cap 21

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Eu corri tanto que meus pulmões estavam ardendo. Bati na porta do loft, não tinha cabeça para procurar minha chave.

Mary abriu a porta e eu entrei correndo. Julie estava no sofá e me olhou assustada.

- Tranque a porta e não deixe ninguém entrar. - falei. - Se for pra mim, não estou.

Fui para o meu quarto tirar as roupas molhadas. Eu estava exausta. Não queria me sentir assim. Nunca mais.
Tiro o vestido que parecia estar colado em minha pele. Demorei mais do que o esperado no banho. Eu tinha que lavar mais do que meu corpo. Minha dignidade.
Sai do chuveiro e fui me trocar. Coloquei um moletom, confortável e que escondia a minha vergonha.

- ... Eu sei que ela está aqui, porra. Natalie me deixe entrar. - a voz de Bennet chegou aos meus ouvidos.

Sai do quarto as pressas. Mas que droga. Ele tinha que vir pra cá?

Cheguei na sala e Natalie estava contra a porta e as meninas só assistiam.

- Eu não vou sair daqui até ve-la. - ele batia com força na porta.

- A única coisa que você vai conseguir se não sair daqui é a conta de uma porta. - Natalie joga.

Ela me vê na sala e me olha como o que eu faço?

As lagrimas sem querer começaram a cair. Merda. Por que chorar, Carrie. Você merece alguem que goste de você de verdade, não alguem como Bennet.

Faço que não com a cabeça. Não quero ver ele. O que ele pensa que sou??? Algum objeto disponível a qualquer hora?

- Natalie, caralho, deixe me falar com ela ou irei te demitir.

Ela ri.

- Faça e então teremos uma boa briga.

Ele bate mais e mais na porta, mas para em segundos.

- Será que ele já foi? - Julie pergunta se levantando e indo a porta.

- Não sei. Acho melhor não abrir ainda. - Mary fala.

Seco o olho que antes estava molhado com as lagrimas e respiro fundo.

Mary poe a orelha contra a porta.

- Acho que ele não está mais aqui. - ela constata.

Relaxo os ombros e me alivio. Agora terei de contar como foi minha noite horrível para elas.

O telefone começa a tocar, fiz que não com as mãos para que ninguém atendesse. Caiu na secretária eletrônica.

- Carrie, eu sei que você está ouvindo. Eu não quis dizer aquilo. Saiu sem pensar. Por favor abra a porra da porta ou iremos ter problemas. -Estou ardendo de raiva. Que ódio. - eu não vou sair daqui enquanto você não falar comigo.

Todas olharam para mim para saber a resposta.

- Vamos dormir. Não vou falar com ele.

As meninas foram para os quartos e eu também. Me revirei na cama durante uma ou duas horas, quem sabe até mais. Algo estava me incomodando e eu não sabia o que.

Me levantei e fui beber um copo d'agua. Estava tudo silencioso. As luzes estavam baixas e então vi Natalie no sofá tomando algo.

- Eu sabia que você viria. - ela disse.

- Eu vim beber agua.

Ela ri.

- Ambas sabemos que não é verdade. Você gosta dele, só não quer adimitir. - ela da um gole no que acho que é vinho. - Não estou julgando, mas por que vocês tem que se torturarem tanto?

Peguei uma taça e sentei ao seu lado.

- Porque nem todo mundo é como você e Will.

Uma pausa.

- Eu e Will nem sempre somos rosas e mar, temos nossas tempestades também, mas você e Bennet ganham nesse quisto.

Sorri.

Eu nem ao menos sou alguma coisa para ele, talvez uma simples transa.

Nat toca minha mão e me olha.

- Eu não sei o que houve e nem quero saber, isso é assunto de vocês, mas ele ainda está ai, esperando. Fale com ele, mesmo que seja para bota-lo para fora. Não quero sair pro trabalho e ter que encontar meu chefe na minha porta.

Ri.

- OK, vou dispensa-lo. - falo.

Ela se levanta, poe a taça na mesinha e para a minha frente.

- Boa sorte - ela dá um beijo na minha testa e sai.

Vamos Carrie, você consegue. Seja fria e calculista como ele foi.

Me levanto decidida em acabar com toda a palhaçada. Eu consigo. Não é tão difícil. Vamos lá.
Chego perto da porta e minha pernas começam a vacilar. Agora não.

Quando abro, ele está sentado, encostado na parede com os olhos vermelhos.

- Achei que não ia aparecer - ele fala cansado.

Seu estado é lamentável. Ainda está molhado pela chuva, ao seu lado tem uma garrafa de vidro vazia. Ele bebeu.

Ando até ele e o ajudo a levantar.

- Vamos logo. - faço força para levanta- lo.

Por fim ele está em pé, entramos no loft e o coloco no sofá.

- Vamos terminar logo com isso. - digo.

Diamante irresistívelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora