Capítulo 1

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Porque o amor é como o vento
Que é levado pelo o mar
Ele está aqui agora, mas amanhã...
Onde ele estará?

A música ecoava em minha cabeça como uma caixa de som bem equipada com fones de extrema qualidade que podiam alcançar distâncias incalculáveis. A letra bonita soava como uma canção melancólica cheia de sentimentos que eu identificava em mim mesma a cada frase mas eu jamais admitiria para alguém. Porque não importava se suas letras eram boas, Brendon Mark ainda era a maior causa dos meus problemas.

Investiguei o corredor antes de correr em disparada até o quarto da minha irmã, ainda com meu pijama florido. Bati insistentemente na porta marrom que tinha uma foto do seu cantor favorito estampada, sorrindo pra quem quer que passasse. Fiz uma careta pra ele e continuei batendo para que ela ouvisse, em meio a toda barulheira da música lá dentro.

Uma Bely animada e suada ⸺  provavelmente de dançar e cantar como uma louca desde as cinco da manhã ⸺ me recebeu ofegante, com um cheiro de suor exalando. Revirei os olhos.

Quando ela ia aprender?

Entrei como um furacão em seu quarto, indo diretamente à caixa de som azul de porte médio ⸺ mas que poderia fazer um barulho e tanto. Dei um tapa no botão, a raiva me subindo aos poros. Eu poderia sentir o ódio se derramando por minha pele com o suor que eu já acumulava.

⸺ Beylie.

Apenas seu nome sendo pronunciado por mim a fez encolher. Apesar de ter soado bem mais rude do que eu pretendia, senti uma necessidade de parecer adulta e responsável por lhe dar a educação que ela merecia. Eu odiava seus chiliques quando não conseguia o que queria, odiava vê-la comprando compulsivamente coisas sem valor desse cantor que ela tanto idolatrava. Tudo de errado que ela fazia tinha a ver com ele, afinal.

Agora ela já acordava a casa toda às cinco da manhã, três vezes seguidas. E já bastava.

⸺ Hay... ⸺ levantei o dedo indicador. Ela parou, surpresa.

⸺ Nada de músicas do Brendon Marck durante um mês inteiro aqui dentro desta casa.

Ela me olhou boquiaberta como se acabasse de ver um show de mágica no circo. Devia ser um bom castigo se sua expressão indicava algo. Ela permaneceu calada, em choque por um bom tempo. Sua boca abrindo e fechando como a de um peixinho fora d'água.

⸺ O que deu em você? ⸺ Suas sobrancelhas se arquearam, assim que ele conseguiu falar, em um misto de surpresa e incredulidade.

⸺ O que deu em mim? ⸺ Indaguei, furiosa por dentro. ⸺ É melhor você me ouvir enquanto minha paciência ainda existe.

⸺ Acha que vai conseguir alguma coisa com isso? ⸺ Ela sorriu de forma sarcástica enquanto falava. ⸺ Não tente me controlar quando você nunca teve pulso pra isso.

Eu pisquei.

⸺ O que disse? ⸺ Perguntei, dando um passo em sua direção. Ela me lançou um olhar afiado e recuou.

⸺ Só me deixa em paz, Haylie.

Ela entrou no quarto e fechou a porta tão rápido que eu mal notei a cara do Brendon vindo rápido e parando a centímetros do meu nariz. Se essa porta tocasse em mim...

Levantei a mão e girei a maçaneta com tanta força que meus dedos arderam, mas ela não abriu. Cerrei os punhos e bati freneticamente na porta, desejando que a imagem desse homem fosse real, porque eu adoraria bater nele, ou nela, ou em quem quer que ousasse aparece à minha frente naquele momento.

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