Prólogo

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"Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça."
— Leonardo da vinci

    Primeiro veio a euforia, depois o medo e então tudo apagou. Onde estava a luz de que todos falavam? Se ela existia com certeza não estava lá para ele. De repente ele se viu de frente a uma porta de madeira antiga, com uma maçaneta de ouro enfeitada. Ele passou pela porta e aos poucos entendeu a situação.
    O garoto ficou surpreso ao perceber que ele não estava na terra do fogo. Não havia nenhum rio de lava, nenhum grito de alma atormentada e mais importante, não havia nenhum homem de chifres e tridente esperando para lhe aplicar o castigo eterno, ao invés disso tudo, havia um simples cômodo.
    Ele notou um homem velho e magro no fundo da sala, quase invisível atrás de uma enorme mesa de madeira artesanal cuidadosamente trabalhada. O velho parecia entretido com o grande número de documentos e folhas em cima de sua mesa.
    — Então é isso. Este é meu julgamento? — Perguntou ele, rodando a sala e estudando a decoração antiga, até parar na frente de uma lareira e se agachar com a mão em frente ao fogo.
    Ele já havia chegado perto do fogo muitas vezes, mas há muito tempo não sentia o conforto com o calor da chama. Parecia estranho, era uma sensação tão... Humana.
    — Não estou aqui para julgá-lo, criança. Sente-se — O velho nem mesmo se deu ao trabalho de tirar o olho dos documentos, que preenchia enquanto falava.
    Cameron tocou a testa para limpar as gotas de suor mas elas não estavam mais lá. Todo o suor e o sangue, tudo havia sumido.
    — Eu vou explicar como isso irá acontecer — Ele finalmente levantou a cabeça e encarou cameron, frio e profissional — Eu lhe farei perguntas, você me contará a história da sua vida e no final, fará uma conclusão. Não se preocupe, pode levar o tempo que for necessário.
    — E meus amigos? Eu posso ver o que aconteceu com eles?
    — Não se preocupe garoto, não a nada que possa fazer por eles. O seu papel lá acabou. Você já fez sua parte.
    — Eu não posso largar tudo, eles precisam de mim.
    Ele se apoiou na mesa e encarou o homem, preocupado com o que viria a seguir.
   O velho o encarou sem dizer uma palavra se quer, e finalmente cameron suspirou em aceitação. Não havia nada que ele pudesse fazer.
   — Talvez sua história tenha acabado, mas lhe garanto que seu legado durará muito mais que isso. Agora, se concentre na sua tarefa atual.
    O garoto encarou o fogo por alguns segundos e depois concordou com a cabeça.
    O velho pegou um grande livro com capa de couro preta, totalmente em braço.
    — Pois bem menino. Quem é você?
    Ele virou o rosto para o homem, e respondeu com convicção.
   — Meu nome é cameron Dante, eu sou o último vampiro progenitor.
   A capa do livro brilhou em vermelho e acendeu algumas labaredas, que queimaram o livro, formando os dizeres "Camaron Dante, o último vampiro progenitor".
   Ele abriu o gigante livro em branco e pegou a pena que recostava ao lado.
   — Qual a sua história, cameron Dante?

O último vampiro progenitor - pausadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora