V - As coisas ficam tensas

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Hoop

Estava no topo de uma montanha, o vento soltava um leve e calmo assobiar quando batia na grama aos meus pés. Um dos únicos resquícios de vegetação naquela terra morta.

Havia uma grande formação de colina ao redor de uma uma pequena planície central, onde um castelo cinzento e sombrio se erguia, várias gárgulas se encontravam nos parapeitos e telhados de algumas torres, as bandeiras, que antes exibiam o desenho de um falcão negro, estavam desgastadas - era impossível distinguir a imagem de alguma coisa- , rasgadas em vários pontos, tal enfeite apenas contribuía para manter a aura do local ainda mais aterrortrombone

A lua erguiasse no horizonte - devia ser umas sete e poucos -, momento perfeito para as artes das sombras começarem a agir. Segui na direção do castelo, algo nele me intrigava.

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-Estamos quase lá... Já temos mil Artrotes, espero que os dragões façam sua parte. - disse uma voz estramente conhecida.

Tinha chegado até a torre numa velocidade estranha, apenas pensei em entrar e bum, lá estava eu, atrás da porta ouvindo a conversa de alguém.

-Ahh, mas Érebon pensa que eles levaram sua filha, não a probabilidade nenhuna de nos trair e se unir a eles - essa voz era estranha, como se o dono dela tivesse engolido um trompete.

-Bah! Não importa, temos coisas mais importantes com que nos preocupar agora - algo na minha mente doía, eu não conseguia lembrar... Aquela voz, já a havia ouvido antes, e sinto que deveria odia-la do fundo do meu coração.

-Como quiser mestre N. Estamos prontos para o ataque, as Caravelas fantasma estão ancoradas na baía e os Artrotes estão loucos para derramar sangue - falou a voz de trombone

-Não... Não quero uma ofensiva violenta, preciso de mais poder... Invocar todos estes lacaios consumiu muito da minha mana

-Pretende ir atrás de outro mago? Talvez seja muito arriscado, a Scyth já está atenta...

-Sim... Preciso fazer algo para atrair a atenção deles enquanto vou atrás de outro mago... Ei, o que você está fazendo aqui? - ele se virou derrepente, não sei como tinha conseguido me descobrir.

Desejei quase que imediatamente sair daquele lugar. E lá estava eu, observava uma simples cidade de cima, suas casas estavam na maioria demolidas, pedregulhos, palha, tijolos, tudo espalhado para todos os lados, no meio daquela confusão eu pude ouvir a voz de um homem correndo entre os escombros.

-Rápido! Há mais deles vindo! Precisam se proteger, sigam para a cúpula 027 e me esperem lá. Não saíam, independente do que acontecer aqui fora! - ele falava e gesticulava para um pequeno grupo de pessoas. No geral mulheres e crianças.

Naquele momento um grande dragão vermelho apareceu, soltando uma longa rajada de fogo na rua onde as pessoas se encontravam.

-Corram!!! - o homem gritou.

Aquela foi uma cena fantástica - realmente digna de um sonho -, o cavaleiro girou uma corrente que tinha na mão esquerda, criando um chiado estranho, na ponta desta havia um arpão de três pontas, como aqueles usados em escalada.

Ele arremessou o arpão na direção da pele do dragão, um das pontas perfurou a pele da criatura e fixou presa ali. O dragão acelerou, levando o cavaleiro consigo; porém o homem era habilidoso, correu para esquerda, assim conseguiu ganhou impulso para que corrente girasse 360° no ar em volta do animal, de modo que caísse bem encima de seu lombo.

Sacou sua espada, pronto para dar um golpe fatal na sua cabeça, entretanto o dragão não era bobo, voou girando em direção ao céu, o cavaleiro teve de fazer um grande esforço para não cair. Tentou uma estocada, depois um golpe lateral, mas a criatura se mechia muito, seus golpes a feriam, porém não era nada fatal, o cansaço começou a vencer . Olhou para baixo para ter certeza de que os civis tinham chegado ao abrigo, e lá estavam eles, os dois últimos tinham acabado de entrar. Tinha conseguido, salvara os civis, sua dívida de cavaleiro tinha sido comprida, não havia mais motivo para continuar se esforçando, desistiu, soltou a corrente e deixou sua espada cair. O dragão, percebendo que seu adversário tinha caído, voou rapidamente em sua direção, abrindo a boca para dar uma mordida fatal. Acaba ali a vida de um grande herói.

Sarrow - O Plano VolcanoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora