Harry: Eu sei. Fique calma. - Ele beijou a testa dela, que relaxou. - Foi por isso que você chorou? Porque eu te ofendi?

Melanie: Por tudo. - Disse, encolhida no peito dele - Nós... Nós éramos aquilo? - Perguntou, quieta.

Harry: Na maior parte do tempo, éramos pior. - Respondeu, sincero - Gritávamos, quebrávamos coisas, dizíamos coisas horríveis um pro outro. Você tinha um gênio impossível, me tirava do sério. - Confessou. Melanie piscou, pensativa.

Melanie: Se eu me lembrar de tudo, e se eu voltar a ter o gênio de antes... Você não vai gostar mais de mim? - Perguntou, preocupada.

Harry: Baby, eu sempre amei você. Mesmo quando você me irritava o tempo todo. - Disse, acariciando o rosto dela.

Melanie: E porque brigávamos? - Perguntou, confusa e aflita - Você não parecia me amar. Pelo contrário.

Harry: Eu tinha raiva porque você não me amava de volta. - Admitiu, brincando com uma mecha do cabelo dela - Então eu optava por ser aquela pessoa horrível e magoar você.

Melanie: Eu não gostava de você? - Confirmou, e ele negou com a cabeça.

Harry: Não. Quando éramos jovens eu era muito pouco pra você, então quando nos separamos eu fui pra faculdade, trabalhei feito um escravo por anos, deixei de viver pra poder construir a minha empresa e ser alguém, porque eu sabia que um dia você ia voltar pra mim, de alguma forma. - Contou, se lembrando.

Melanie: E então...?

Harry: Eu consegui. Tive todo o sucesso que um homem pode ter: Dinheiro, poder, tudo. Anos depois, você voltou. - Disse, sorrindo de canto - E, Jesus Cristo, continuava me olhando como se eu fosse o mesmo adolescente. Aquilo me enfureceu em um nível sem escala! - Ele riu de leve, balançando a cabeça - Foi ali que nosso casamento começou.

Melanie: Eu não consigo entender. Eu não te amava, você tinha raiva, e nos casamos? - Perguntou, incrédula.

Harry: Vermelho. - Ela piscou, então assentiu - Eu soube ser... Persuasivo.

Melanie: Você parecia agressivo no que eu me lembro. - Comentou, os dedos passeando na camisa dele - Você me bateu?

Harry: Não naquele dia. - Disse, tenso.

Melanie: Algum dia? - Perguntou, quieta. Ele a encarou por um instante, pesaroso.

Harry: Sim, e eu sinto muito. - Ela piscou, digerindo aquilo - Não te batia propositalmente, mas às vezes você passava dos limites... Só teve uma vez que eu te bati mesmo. Eu me descontrolei. Não me orgulho de ter feito aquilo. - Ela escutava, quieta. - No momento, na hora da raiva, tudo o que eu queria era te machucar. Depois, quando a poeira baixou, quando eu te vi marcada, machucada, foi que me dei conta do que realmente tinha feito. Receei que você fosse embora. - Lembrou.

Melanie: O que eu fiz? - Perguntou, interessada.

Harry: Me ignorou. Você gostava de fazer isso, fingir que eu não estava na sala. - Respondeu, brincando com o cabelo dele - Então eu comecei a te provocar. Estávamos todos lá em casa, e você estava conversando, me ignorando, toda dona de si, e eu comecei a te fazer cócegas com a ponta da minha gravata. - Lembrou, sorrindo - Toda vez que você começava a falar eu cutucava o seu ouvido com a gravata. - Ela sorriu.

Melanie: Porque? Você não estava bravo comigo? - Perguntou, tentando entender.

Harry: Estava, mas não queria que você fosse embora pelo que eu tinha feito. Precisava que você olhasse pra mim, parasse de me ignorar, pra eu saber o quanto havia passado dos limites. Eu não tinha como saber enquanto você me ignorava. - Disse, se lembrando - Te cutuquei até você se cansar. - Disse, satisfeito.

Enquanto Você Dormia - Efeito Borboleta (Livro 2) [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora