XVII - Um mundo diferente

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O garoto pegou o objeto e começou a girar ele para lá e pra cá, até mordiscou um lado. Depois de chegar a conclusão que não sabia como ligar, virou para mim.

-Isso serve pra que?

-Ah, nesse mundo só serve para jogar - liguei o aparelho e coloquei para o garoto jogar Flappy Bird - Sabe... Vocês são muito sem graça, não tem wifi, computador, oreo...

O garoto me observou com uma cara de desentendido.

-Tenho que fazer o que aqui?

-Você clica na tela e ele pular, o objetivo é passar pela maior quantidade de canos possível - respondi.

Dois minutos depois o garoto já estava viciado. Vida de quem nunca pegou num celular. Fui até os hippalectryons.

Um deles me chamou atenção, tinha a cabaça de um garanhão negro com crina amarela, suas penas eram negras assim como a cabeça e sua calda (que era como o rabo de um cavalo para cima e com penas ao invés de pelos) tinha uma mistura de cinza com amarelo. E, é claro, seus pés de galinha tinham a cor convencional.

Não devia ser tão difícil montar em um daqueles... Eu até pediria ajuda para o Ruan, mas ele estava viciado demais no Flappy Bird. Hm... Imagina quando eu der um Oreo para ele...

Aproximei-me do hippalectryon negro com amarelo, ele continuou pastando calmamente. Aos poucos subi no seu lombo... Algo me dizia que aquilo estava fácil demais. Quando subi na criatura ela começou a correr loucamente, seus pés de galinha eram mais rápidos do que eu imaginava. O animal pulava, girava bruscamente, agitava a cauda e me atingia com toda a força, definitivamente queria que eu caísse.

Segurei enquanto pude, mas o animal era muito forte, num dos pulos ele conseguiu me derrubar numa poça de lama. Eu cai de cara, me sujando inteiro no processo. Logo em seguida o animal filho da mãe veio até mim e cagou na minha cara. Bom, se você entende de aves, deve saber que as fezes dela saem junto com a urina. Então imagina minha cara agora.

Realmente devia ser muito engraçada, já que até o Ruan tinha saído do vicio e caído na gargalhada.

-Cara! Você não pode montar um hippa assim kkkkkkk - disse ele, se aproximando de mim.

-Devia ter me avisado antes - retruquei secamente.

-Kkkkkkkk, Ai ai, vai tomar um banho, enquanto isso eu e os meninos domamos as aves kkkkkkk - disse ele, ainda rindo sem parar.

-Filho da mãe - falei, com um sorriso no rosto.

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Já tinha anoitecido, tive que me lavar num laguinho por que não existe chuveiro nesse mundo. Saudades Terra.

-Cara, esse joguinho não é de deus! - disse Ruan, que tinha vindo me entregar uma toalha.

-Kkkk, pode crer! Chegou até quanto?

-Sempre bato no doze mil quinhentos e vinte e dois - ele disse, suspirando.

-O QUE? COMO VOCÊ VAI TÃO LONGE? - perguntei, e fui olhar a tela do celular.

O infeliz já tinha "10.244K" no marcador. O jogo rodava na velocidade da luz, eu nem conseguia ver nada. Meu deus.

-Como você faz isso? Como entende alguma coisa? - perguntei.

-É coisa dos cavaleiros de gêmeos... Elemento Ar, racionalidade e etc... Nossa mente é uma doidera - ele retrucou ainda focado no jogo - Enquanto você tomava banho eu liguei o modo moderador no celular e comecei a entender como isso funciona... O mais fantástico é o núcleo de reação automática que torna a bateria dele automática... Poderia usar isso para tanta coisa.

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⏰ Last updated: Nov 08, 2015 ⏰

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Sarrow - O Plano VolcanoWhere stories live. Discover now