24 - Eric/Ravenna

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Ravenna se vira pra mim com aquela carinha que ela faz quando vai aprontar e abre um sorriso enorme.

- Quer aprender a sambar, professor Petrovich?

- O quê? Não, não mesmo. - ela já está de pé ao meu lado, tentando me puxar pela mão, como se ela fosse conseguir arrastar meu corpo com mais de cem quilos. - Ravenna, um russo, mau humorado, com quase dois metros de altura, sambando? Não vai dar certo nunca.

- Ok - faz um biquinho - então eu vou sozinha.

- Tudo bem, só não chama muito a atenção dos homens. - digo carrancudo, olhando para os lados e conferindo a situação.

Ravenna apenas sorri mandando um beijo soprado pra mim, e caminha em direção ao centro do semi-círculo que a banda composta por vários integrantes fez.

Ela diz alguma coisa para um cara que tem um cavaquinho e logo em seguida ele está tocando uma música animada e ela está dançando enquanto as pessoas aplaudem e cantam junto.

Ela samba, rebola e joga os cabelos, sendo o centro das atenções.

Só colocando uma burca e se escondendo debaixo de uma cama pra Ravenna não chamar atenção.

Outras mulheres chegam para dançar com ela, animadas e desinibidas, e eu dou graças a Deus que tem bastante perna e bunda alheia agora pra esse bando de marmanjo olhar.

Elas seguem os passos de Ravenna e a mesma está com um imenso sorriso no rosto, se divertindo como nunca.

Saber que fui eu, mesmo que indiretamente, quem proporcionou essa alegria à minha mulher me deixa cheio de orgulho.

Ela é linda, é maravilhosa, e quando dança então vira a porra de uma Deusa.

Ravenna contagia todo mundo, ela aproxima as pessoas e torna cada detalhe mais especial e feliz.

Ela é como um sol aquecendo o coração de cada um que cruza seu caminho.

É impossível ficar perto dessa mulher por cinco minutos sem sorrir, encantado.

Isso tudo é perceptível pra mim, mas é sempre mais visível quando ela dança, como se nesse momento ela derrubasse qualquer barreira que pudesse estar colocando entre ela e as pessoas e deixasse suas emoções fluírem livres.

Porra, como ela é perfeita.

Estou sorrindo como um idiota, perdido em pensamento, quando Ravenna volta pra mesa, ofegante, agitada e radiante.

- Os brasileiros são realmente os melhores. - diz, divertida, enquanto se senta e dá alguns goles na sua água. Eu finjo fazer uma cara de decepcionado e ela logo se corrige - Os brasileiros e os russos, claro.

Nossa comida chega, eu peço ao garçom uma caipirinha e Ravenna pede uma também.

Olho de cara feia pra ela, mas a abusada me ignora, finge que não vê e começa a comer.

Ô mulher pra dar trabalho...

Point of View - Ravenna

O lugar é demais, tão aconchegante que eu me sinto em casa.

Eric sempre fazendo a escolha certa e me surpreendendo positivamente.

Te Encontrei Quando Não Procurava - Livro UmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora