Parte 4

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Ela foi interrompida por meu celular que começou a tocar.

-Pode continuar. – Insisti.

-É melhor atender.

Atendi e logo que ela me ouviu dizer que era a Gabi saiu da sala. Após encerrar a ligação fiquei mais uma vez triste por não ter dado a chance de deixa-la terminar de dizer o que ela queria.

Logo em seguida Gabi chegou e percebeu que eu estava meio triste e como ela já não era a dona dos meus pensamentos não dei muita atenção.

Ela não se deu por vencida e começou a se insinuar pra mim.

Ela me acariciava, me abraçava e como percebi que jamais poderei ter aquela pelo qual o meu coração batia eu me entreguei aos seus encantos.

Ela me beijava ardentemente e eu correspondia. Finalmente Gabi seria minha, mas mesmo assim aquilo não me deixava satisfeito. Não era isso que eu realmente queria, mas eu devia me contentar com o que eu tinha.

-Eu realmente precisava voltar e... – Aquela voz doce interrompeu o fogo que queimava em mim por Gabriella.

Ao ver Amanda espantada na porta meu coração congelou um minuto mais cedo eu não estava me importando com mais nada.

-Ah... Me desculpa. Eu devia ter batido. – Disse sem graça.

-É melhor voltar outra hora queridinha, estamos ocupados. – Ironizou Gabi.

Amanda saiu da sala. Perplexo com tudo o que estava acontecendo fui atrás dela.

-Amanda, Amanda espere. – Falei segurando o braço dela e virando-a pra mim. – O que você queria dizer?

-Não era nada importante. –Argumentou tímida. –Olha, me desculpa eu não queria atrapalhar.

Eu sabia que ela estava mentindo.

-Se não fosse importante você não teria voltado. – Olhei no fundo de seus olhos.

-Por um momento eu achei que você estivesse gostando de mim, mas novamente eu estava enganada. – As lágrimas escorriam em seu rosto.

Seu triste olhar me quebrou todo, eu estava totalmente arrependido de ter cedido a Gabi.

-Era isso que queria me dizer? Que você gosta de mim. – Engoli seco.

-O que eu ia dizer não tem importância mais. Não depois do que eu acabei de ver. Você demostrou totalmente o contrário do que eu pensei. – A soltei e a deixei ir embora.

O que eu sempre procurei a vida inteira eu tinha acabado de deixar escapar como a agua na concha que as mãos formam.

Todo tempo eu procurei por algo que me fizesse feliz apenas por existir e Amanda era aquilo pelo qual eu busquei.

Minhas atitudes impensadas me fizeram perde-la e meu peito doía muito.

Acordei assustado no sofá, olhei em volta e a casa estava como eu deixei enquanto olhava as fotos.

Sentei-me e percebi que tinha algo que usei como travesseiro. Era o álbum de fotografias de Amanda. Lembrei-me que a noite após ter visto as fotos do computador peguei o álbum e continuei recordando dela e acabei adormecendo sobre ele no sofá.

Já fazia um mês que eu não a vi mais e depois de perceber o que perdi eu resolvi mudar minha vida. Eu sabia que se continuasse no estúdio nunca conseguiria mudar. Vendi minha parte para outro fotografo, mas continuo executando minha profissão de forma diferente.

Hoje tiro fotos diversas e vendo em um site de imagens e fotógrafo aniversários infantis, a renda não é tão boa como a do estúdio, mas estou pensando em expandir os meus negócios com outras ideias.

Ainda sonolento resolvi dar uma organização na minha casa. Enquanto eu arrumava tudo decidi organizar minha vida e iria começar com Amanda.

Iria procura-la e dizer o que sinto por ela e mesmo que ela não me aceite pelo menos tentarei.

Mais tarde consegui o endereço dela e fui até lá, infelizmente me disseram que há três dias ela estava no hospital com a mãe. Não hesitei e fui até o seu encontro.

Entrei no hospital receoso e logo a encontrei no corredor de espera.

Ela estava sentada e paralisada sem demostrar nenhuma emoção; ao perceber minha presença ela piscou várias vezes pareciam que fazia horas que não dormia.


Fotografias - ContoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora