Capítulo 2

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Mídia Acima: Say the Word - Hillsong

Acordei bem cedo com o sol invadindo o meu quarto, quase que me deixando de mau humor por não gostar de acordar cedo, mas as coisas teriam que mudar pois a adolescência estava ficando para trás. Era o primeiro dia da viagem que ficaria sozinha em casa sem meus pais, uma experiência um tanto diferente pois eles não voltariam pra jantar naquele dia, nem pro café no dia seguinte. Ao pensar nisso eu me assustava, pois eles sempre foram minha base e ficar sem eles era impensável, por isso tentava me distrair sempre que possível.

            

Eu estava cheia de compromissos para aquele dia o que era bom para ocupar minha mente. Planejei começar a encaminhar a minha vida, pois estava parada desde que tinha saído do Ensino Médio e a única coisa de útil que eu tinha feito era a autoescola. Decidi então, para aquele dia, ir resolver meus problemas de visto e procurar algum emprego afinal, era início da vida adulta. Tentaria em alguma empresa de jornalismo algum estágio provisório ou ser secretária pra entrar em contato com aquilo que eu tinha para meu futuro.

Antes de sequer levantar da cama, eu já comecei a orar, antes para que Deus pudesse tirar o mau humor que estava querendo me dominar e depois para alcances maiores em minha vida e na daqueles que me circundam. Senti no meu espírito de me ajoelhar e clamar pela minha família e pelo dia que estava se iniciando, assim o fiz. Orei não só por quem eu conhecia como também por quem eu ainda iria conhecer, pelas oportunidades do dia e pelas chances de fazer algo novo. Todas as vezes que eu orava eu sentia como se algo novo estivesse acontecendo, eu podia sentir o poder fluindo através dos meus lábios e a transformação sendo iniciada por meio de um ato simples.

Eu me aprontei e fui a uma padaria tomar café, visto que eu não entendia absolutamente nada de culinária ou de coisas relacionadas. Por alguns momentos eu parava e me perguntava sobre o que eu tinha feito da minha vida nos anos de ensino médio, pois minha vida estava completamente sem rumo e eu não fazia ideia de como prossegui-la. Não tinha conseguido vaga na faculdade, tampouco emprego ou passar nos dois concursos que me propus a fazer no começo do ano, basicamente estava vivendo a vida sem muitas preocupações ou talvez adiando mais do que eu pretendia, porém eu ainda era capaz de sentir paz, mesmo com uma vida desordenada.

— Um café médio — pedi —, um misto, uma salada de frutas e um bolo de chocolate.

— Mais alguma coisa? — a atendente perguntou.

— Não, obrigada.

Eu comia bastante, para ser sincera mais do que deveria, o que era um pouco preocupante. Eu depositava na comida meus sentimentos, ou seja, comia se estava feliz, triste, preocupada ou calma. A nutricionista havia dito para eu diminuir, no entanto, era complicado. Lutei várias vezes contra essa obsessão, mas eu não conseguia até porque eu tinha dificuldades para engordar, então nunca vi comer como algo negativo, mas como algo que eu deveria fazer.

Peguei o carro e fui ao meu primeiro destino: o visto. Eu não lembrava onde que meus pais tinham ido para solicitá-lo e o único lugar que eu conseguia pensar relacionado a Israel no Brasil era a embaixada, que era aonde eu estava. Me Aproximei com o carro da entrada e vi um homem.

— Bom dia! — o porteiro da embaixada falou — O que deseja?

— Bom dia! Eu queria ver a minha ficha em Israel, por causa de alguns imprevistos que aconteceram e...

— Tem autorização? Ou agendamento?— Interrompeu-me.

— Então, eu tinha uma viagem pra Jerusalém prevista pra ontem, mas me disseram que meu visto foi bloqueado. E foi em cima da hora porque já estava certo, foi quando cheguei lá que fui impedida.

Presente de DeusWhere stories live. Discover now