Capítulo 3 - Sr. Peter

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Maio, 1930

     Depois de conversar com o menino, Jennifer não se lembrava de mais nada. Ao acordar do sono profundo que teve, estava de volta na sala da imundice. Brown estava deitado ao seu lado e estava esperando-a acordar. Os dois se levantaram praticamente juntos, e Jennifer notou um papel amassado em frente à porta da sala. Era uma carta floral, a carta dizia com letras cursivas meio garranchadas:

     Sinto muito, Jennifer. Encontre-me onde você puder ver o céu.

     Sua amiga, Amanda.

     Como Jennifer não sabia onde ela poderia ver o céu, ela fez com que Brown farejasse o caminho, fazendo com que ela passasse por dois meninos brincando de luta de espadas de madeira, um deles era Nicholas e o outro era um mais rechonchudo o qual ela ainda não conhecia.

     A menina tentou falar com o Príncipe desleixado. Mas ele não respondia...

     E a menina tentou chamar a sua atenção, mas o Príncipe glutão a ignorou...

     Saindo do Setor Oito: compartimento de carga, ela foi seguindo Brown até o Setor Seis: manutenção, onde ela viu Amanda pegando um elevador que subia ao último andar. Seguindo-a, Jennifer chegou a um pequeno andar com uma escada que levava a uma portinha superior parecendo levar a um sótão. Quando abriu, ela pôde notar que estava exatamente em cima do dirigível. Mas havia alguém de costas no canto traseiro do dirigível.

     Era uma escura noite sem estrelas. Olhando com mais precisão, a menina vê alguém se mexendo na luz fraca.

     – Eu sinto muito Jennifer, me perdoe... – Dizia Amanda chorando – Eu não queria fazer aquilo. Eu só estava tão amedrontada.

     Virando-se para trás, a menina rechonchuda corria para Jennifer, quase caindo lá de cima, tropeçando. Então vai chorando e engatinhando se aproximando cada vez mais dela. "Jenniferrrrr! Jenniferrrrr!". Ao chegar o mais próximo possível dela, ela agarrou as pernas de Jennifer, enquanto chorava e dizia:
     – Eu fiz o que tinha que fazer, não fiz? Eu não tive escolha – Falava se engasgando no próprio choro e subindo para mais perto de Jennifer – Eles teriam ferido nós duas, não iam?

     Dessa vez, Amanda derrubou Jennifer pedindo desculpas e disse enquanto forçava a mão de Jennifer em seu rosto vermelho como um tomate de tanto chorar.

     – Quando for a sua vez, não pense em cessar. Faça assim – Falava Amanda enquanto forçava os punhos fechados de Jennifer contra o seu rosto. – Faça assim, e assim, e assim!

     E parando de chorar, com as suas narinas escorrendo catarro, ela pergunta com um sorriso no rosto: "Ainda somos amigas, não é? Eu sei que ainda somos amigas, eu confio em você.". Depois da fala ela se virou para trás respirando com força olhando com medo para um buraco no tecido do dirigível, onde estava Diana observando as duas, e lentamente descendo para não ser vista.

     Descendo a escada, estava Brown ansiosamente esperando pela chegada de Jennifer, ao descer, ela acariciou o seu pelo marrom claro. Ela estava tão assustada e confusa sobre o que acabara de acontecer. Por algum motivo, Jennifer estava cansada, então foi lentamente de volta para o seu quarto com Brown. Entretanto, passando pelo Setor 8, ela ouviu um som bem alto e um tanto irritante. O som vinha de uma porta de correr de grades, e a porta levava à sala da bagagem da classe trabalhadora. E ao entrar, Jennifer finalmente reconheceu o som, que era de uma máquina de costurar e sentada nela costurando estava Amanda. Ela estava extremamente concentrada e apenas Brown latindo conseguiu chamar a sua atenção. Mudando a expressão bruscamente de concentrada para feliz ela dizia para Jennifer com um rosto meio forçado:

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