. O dia seguinte chegou, levantei cedo e deixei um bilhete para Gustavo que dizia:

'' Oi meu amor, fui resolver uma coisa muito importante para nós, não tenho hora pra voltar. Beijos <3''

. Após isso, saio rumo ao laboratório para colher meu sangue e ver se estou ou não esperando um bebêzinho.

***

. Após ter feito o exame, espero por uma hora para ele ficar pronto, a palavra ansiedade me define.

- Delegada Evelyn... - escuto chamar o meu nome, formal não?

. Vou até o balcão, pego o exame e me sento na cadeira, meus olhos brilham ao abrir e ler a palavra '' POSITIVO''

- EU VOU SER MÃÃÃÃÃÃE! - grito lá dentro assustando as moças da recepção.

- Parabéns delegada. - uma delas dizem.

- Porra, estou muito feliz! - grito mais ainda. - Obrigada. - digo com os olhos brilhando e saio voando dali.

03 dias depois...

. Consegui entrar com um advogado bom graças ao Gustavo, ele e Déb ainda não sabiam que eu estava esperando bebê, a pequena perguntou no dia baixinho pra mim e eu falei que não tinha feito o exame. Chego ao lado dos dois á audiência e sinto um enjôo repentino, não podia vomitar então segurei aquele gosto amargo em minha boca.

. Ao lado oposto entrou Aparecida que ao ver Déb deu um sorriso que a minha filha não retribuiu.

- Ela é a sua mãe. - respondo.

- Você é minha mãe. - Déb corrige e entramos calados.

. A audiência logo começa, o juíz ouve as partes e Aparecida começa a dizer:

- Eu a abandonei naquele orfanato por não ter condições de cuidar dela, eu amo a minha filha, penso nela todos os dias. - finge um choro, que cínica. - Eu tenho que ficar com a guarda dela, não é justo que a mesma permaneça sem mim por mais tempo, eu a amo senhor juiz. - ela diz me encarando, derramando as lágrimas.

- Mentirosa! - grito e o juiz bate o martelo.

- Decreto então que a guarda da pequena Débora ficará com Aparecida Pinheiro. - ele diz e quando vai bater o martelo Déb grita.

- NÃO! Eu amo a minha mamãe Evelyn, eu quero ficar com ela. Mamãe, mostra o que você gravou, por favor, não me deixe com ela. - ela diz chorando, me partiu o coração.

- Essa semana eu fui até a casa dessa mulher que se diz ser mãe biológica da Débora senhor juiz, gravei algumas coisas que ela disse e gostaria que o senhor e os que aqui estão presentes possam ouvir. - respondo pegando meu celular no bolso.

. Ligo no gravador, aonde estava salvo suas palavras hipócritas e começa a falar. Foram quase três minutos de audio, o juiz a olhava incrédulo e Aparecida jorrava ódio por mim pelos seus olhos, Déb estava com um sorriso lindo e quando acabou o juiz diz alto e em bom som.

- Decreto então novamente que a guarda da pequena Débora ficará para sempre com a delegada Evelyn e peço para que os policiais aqui presentes levem essa senhora cujo nome é Aparecida para a cadeia! - ele diz, bate o martelo e Déb começa a gritar.

- CONSEGUIMOS MAMÃE, CONSEGUIMOS! - ela entra aonde eu estava sentada e pula em cima de mim. - Eu estou tão feliz, nunca mais vamos nos separar. - ela diz com os olhos brilhando.

- Nunca mais meu amor, nunca mais. - beijo sua bochecha e levanto para irmos embora.

. Na saída, encontro com o juiz.

- Você tem uma filha e tanto delegada, preserve-a. - deu um sorriso e se retirou mas antes, Déb depositou um beijo em sua bochecha.

. Descemos as escadas do fórum, e quando estavamos lá embaixo, viro para Gustavo e Déb e digo.

- Agora seremos uma família completa, sem mãe biológica e sem corações partidos. - dou um sorriso.

- Sim mamãe. - Déb diz.

- E com um membro a mais na família. - dou uma piscadela.

- Comprou um cachorro? - Gustavo desligado pergunta.

- Não papai, a mamãe está grávida! - Déb grita emocionada.

- É sério? - ele pergunta com um sorriso no rosto.

- Sim, é mais que sério...é completamente sério! - dou um sorriso e ele me rodopia no ar.

- Eu vou ter um irmãozinho, eu vou ter uma irmãzinha. - Déb sai pulando chamando atenção de todos.


A DelegadaWhere stories live. Discover now