certo. Eu vou para lá e o ambandono? Não gostaria que alguém fizesse isso comigo, como iria fazer isso? Eu mesma iria me machucar se fizesse. Poderíamos namorar a distância embora isso geralmente não de muito certo 70% dos casais se separam. Merda.
-Sim, as gravações acontecem no estúdio, na própria emissora.
-Mas eu sou menor de idade, não posso ir pra lá do nada né. E a escola?
-Já conversei com sua mãe sobre isso- tá de zoeira? Então porque eu fui a última a ficar sabe dessa proposta?- ela só tem que assinar alguns documentos e você passa a responder pelos seus próprios atos. - passou a mão pelo pouco cabelo que ainda tinha -enquanto a escola, você será transferida para a Trinity - não! Meu deus isso é simplesmente o paraíso, essa escola é tão bem conceituada que melhoria minha nota em 30% nos vestibulares. - claro que se depois do seu contrato você quiser segui na área de jornalismo ou artes cênicas pagamos sua faculdade.
-E de quanto tempo é o contrato?
-Um ano e meio, o tempo que você continuará no ensino médio, daí depois você decide se quer continuar na tv ou seguir outra carreira.
Ah Meu Deus. Como recusar isso? Me diz como? Não dá. Mas E o Harry? Como vou explicar isso? Não quero terminar, só espero que ele entenda a situação.
-Então você topa?
-Claro, quando vamos?
-Em quinze dias.- levanta de sua cadeira - entraremos em contato com você para aquisição de alguns documentos e passarmos informações dos procedimentos a serem realizados.
-Ah... Tudo bem.
Levanto-me, nós despedimos e vou direto para a sala 20, começar dando a notícia para o pessoal do jornal. Não estou pararada fisicamente e muito menos emocionalmente para falar sobre isso com Harry, apesar de estarmos juntos a apenas alguns meses me sinto como se fosse uma década de tão certo que damos junto.

OBS: sei que a escola Trinity é de período integral, mas não tinha outra em mente então coloquei ela msm.

***
-Oi galera.
A equipe estava toda reunida em torno de um notebook, melhor assim, dar a notícia para todos é melhor que individualmente.
-E aí Tay- Scort cumprimenta - chega mais, estamos vendo aqui, nosso programa, ontem foi um arraso total.
-Exatamente. - Malu entra na conversa. - tem uns comentários falando que seu desempenho foi espetacular. Tem uns ruins também, mas não vamos levalos em consideração porque são dos invejosos.
É triste que acabar com toda essa animação deles, sei que se eu sair o programa não será mas o mesmo e não é justo abandona-los. Mas mano. Eu vou pra Nova York, posso fazer carreira lá, que outra chance assim vou ter na minha vida?
-Ah... -começo - tenho que falar uma coisa pra vocês que não sei se é muito bacana pro programa.
-Alguma ideia estúpida?
Tá, boiei, minha ideias não são estúpida e para mim novidades não seria uma coisa ruim, mas tudo bem, apenas ignore.
-Não. É que eu vou ter que sair do programa. - falo o mais rápido possível.
-O quê ??? - Ane entra em pânico. - hoje não é primeiro de abril. É Scort?
-Não.
-Você vai nos abandonar? Agora que o programa está fazendo sucesso - Malu fica nervosa.
Aí Santa Maria Cristina, não pensei que teriam uma reação tão contrária assim.
-Calma, é que eu vou para Nova York e...
- Mas você nem tem parentes lá.- Ane interrompe.
-Gente! Espera. Deixa eu terminar! -puxo minha blusa pra baixo, essas roupas são uma merda viu, a blusa sobe e a calça desce daí você fica que nem um palhaço levantando as calças a cada passo. - Eu fui chamada pra trabalhar na WNBC.
-Tá de zoeira com a nossa cara?- Scort tosse.
-Não, jamais, podem perguntar ao diretor, minha mãe...
-Então é verdade gente - Malu fala como se eu não estivesse ali- Ela não envolveria o nome do Valvez no meio se não fosse.
-Você vai para a WNBC ? - Ane pergunta como se ainda não acreditasse.
-Em quinze dias.
Naquele momento em que eles se tocam que eu não estou mentindo e ficam com aquela cara de quem quer dizer." Mano! Eu também trabalho aqui no programa, devia ser eu não ela. Filha da puta."
-Parabéns - Malu abre um sorriso falso.
-Espero te ver na tv em breve- Scort pelo menos soou sincero.
-É uma pena eu ter que apresenta sozinho - Steve diz pela primeira vez- Mas estou muito orgulhoso de você viu.
-E enquanto a Harry?! -Indaga Ane.
Meus músculos paralisam. Ela não pode só me falar "Parabéns"? Mesmo que seja de uma maneira falsa como os outros. Me diga porque raios ela querer sobre o Harry está querendo o que? pegar ele pra ela, não vem não minha filha eu vou pra Nova York, mas defenderei o que é meu até a distância entendido?
-Ainda não falei com ele- abaxei a cabeça.
-Se fosse você falaria logo. Ele deveria ser o primeiro a saber.
-É, eu sei, mas estou um pouco nervosa em relação a qual será sua reação- com a graça de Deus ele vai me compreender- estou pensando em contar amanhã na viagem para o acampamento.
-Pelo menos vocês vão terminar em um lugar bonito.
-Oi? - Não posso acreditar que ela disse isso. Tá querendo o que me jogar lá em baixo? Invejosa, deve estar assim só porque sou eu que vai para a WNBC e não ela.
-É isso mesmo, ou você acha que Harry Styles vai concordar em namorar a distância. Tem como fazer sexo a distância? Que eu saiba não, você não terá mais utilidade- jogou seus cabelos para trás - ele vai trai-la assim que você virar as costas.
Cachorra. Ela ia dar em cima do meu namorado, como uma pessoa tem coragem de dizer isso. Não aquentei, dei uma bofetada em sua cara tão forte que ficou a marca dos meus cinco dedos.
Virei as costas e já ia saindo da sala, não preciso perderar meu tempo com pessoas falsas e invejosas.
-Pra sua informação Ane. -a chamo já na porta- Styles nunca esteve comigo por sexo. Nós nem se quer fizemos isso.
Sai pelo corredor, mas podia imaginar o que pensavam sobre mim e Harry, acho que seiria "Ele ficou mais de dois meses sem transar por causa dela? Só pode estar de brincadeira que um cara gostoso como ele fez isso."

***
Não consegui dormir na noite anterior a viagem, mal falei com Harry pelo whats. Me sentia mal por estar conversando com ele como se estivesse tudo normal, mas confesso que ele também estava diferente, demorando para responder as mensagem que eu mandava.
Na escola estava distante, pensativo, como se tivesse algo a me dizer só que lhe falava coragem. Não pude deixar de pensar no que estava acontecendo, ele iria terminar comigo e estava procurando uma maneira de falar sem que eu me senti-se descartada?
Seria horrível se ele terminasse, iria doer pra caramba e eu com certeza me comportar como aquelas garotas chorosas, encostada pelos cantos e chingando a qualquer um que aparecesse na minha frente. Talvez tenha sido um erro me permitir amá-lo.
-Harry... -O chamo me aproximando de onde estava sentado.
Iríamos partir em vinte minutos, o ônibus já estava parado do outro lado da rua esperando que o restante dos alunos chegassem, não poderia ir sentada ao seu lado a viagem toda sem dizer nada sobre Nova York. Iria falar ali mesmo e seja o que Deus quiser.
-Tayana... - sussura ao me ver.
Ele usava uma camisa preta de gola polo e por mais impossível que pareça estava mais lindo que todos os outra dias.
-Preciso falar com você. - falamos em uníssom.
Merda. Isso não é bom, será que ele quer terminar? Não acredito que vou acabar perdendo esse homem.
-Ah, você primeiro. - digo.
Vai Tay, aguenta firme você aguenta levar uma facada no coração, isso ria acontecer de uma maneira ou outra mesmo.
-Vamos pra um lugar mais quieto, o jardim perto da secretária pode ser?
-Claro.
Pelo menos iríamos terminar em um lugar bonito, assim como Ane disse.
Sentamos na grama um de frente ao outro. As flores laranjas de baixo da janela do diretor estavam todas abertas, tinha até algumas borboletas voando. Uma cenário lindo pra terminarmos o relacionamento.
-Pode falar Harry. - disse tomando fôlego, ou melhor me preparando para tentar não derramar nenhuma lágrima.
-Eu não queria fazer isso com você Tayana -diz com a voz esganiçada- por favor, não quero que pense que sou um canalha. A escolha não é minha.
Uma lágrima minha escapa e desce pela bochecha, é... Pelo jeito não deu muito certo minha preparação anti choro.
-Não chora...-passa suas mãos fortes delicadamente em minha pele- A escolha não foi minha, eu não estou terminado, só que não sei se vai dar certo. Olha eu pensei muito antes de tomar coragem e te falar isso.
-Harry... - resmungo - que escolha ?
-Meu pai, - desvia os olhos como se meu olhar estivesse queimando o seu- Ele terminou mais cedo do que imaginava as coisas da abertura da nova fábrica. Iremos voltar para a sede.
-Nova York? - sorriu.
-É. Eu juro que não queria, mas o que eu posso fazer? Ainda sou menor.
-Styles. Você vai para Nova York? É isso que está tentando dizer?
Ponho minha mão em seu queixo levantando seu rosto, e abro um largo sorriso. Isso era muito bom pra ser verdade.
-Você queria terminar? É por isso que está sorrindo?
-Não bobinho, eu jamais iria sorrir para isso.
-Então o que é?
-Eu estou indo pra Nova York.
-Não. Sério? -pergunta animado. Como se fosse apenas um sonho.
-Vou apresentar um programa para a WNBC então vou pra lá, trabalhar, estudar e mora...
Harry nem me deixa terminar minha frase e já me beija. Um daqueles beijos de final de filme.
Mal acreditava, nos dois em Nova York, isso era muita conhecidência pra ser real, talvez romances como em livro aconteçam conosco também, talvez nossos destinos realmente estejam escrito nas estrelas só é preciso encontrar a pessoa certa para que toda essa fantasia literária aconteça na vida real também.

Entre as linhas do destino [HS] CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now