Cessar fogo

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09:50
O alemão entrou aqui com um prato de comida na mão e um copo de água, ele caminhou até mim e me ofereceu, mas eu não aceitei, eu estava sentado no chão, com a cabeça encostada na parede, nada mais fazia sentido.
- Você deve comer garoto. Não é nenhuma comida de restaurante, é apenas a comida da minha mãe.
Ele deixou o prato e o copo no chão ao meu lado e se sentou na minha frente.
- Posso ver a sua cabeça? Já fiz estágio de enfermeiro. - disse.
Não respondi, ele suspirou.
- Com licença. - disse e encostou na minha cabeça, ele olhou o local onde fui atacado com o taco de beisebol.
- Está infeccionado, precisará de pontos, seis eu diria.
- Não vou deixar você me costurar.
- Eu sei Theodore.
- Por que você está fazendo isso comigo?
- Cansei de trabalhar oito horas por dia no BK, cansei de invejar os ricos.
- BK é uma empresa?
- Burger King.
- Ah.
- Quero um futuro bom, mas saiba que sou contra a violência.
- Você não é nenhum Ghandi alemão, você tá mais para Hitler.
- Eu entendo você, mas me odiar não vai mudar nada.
- Você vai pro inferno do mesmo jeito. - murmuro.

10:30
Não havia comido nada, apenas bebi a água, a moça dos olhos verdes entrou com seu capanga, ver aquele taco de beisebol me deixou com o coração acelerado, o rapaz moreno e o alemão me levantaram, a moça colocou uma venda preta em meus olhos.
- Qual é o seu nome? - pergunto para ela.
- O que?
- Qual é o seu nome vadia?
- Morgana.
- HAHAHA Morgana, que nome escroto.
Ela me deu um tapa estralado no rosto.
- Seu pai está aqui, ele não cumpriu o combinado e trouxe policiais, agora eu vou ter que matar você. - ela diz calmamente enquanto arruma a venda em meus olhos. - Consegue ver algo?
- Não.
- Perfeito.
- Já volto, não vou demorar, você venha comigo - diz ela.
Ouço a porta bater.
- Alemão?
- Estou aqui Theodore.
- Me tira daqui por favor cara, eu quero voltar para a casa, eu tenho família mano, vou ser pai, eu não quero que meu filho nasça sem pai! - falar disso acaba comigo, meus olhos estão cheio de lágrimas que escorrem pelo meu rosto. - Eu vou ser pai cara, por favor. - minha voz já está afetada.
- Eu... sinto muito Theodore mas você deve morrer. - diz simplesmente.
Ouço uma gritaria e barulho de tiros lá fora, me desespero.
- O que foi isso? - pergunto.
A porta se abre e a voz da garota ecoa pelo local, sinto um cano gelado na testa mas não posso ver nada por causa da venda.
- Você realmente precisa fazer isso? - ouço a voz do alemão.
- Sim. - responde ela pressionando o cano na minha testa, e então percebo que é uma arma.
- Últimas palavras Theodore.
Eu te amo Bruna.
E então um se ouve um estrondo que me tira a audição por uns dois segundos.

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O que acham que vai acontecer?

Ted GreyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora